O POVO - Enquanto “não-ator”, o que você descobriu de mais gostoso e mais difícil num set de filmagens?
Jaloo - Foi conhecer esse universo do cinema, que eu não conhecia. Eu aprendi muita coisa e adicionei ao meu trabalho. A questão de atuar é muito difícil, é preciso muita dedicação. É preciso analisar cada gesto, cada articulação, a terminação das frases para tornar tudo mais natural possível. E é difícil agir naturalmente quando você tem que seguir um texto, algo pré-estabelecido a ser feito.
OP - O convite veio a partir do que a diretora viu nos seus clipes. De que modo você pensa o audiovisual como transposição do que você compõe e canta?
Jaloo - Eu tenho uma relação muito forte com audiovisual no meu trabalho. É claro que não adianta fazer um clipe todo elaborado e cheio de elementos visuais e coisas bem pensadas se a música não for boa. Eu tento fazer esse combo dar certo. Já que a música tá legal e eu estou curtindo, eu vou fazer o máximo para que a questão visual também seja.
OP - As diversidade de sexualidade e gênero têm ganhado visibilidade nas produções audiovisuais do País (filmes, séries, novelas). O que de mais urgente ainda falta evoluir nesse sentido?
Jaloo - O que existe de mais urgente a ser mostrado, se é que já não está sendo feito - e Paraíso Perdido é um ótimo exemplo disso, é a naturalidade e a natureza das coisas em relação à diversidade. Quando as grandes produções televisivas e audiovisuais começaram a fazer essa abordagem, as representações eram demasiadamente caricatas, algo que está sendo engavetado a todo momento.Agora, a figura da diversidade e da sexualidade em personagens está sendo mostrada com mais naturalidade. Esse é o caminho...Renato Abê