Conhecido por suas histórias em quadrinhos, Conan, O Bárbaro, nasceu, originalmente nas páginas da revista Weird Tales em formato de contos literários. O criador do herói, Robert E. Howard, publicou a primeira história em dezembro de 1932, quatro anos antes de sua morte.
Com a estreia, o autor foi responsável por criar o gênero “Espadas & Feitiçaria”, que conta com elementos de fantasia caracterizados por sua ênfase em combates violentos e intervenções sobrenaturais, que inclui a presença de deuses, monstros e magos. O celebrado novelista acabou servindo de inspiração para J.R.R. Tolkien, criador do universo de O Senhor dos Anéis, e George R. R. Martin, autor de Game of Thrones.
Howard ainda foi o criador de diversos outros personagens, como Solomon Kane, Bran Mark Morn, Red Sonja e o rei Kull. Ele era um escritor prolífico, que ficou conhecido por publicar contos de todos os gêneros, incluindo histórias de crime, terror, aventura e faroeste. O trabalho que desenvolveu com Conan é considerado, por muitos leitores, um dos pontos mais altos da “Era de Ouro” dos pulp fictions (livros e quadrinhos adultos, surgido nos Estados Unidos).
O personagem, no entanto, veio a se popularizar com as histórias em quadrinhos, que começaram a ser publicadas com as mesmas tramas e aventuras pensadas por Howard. As obras, no caso, eram desenhadas por outros artistas. Depois disso, os autores e as editoras que possuem os direitos de Conan criaram suas próprias histórias, esquecendo os originais lançados há quase 100 anos. Sabendo disso, a editora Pipoca & Nanquim publicou o primeiro livro de uma trilogia que conta com as primeiras histórias, em sequência, do personagem. As obras ainda trazem ilustrações de artistas como Mark Schultz e Gary Gianni, diversos extras, sobrecapa de acetato transparente e, pela primeira vez no Brasil, as capas originais de Frank Frazetta, desenhista responsável por parte dos quadrinhos do herói.
“O primeiro conto, que tem como seu título a Fênix na Espada, é a gênese do estilo ‘Espada & Feitiçaria’, já que começa com uma trama extremamente política de traição em um cenário parecido com o nosso mundo, mas com muitas pitadas de fantasia. É algo extraordinário e que deve ser propagado e conhecido pelos amantes de grandes aventuras”, diz Rildon Oliver, redator e podcaster do site CosmoNerd.
Quanto ao trabalho feito pela editora Pipoca & Nanquim, Rildon destaca que é para valorizar. “Eles buscaram algo único para os amantes de Conan e literatura fantástica. É um trabalho primoroso que me faz esperar com muita ansiedade pelos próximos dois volumes”. A editora confirmou as continuações para 2018.
Daniel Lopes, um dos proprietários da editora Pipoca & Nanquim, conta ao O POVO que o livro é uma obra necessária para todos os fãs do personagem. “Quem quiser conhecer o Conan de verdade, tal qual concebido pelo seu criador, precisa ler os livros. Trazer essa obra completa e original para o Brasil foi, sem dúvidas alguma, um sonho realizado. Um orgulho”, diz.
Para finalizar, Alexandre Callari, outro proprietário da editora, conta que Howard, que faleceu com 30 anos, representa vários leitores inspirados a contar boas histórias. “Ele morreu sem ver o sucesso de seu personagem. Ele não viu os filmes, os quadrinhos. Cabe a nós continuar lendo e compartilhando esse legado. As pessoas estão muito empolgadas e em janeiro o livro entrou na lista dos 20 mais vendidos da revista Veja, o que foi um triunfo para nós. Há quem se confunda ainda, achando que é HQ, mas batemos firme nas mídias sociais para explicar a realidade. As pessoas estão amando. E essa é a verdadeira imortalidade que uma pessoa pode deixar”, diz.
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A editora Marvel compro recentemente os direitos de publicação de Conan. Em 2019, quadrinhos inéditos do bárbaro serão publicados