De tempos em tempos, as produtoras de cinema passam por um problema muito sério: vazamento de filmes. Essa tragédia que envolve milhões de dólares, não acontece somente nos EUA. No Brasil, na Índia e na Europa também ocorre, apesar de ter menos hackers nesses outros países.

E esses vazamentos não se devem somente aos hackers. Em muitos casos, inclusive no Brasil, os filmes são vazados por pessoas que trabalham nos próprios longas, o que torna o caso ainda pior. A FOX, por exemplo, uma das maiores vítimas desse problema, conta que as pessoas vendem para blogs especialistas em publicações de vídeos ilegais. Os valores podem variar dependendo da importância da obra. X-Men Origens: Wolverine (2009) fez parte de um desses casos.

O filme vazou quando o estúdio FOX ainda estava trabalhando na pós-produção. Eles estavam ajustando detalhes, como a trilha sonora, montagem e efeitos visuais, que foi tratado por 19 marcas distintas que tinham o intuito de tornar o filme mais realista. Cada empresa tinha 400 pessoas.

Infelizmente, a obra do super-herói parou na internet um mês antes de sua estreia. Coube à FOX contatar o FBI e investigar a origem do crime. Eles rastrearam a rede da propriedade que publicou o filme na internet e descobriram que o homem que postou na rede tinha comprado o longa de um feirante em Nova York, que alega ter adquirido de uma empresa australiana. O FBI encontrou o fornecedor e o prendeu. Ele trabalhava em uma das 19 empresas e o valor nunca foi revelado.

Tropa de Elite (2007) foi outro caso famoso. O filme estava sendo legendado no Brasil para ter a sua estreia em outros países. A obra vazou por alguém de dentro dessa empresa de legendas e foi parar em sites e feiras de pirataria. Há quem diga que o diretor José Padilha optou vazar o filme como uma estratégia de faturar mais.

A história tem fundamento, visto que o diretor apontou em entrevistas que o final da obra era diferente daquela vazada. Quando as pessoas foram conferir o filme nos cinemas, um mês depois de ter sido vazado, elas descobriram que o final era o mesmo. Isso garantiu ao longa a bilheteria de US$ 14 milhões no mundo para a primeira parte e US$ 63 milhões para a continuação. Apesar disso, o diretor nega o vazamento assiduamente.

Outro caso infeliz foi o filme Hulk (2003), que demorou mais de cinco anos para ficar pronto e vazou um dia antes de seu lançamento, tendo um resultado medíocre nas bilheterias. Os mais recentes foram: Para Sempre Alice (2014) e Mercenários 3 (2014). Esse último “sofreu” 200 mil downloads em dois dias.

Ainda existem situações em que o filme não vazou antes de seu lançamento original, mas foi parar na internet antes de estrear em outros países, como acontece anualmente com os filmes indicados ao Oscar. Eles vão para sites ilegais depois do formato digital.

Em alguns casos, a polícia consegue resolver. Os responsáveis são presos e/ou pagam multa alta. Em outras situações nebulosas, eles não são descobertos, o que pode tornar o filme, infelizmente, em um fracasso instantâneo.