Mais de duas décadas após o lançamento do primeiro episódio, a série de televisão Arquivo X continua ganhando fãs e causando furor ao redor do mundo. Hoje, três de janeiro, a 11ª temporada estreia nos Estados Unidos. Iniciada na ficção científica, passando por vertentes de ação e, agora, percorrendo o terror, a produção é uma das mais emblemáticas da década de 1990. Na próxima quarta-feira, 10, está marcada a estreia no Brasil.

Além dos episódios para a televisão - exibidos no canal pago FOX - Arquivo X migrou para as histórias em quadrinhos, para os livros, para o cinema e para os videogames. A série foi um fenômeno até a exibição dos últimos episódios, em 2002. À época, já eram contabilizadas nove temporadas e um longa-metragem. A história mostra o desenrolar da abertura de arquivos governamentais sobre a existência de “vida lá fora” e outros casos paranormais. Em julho de 2008, houve uma tentativa de retomada com o filme Eu quero acreditar, dirigido por Chris Carter.

Mas foi apenas em 2016, quando a décima e esperada temporada foi exibida, que a série finalmente concretizou seu retorno ao mundo nerd. Segundo informações divulgadas pelo canal FOX, a nova temporada terá dez episódios.

A série

“Iniciou num contexto interessante, pois era o começo dos anos 1990 e os grupos de ufologia estavam se tornando sérios, inclusive no Brasil, e esse debate estava bombando. Então, a série ganhou popularidade pelo próprio tema estar pop. Os arquivos norte-americanos de ufologia e paranormalidade tinham sido ‘abertos’, o assunto era interessante. Além disso, os temas acabam sendo diversos e envolvem uma gama de conspirações e teorias”, aposta o estudante Vicente Souza, 24 anos, que começou a assistir a série aos 17, após receber a indicação em um grupo de ufologia.

O início da narrativa é estrelado pelos agentes especiais Mulder e Scully, interpretados respectivamente por David Duchovny e Gillian Anderson, que anunciou a saída da produção após a nova temporada. Tetê Macambira, professora de língua portuguesa, acredita que os protagonistas são o trunfo da produção, pois eles se complementam em vários aspectos. “Sem falar na teoria da conspiração subliminar - e muitas vezes bem claramente mesmo -, quando Mulder vacilava em sua credulidade nos ETs - mas por pouco tempo. E, na outra ponta, a superdescrente Scully vai mudando de ideia”, diz.

Para a professora, é interessante observar como “as oposições” buscam harmonia e precisam se unir para vencer os inimigos em comum. “E outra: mudou a expectativa. Até então o papel de credulidade e fé cega era destinado às mulheres, enquanto aos homens era tradicional um papel desdenhoso às crendices, mitos e lendas. Inverteram-se os papéis”, aponta Tetê, que continua como fã assídua das produções.

“E todo mundo ama ‘shipar’ o Fox e a Scully”, afirma Vicente, lembrando que esse termo, atualmente usual entre fãs de séries e de cultura pop, surgiu a partir de Arquivo X. A expressão é utilizada quando uma pessoa acredita e torce para o relacionamento de um casal, fictício ou real. Para o estudante, a produção seguiu a tendência do terror, que vem sendo apropriada por filmes de ufologia nos últimos dez anos. “Eles estão acompanhando essa tendência, mas continuam imprimindo a marca da série. Acho que o tema de ufologia e paranormalidade nunca vai ter baixa, sempre tem uns ‘loucos’ que nem eu consumindo”.

Tetê Macambira resume a série em alguns tópicos: mentalidades opostas trabalhando em conjunto e, pouco a pouco, se apaixonando, mais um misterioso vilão em comum, mais teoria da conspiração, mais ufologia, mais mistério e suspense. O resultado, ela afirma, é “um quase culto reverenciado por todos nós que acreditávamos que a verdade - qualquer que seja ela - continua lá fora”.

Serviço 

Estreia nos Estados Unidos: hoje, 3 de janeiro

Estreia no Brasil: quarta-feira, 10 de janeiro

Canal FOX