A OBSESSÃO QUE MUDOU A SÉTIMA ARTE
O documentário 78/52, que estreou ontem, 1, na Netflix, fala sobre a icônica cena cinematográfica de assassinato sob o chuveiro do filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock. Feita em 78 ângulos e 52 cortes, aquele instante se tornou um exemplo de como se criar tensão seguido de medo e gritos. Ela não tem mais que três minutos de duração, ainda que tenha marcado a história do cinema e do horror.
O diretor Alexandre O. Philippe, um especialista da cultura pop, convidou figuras influentes do cinema para comentarem a cena em suas especialidades: montadores descrevem as particularidades da montagem; diretores de fotografia falam sobre luz e enquadramentos; atores comentam o que a jovem atriz passou na cena; historiadores inserem a sequência em um contexto histórico etc. A análise parte de uma abordagem sociológica ampla (os movimentos de liberação ou conservadorismo dos anos 1960) à linguagem cinematográfica, e por fim aos detalhes: o efeito translúcido da cortina do banheiro, a busca pelo som perfeito do esfaqueamento, a escolha da cor branca para os azulejos, o som da água caindo no chão, o melhor efeito sonoro no grito.
O documentário, que possui tantos detalhes, se desenvolve com fluidez através da montagem frenética que engancha temas, cenas e materiais de arquivo. Enquanto isso, a trilha sonora evoca os temas sonoros de Psicose e a fotografia em preto e branco remete ao clássico.
Para quem gosta de cinema, o documentário é uma delícia. Os admiradores do diretor podem aprender mais sobre a sua genialidade e sobre a sétima arte em si. É uma pena, no entanto, que Psicose não se encontre no acervo da Netflix. Um erro recorrente de se colocar um documentário no catálogo e não ter o filme original que o inspirou, como aconteceu com o Jim & Andy, que fala do filme O Mundo de Andy, também de fora da Netflix.
CINCO CURIOSIDADES SOBRE ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ
Com direção dos Irmãos Coen, o filme Onde os fracos não têm vez narra a história de Moss, personagem que encontra uma mala cheia de dinheiro no deserto. Logo Anton Chigurh, um assassino psicótico sem senso de piedade, é enviado ao seu encalço. O filme conta com Josh Brolin, Tommy Lee Jones e Javier Bardem, que ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante. O filme estreou em 1 de fevereiro de 2008 no Brasil.
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O filme ganhou o Oscar de melhor filme, diretor, ator coadjuvante e roteiro adaptado2
Os irmãos Ethan e Joel Coen assinam a montagem sob o pseudônimo Roderick Jaynes
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Heath Ledger chegou a negociar uma participação no filme, mas abriu mão dele para poder descansar
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Josh Brolin voltaria a trabalhar com os Coen em Bravura Indômita e Avé, César!5
A arma que o vilão usa em suas vítimas é para abater gado. A ideia é mostrar que ele os enxerga como animais.