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Depois de 27 anos, Elektra Vive é republicado no Brasil
Vida & Arte

Depois de 27 anos, Elektra Vive é republicado no Brasil

História em quadrinhos que tem o retorno da personagem Elektra é republicada no Brasil depois de 27 anos. A obra fala sobre como lidar com a morte de pessoas queridas
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Elektra Natchios surgiu originalmente, em 1981, nas aventuras do super-herói Demolidor. Concebida pelo autor Frank Miller e publicada pela editora Marvel, a heroína é uma ninja assassina treinada, que tem um par de adagas sais (espadas curtas em formato de tridente) como a sua marca e arma principal. Durante muitos anos, Miller escreveu Elektra como interesse amoroso e principal apoio do Homem sem Medo. Até que ela foi morta pelo vilão Mercenário. Na história, ela morreu nos braços de Matt Murdock, o Demolidor. Essa tragédia dos quadrinhos serviu para que, quase dez anos depois, o autor atormentasse o herói com a dor da perda em Elektra Vive.


Com cores da colorista Lynn Varley, e roteiro e desenhos de Frank Miller, a obra foi publicada em 1990 nos Estados Unidos e em 1991 no Brasil, quando a responsável por publicações de quadrinhos da Marvel ainda era a editora Abril. No mesmo ano, o quadrinho foi premiado como Melhor Graphic Novel no prêmio Eisner, considerado a principal honraria das HQ’s. A editora Panini, depois de republicar Elektra Assassina em 2017, reservou o relançamento brasileiro de Elektra Vive para as próximas semanas de 2018.


A história conta, em 96 páginas, como Matt Murdock lidou com a morte de sua amada. O personagem passa a sonhar constantemente com o retorno da assassina, o que o faz ficar paranoico. Para o autor, a aventura serviu como uma terapia que fala sobre perdas. Ele destacou em 2017, quando veio ao Brasil para a Comic Com Experience, que aprendeu mais sobre o conceito de morte depois de escrever essa história. “Elektra, considerada uma filha, morreu para tantas outras surgirem. Ela serviu de exemplo para os autores criarem novas personagens, novas histórias. Eu aprendi, com a sua morte, sobre a própria vida”.


O professor de literatura e fã da personagem, Lourenço Becco, diz que acredita ser importante republicarem histórias como Elektra Vive. Ele destaca que aventuras protagonizadas por personagens fortes, que não se submetem ao poder masculino, servem como modelos para as jovens leitoras. “Elektra teve um grande papel nessa popularização de quadrinhos. Ela quebrou paradigmas de como a mulher era representada. Ela era forte, decidida, independente e feroz, e não a donzela em perigo. Ela viveu, morreu e retornou em seus termos”, conta.


Para a publicitária e crítica de cinema Hillary Maciel, o relançamento é uma oportunidade para as mulheres que querem se envolver mais com quadrinhos e cinema. “Ano passado as maiores bilheterias foram protagonizadas por mulheres (A Bela e a Fera, Star Wars: Os Últimos Jedi e Mulher-Maravilha), e, além disso, tivemos quadrinhos e séries de TV com mulheres protagonistas. Isso é uma visão daqueles que perceberam que o público feminino é tão grande quanto o dos homens. Sobre Elektra Vive, vale lembrar que já tem quase 30 anos que foi publicado. É praticamente raro. Agora, tudo está mudando”, explica.

 

OUTRAS HEROÍNAS QUE SURGIRAM DEPOIS DE ELEKTRA 


Katana (1983)

 

A personagem, da DC Comics, apareceu pela primeira vez no quadrinho The Brave and the Bold. Em fevereiro de 2013, Katana recebeu sua própria série escrita por Ann Nocenti e arte de Alex Sanchez. Ela teve a primeira aparição nos cinemas em 2016, em Esquadrão Suicida.
 


Kamala Khan (2013)
 

Kamala Khan, que assumiu o manto de Ms. Marvel, surgiu em histórias complexas para quebrar padrões culturais, estéticos e preconceitos. Kamala tornou-se popular por ser uma adolescente muçulmana com poderes.
 


Spider-Gwen (2014)
 

A personagem foi concebida pelo roteirista do Homem-Aranha, Dan Slott. Ela participa de uma equipe do Spider-Verse ( com heróis com os mesmos poderes de Homem-Aranha) na série Web Warriors. A série é escrita por Mike Costa, e David Baldeon é responsável pela arte.

 

Poderosa Thor (2015)
 

Depois que o Filho de Odin se tornou indigno dos poderes do Thor, uma nova heroína surgiu para tomar seu lugar. Jane Foster, personagem muito importante nas histórias do asgardiano, assumiu o manto e se destacou como uma nova protetora viking de Asgard.

 

Iron Heart (2016)
 

Riri Williams, personagem negra da Marvel, é a substituta de Tony Stark, o Homem de Ferro. Ela é um gênio da ciência que, aos 15 anos, entrou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e construiu a sua própria armadura dentro do quarto. A heroína foi criada por Brian Michael Bendis e desenhada pelo brasileiro Mike Deodato Jr. 

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