Trinta e um anos após seu lançamento original, A Coisa ainda é classificado como um dos livros mais importantes para a carreira de Stephen King. Recheado de personagens memoráveis e abordando temas que vão do bullying, passando pelo amadurecimento juvenil e entrando no fortalecimento de amizades, a obra é reverenciada pela legião de fãs do autor. Sob muita expectativa, It: A Coisa, a nova adaptação cinematográfica do livro, chega hoje aos cinemas de Fortaleza.
Na trama, um grupo de sete pré-adolescentes, o “Clube dos Otários”, descobre que uma entidade assola a cidade de Derry. Incorporando a figura do palhaço Pennywise (Bill Skarsgard), a criatura ataca as crianças da região. Cabe aos jovens encontrar uma forma de impedir os assassinatos, ao passo que descobrem mais sobre si mesmos e desenvolvem laços profundos de amizade.
Ainda que seja conhecido por ser uma história de terror, o medo não é a característica principal de A Coisa. Por mais que Stephen King evoque imagens perturbadoras, como a entrada nos esgotos de Derry e os vários ataques de Pennywise, é nas relações entre os personagens que a história encontra seu ponto mais forte. Responsável pela adaptação, o diretor Andres Muschietti tem como desafio apresentar com competência as personalidades de personagens tão variados.
“Arrisco dizer que pode ser um filme que já nasce como um potencial clássico. Com essa nova tendência dos filmes de terror de construir uma atmosfera assustadora pelo psicológico e não só o susto pelo susto, provavelmente será um longa com grandes chances de envolver o público”, espera o jornalista, Kevin Alencar.
Esta é a segunda adaptação cinematográfica do livro. Lançado 1990, A Coisa: Uma Obra-Prima do Medo foi um filme feito para televisão. O baixo orçamento resultou em um produto pouco elogiado pela crítica, apesar de ter uma grande performance de Tim Curry como Pennywise. “Espero uma adaptação mais fiel ao livro. O longa de 1990 peca nesse sentido, pois muita coisa da história não foi mostrada. Acredito que dessa vez eles conseguirão captar a alma do livro”, adianta Rômulo Jácome, estudante de letras.
Outras mídias
Um dos autores mais adaptados da atualidade, o estadunidense já teve dezenas de obras desenvolvidas tanto para cinema, como para seriados de TV e revistas em quadrinhos. Somente em 2017, a saga da Torre Negra foi levada para os cinemas, enquanto o livro policial Mr. Mercedes virou uma série de televisão. Jogo Perigoso, desenvolvido pela Netflix, também está com lançamento marcado para o segundo semestre deste ano.
Com seus livros sendo adaptados desde os anos 1970, o escritor já trabalhou ao lado de grandes diretores, como Stanley Kubrick (O Iluminado), Frank Darabont (Um Sonho de Liberdade), Brian de Palma (Carrie, A Estranha) e George A. Romero (Creepyshow).
OUTRAS ADAPTAÇÕES
O Iluminado (1980)
Fugindo quase que totalmente da história do livro, a adaptação é odiada por Stephen King, mas é considerada um dos maiores filmes de terror já produzidos. Comandado por Stanley Kubrick, o filme ainda traz um Jack Nicholson numa de suas interpretações mais memoráveis.
Conta Comigo (1986)
Clássico da “Sessão da Tarde” e lembrado pela cena da sanguessuga, o filme adapta de forma fiel o conto O Corpo, presente no livro Quatro Estações. Assim como em A Coisa, a amizade dos jovens é o ponto mais importante da trama.Louca Obsessão (1990)
Trazendo uma performance aterrorizante de Kathy Bates, que a rendeu o Oscar de Melhor Atriz, o filme traz um personagem comum entre as obras de King: um escritor em situação complicada. Com uma fã obsessiva como antagonista do escritor, o personagem representa o medo de Stephen de seus fãs mais exagerados.