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Bombardeios, naufrágios e batalhas aéreas. O diretor britânico Christopher Nolan, conhecido por A Origem, Interestelar e a trilogia de Batman, se apropria de um capítulo pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial em seu novo filme Dunkirk.
Maio de 1940: 400 mil soldados britânicos estão cercados na praia francesa de Dunkerque, presos entre as tropas alemães e o mar, enquanto os aviões inimigos os bombardeiam para evitar que retornem ao seu país.
Do outro lado do Mar do Norte, a Royal Air Force decide enviar várias equipes para defender as embarcações e os seus soldados desprotegidos. Paralelamente preparam uma operação ambiciosa e inédita: as autoridades britânicas enviam centenas de pequenos barcos, tripulados por civis, para socorrerem seus soldados.
Em nove dias, 338.220 soldados - em sua maioria britânicos, mas também franceses e belgas - foram evacuados em condições extremas pelos chamados “little ships”.
Em seu filme, que estreia o Brasil em 27 de julho, Nolan retrata esta operação conhecida como “Dínamo” ou a “Evacuação de Dunkerque”.
Mais do que um filme de guerra, Dunkirk é, sobretudo, a história de uma fuga. “Um suspense de ação”, “um filme sobre a sobrevivência”, diz Nolan ao descrever este longa-metragem em que o inimigo, o alemão, é invisível até o último minuto.
Embora no elenco destaquem-se atores conhecidos -Cillian Murphy, Kenneth Branagh, Mark Rylance -, Nolan decidiu completar a equipe com caras novas, como Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carne e a estrela do pop britânico Harry Styles.
Caras novas
“Milhares de jovens passaram pelos testes de elenco. Queríamos a todo custo caras novas, pessoas desconhecidas, mas paradoxalmente quem conseguiu o papel foi Harry. Não sabia que era tão conhecido!”, admite Nolan sobre o cantor, que tem mais de 30 milhões de seguidores no Twitter.
Um dos integrantes do grupo One Direction interpreta um jovem soldado britânico desesperado para escapar de Dunkerque. “A atuação de Harry foi incrível”, assegurou Nolan.
Diferentemente de quase todos os grandes diretores de Hollywood, Nolan evitou usar efeitos especiais em seu filme.
Insistiu em utilizar os locais reais onde tudo aconteceu, assim como verdadeiros navios de guerra, aviões da Segunda Guerra e muitos dos “little ships” originais que levaram os soldados sãos e salvos de volta à Inglaterra.
“Para mim era impossível gravar em outro lugar, sem importar as dificuldades que isso podia representar”, contou o diretor, que para a filmagem fez com que restaurassem mais de um quilômetro do cais.
“O filme inteiro foi um desafio, não trabalhamos em condições normais”, comentou Harry Styles. “Chris é muito visceral em sua forma de trabalhar, que pode ser intensa às vezes. É claro que não foi nada comparado com a verdadeira história (...) mas sim, foi difícil”, acrescentou.
Durante um tempo, Nolan, conhecido por sua audácia técnica e narrativa, cogitou fazer Dunkirk “quase como um filme mudo”, dando mais importância às imagens e aos efeitos de som em detrimento dos diálogos.
“Tentei fazer o cinema puro”, com a ajuda de enormes câmeras Imax e rodado com grandes rolos de 70mm, duas vezes o tamanho do formato habitual, para fazer desta produção “uma experiência angustiante e real”. (AFP)