[FOTO1] 

Cinquenta e um anos após o seu lançamento original, Star Trek (ou Jornada nas Estrelas), continua sendo classificado como um clássico do cinema e da televisão. A gigantesca franquia, que possui 13 filmes, seis séries e inúmeras temporadas e episódios, personifica a imagem altruísta e humanitária de seu criador, Gene Roddenberry, falecido em 1991. O idealizador, recusado diversas vezes como escritor antes de ser aceito pela emissora NBC, imaginava um futuro despótico que abraçava todas as raças e mundos, sem preconceitos ou desunião. Sob muita expectativa, Star Trek Discovery, a nova roupagem do programa, chega na madrugada de segunda-feira, 25, à Netflix, em 15 episódios divididos em duas partes.

 

A Série Clássica, de 1966, quebrou vários padrões. Enquanto o líder ainda era um americano, loiro e dos olhos claros, a ponte da nave reunia um russo, em plena Guerra Fria; um asiático, anos após os ataques em Hiroshima e Nagasaki; e uma mulher negra -duas quebras de paradigmas em uma única personagem. Com isso, a atração alcançou os mais diversos públicos e rendeu novas franquias a cada geração, apesar do desinteresse progressista. A última série, Enterprise, que teve o seu último episódio em 2005, foi um fracasso. Agora, depois de uma revitalização colorida e moderna nos cinemas, a plataforma de streaming Netflix comprou a ideia e produziu a sua própria série, que, com o apoio da CBS e do produtor Bryan Fuller, distribuirá em 190 países o novo universo, que se passa 10 anos antes da Série Clássica com Kirk, Spock e McCoy.

Na trama, os personagens, incluindo a Capitã e a Oficial de Ciências (uma asiática e uma negra, respectivamente), exploram em Vulcano, planeta natal de Spock, novas formas democráticas de seguir em paz pelos mundos. Isso já garante outros personagens clássicos surgindo, como o pai de Spock, o Embaixador Sarek.

Expectativa

O cartunista, ilustrador e membro fundador do Grupo Avançado, fã clube cearense de Jornada nas Estrelas e Universos Fantásticos, João Marreiro, 46, enfatiza que a série, além de uma obra otimista que se passa no futuro, é sobre o amadurecimento da humanidade, que superou as suas diferenças e evoluiu tecnologicamente. “Jornada nas Estrelas moldou o mundo que vemos desde os aparelhos celulares, tablets, videoconferências a cirurgias, diagnósticos e tratamentos com lazer ou ondas sonoras”, diz.

 

Ele ainda destaca que o programa acabou por estimular gerações de cientistas, escritores e pensadores, o que justifica porque o seu público é tão seleto. Já sobre a nova série, ele aponta que parte do público conhecerá Jornada a partir do que for mostrado em Discovery. “A Ficção Científica sempre foi uma porta para questionar o mundo e seus valores e Jornada nunca abriu mão disso. Minha esperança é de que não desapeguem da filosofia em troca de efeitos mirabolantes e emoções baratas. Star Trek é, no fundo, a procura de seres humanos melhores”, finaliza.

 

SERVIÇO

 

Todas as séries de Star Trek, incluindo o programa animado, estão disponíveis na Netflix.

www.netflix.com