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Mesmo sendo hoje quase uma viga-mestra da indústria do entretenimento, sequências de franquias consagradas parecem fadadas a dividir opiniões. Seja no cinema ou nos videogames, a adição de um novo capítulo a uma série costuma rachar entusiastas entre fanboys ávidos e aqueles que torcem o nariz para possíveis máculas à obra original.

Se nos mundo dos filmes o anúncio de uma sequência quase sempre atrai artilharia pesada da crítica, nos games ocorre praticamente o inverso, ficando a impressão de que a criação de franquias é exigida em lei para qualquer sucesso.

A gente entende: séries vendem, pagam as contas dos estúdios. E aí as prateleiras se abarrotam todos os anos de títulos com soldados na capa e jogos da Ubisoft onde o jogador escala coisas para revelar o mapa.

Existem ainda, no entanto, estúdios que usam a previsibilidade do estabelecimento de franquias a seu favor. São aqueles jogos que, de tão bons, só podem ter a não existência de sequências explicada por bruxaria ou algum complô sinistro.

Em 2018, várias dessas franquias enfim voltam às prateleiras, para a alegria dos fãs e desespero na hora de pagar as contas. Nas linhas seguintes, a gente comenta alguns deles.

 

SURVIVAL

The Last of Us II

Se você jogou alguma coisa de videogame nos últimos vinte anos, provavelmente já matou zumbis que andam, que correm, que rastejam, que tentam te agarrar pelas janelas. Cachorros zumbis, robôs zumbis, zumbis alienígenas, zumbis nazistas, zumbis nazistas robôs. Você já atirou, cortou, picotou, queimou, atropelou, esmagou, fatiou com um cortador de grama (obrigado, Dead Rising II).

É fácil entender, portanto, a expectativa em torno de The Last of Us II, ainda sem data para lançamento. Com enredo rico em personagens bem desenvolvidos e trilha sonora impecável do ganhador do Oscar Gustavo Santaolalla, o survival de apocalipse zumbi da Naugthy Dog conseguiu prosperar em um universo ultrassaturado e empurrar limites de um PS3 considerado em fim de linha.

Agora, Joel e Ellie retornam (ou pelo menos Ellie, a julgar pelos teasers liberados até agora) para continuar a história que emocionou gamers e criou todo um universo em torno da franquia. Mais do que um gameplay excelente que se sustenta até hoje, Last of Us prova que jogos da grande indústria “triplo A” podem ter alma e coração. E vamos roendo as unhas.

PS4

Último da série: The Last of Us (2013)

AÇÃO-AVENTURA

Shenmue III

Thriller policial do lendário designer Yu Suzuki, a série Shenmue é conhecida pelo complexo sistema de dia-e-noite, pelo roteiro impecável e por deixar milhares de jovens dos anos 2000 morrendo de inveja dos amigos que tinham um Sega Dreamcast. Originalmente pensada para ter cinco episódios, a saga do lutador Ryo Hazuki em busca pelo assassino de seu pai sofreu com o pouco sucesso comercial do console da Sega e acabou cancelada no segundo volume. Para alegria dos fãs, a espera por um desfecho pode acabar ainda no 2º semestre, 17 anos depois. (PC, PS4)

ACTION-RPG

Kingdom Hearts III

Muita coisa mudou no castelo da Disney desde que Mickey e cia. se reuniram para o último Kingdom Hearts, há treze anos. A série, que une mundos da megacorporação do Pato Donald e da Square Enix em grandes combates com elementos de RPG, deve ganhar sequência ainda este ano. De cara, a novidade mais marcante foi a compra, em 2006, dos estúdios Pixar pela Disney. A mudança traz para a panela personagens como Woody e Buzz Lightyear de Toy Story. Um convite à nostalgia (continuamos esperando por um jogo de luta entre Darth Vader e o Pateta). (PS4, Xbox One)

AÇÃO-AVENTURA

Red Dead Redemption II

Oito anos após devastar fãs com um dos finais mais amargos da geração passada de consoles, a Rockstar inverte o filme e retoma o tiroteio em terceira pessoa com uma sequência que se passa anos antes dos eventos do jogo anterior. Como sempre, o estúdio pouco revelou sobre o game, agendado para ir às lojas em outubro. Em dois trailers lançados até agora, muito mistério e vários personagens novos — nenhum deles John Marston, o protagonista de Red Dead Redemption. Anunciada no final de 2016, a “sequência” é grande aposta para jogo mais vendido do ano. (PS4, Xbox One)

AÇÃO-AVENTURA

Mega Man 11

Figura icônica da cultura gamer nas gerações 8 e 16 bits, o androide azul completa este ano 31 anos frustrando planos do Dr. Willy. Tão versátil quanto o arsenal do personagem-título, a série gerou mais de 50 jogos de dezenas de gêneros, até futebol. Agendado para o fim do ano, 11º título da série original segue reboot iniciado em Mega Man 9 (2008). Diferente deste, que seguiu linha 8-bit do NES (“Nintendinho” no Brasil), o novo game leva a série para o 2.5D, mais próximo ao Super Nintendo. (PC, Switch, PS4, Xbox One)