Logo O POVO+
Walden Luiz lança coletânea de esquetes
Vida & Arte

Walden Luiz lança coletânea de esquetes

Ator e diretor cearense apresenta ao público a obra Vinte e Quatro Tons de Rosa com textos que destacam questões do universo LGBT
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Já são 55 anos de carreira e o ator e diretor cearense Walden Luiz segue buscando novos desafios quando o assunto é teatro. E foi a partir de provocações que ele resolveu escrever cinco esquetes que põem em evidência histórias do universo LGBT. “O ator e historiador Marcelo Costa me perguntou, em tom de desafio, por que eu não escrevia uma dramaturgia para discorrer sobre essa intolerância contra os LGBTs. Eu resolvi fazer mais e escrevi logo cinco”, conta o autor. As obras estão reunidas no livro Vinte e Quatro Tons de Rosa, que será lançado hoje, às 19 horas, como parte da programação da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, na Praça Mário Gomes.


Além do lançamento, com bate-papo com o dramaturgo, a programação de hoje inclui apresentação do esquete Então, é Natal?, dirigida por por Walden e encenada por quatro atores da oficina de teatro Garimpos de Talentos. Vai haver ainda uma fala sobre a obra com o cientista social Ismael Pordeus Júnior.


“Essas histórias são também uma forma de afirmação, de mais uma vez dizer que essas pessoas existem. Escrevi a partir de histórias que ouvi, de casos que aconteceram e eu fui colocando no papel e transformando”, detalha Walden. Além de Então, é Natal?, o livro inclui ainda as dramaturgias A lua de ontem, A lua de hoje, A lua de amanhã e A lua em pedaços.


“As formas de amar fora dos padrões convencionais já foram enfocadas por famosos teatrólogos, como o norte-americano Tennessee Williams ou o brasileiro Nelson Rodrigues. Walden optou por desenvolver situações variadas sobre o tema, alternando humores, amores, contradições, frustrações, conquistas transitórias”, destaca o escritor José Augusto Lopes, que assina o texto de abertura da obra. Lopes aponta a importância simbólica que a lua tem dentro da narrativa. “Como uma espécie de ‘madrinha’ inspiradora, o autor elegeu a lua para cúmplice e testemunha de suas tramas, comum a toda uma legião de amantes que geralmente prefere ocultar-se do excesso de luminosidade”, aponta.


Apesar do pouco espaço dedicado à produção de texto para teatro num evento como a Bienal do Livro, Walden destaca ser importante seguir buscando publicar livros com as histórias das peças. “Quando o texto é publicado se torna uma chance para que outros grupos, principalmente os do Interior e os de escolas, possam conhecer as peças. Se eu tivesse ficado com esses esquetes só para mim, guardados na gaveta, outras pessoas não teriam a chance de conhecê-las”, defende.


Para o autor, “apesar de o público leitor de dramaturgias não ser tão grande”, é importante seguir buscando espaços em eventos literários. “A dramaturgia é uma forma diferente de ler, não é romanceada como é mais comum. As pessoas não estão acostumadas a ler teatro, mas existe, sim, gente interessada em acompanhar uma história que é desenvolvida em diálogo. É muito importante que os autores continuem publicando”, aponta. (Renato Abê)


SERVIÇO

 

Lançamento de Vinte e Quatro Tons de Rosa

Quando: hoje, às 19 horas

Onde: XII Bienal Internacional do Livro do Ceará (Av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz)

Programação gratuita

 

O que você achou desse conteúdo?