Quando Pedro Bial foi confirmado, em 2016, como o substituto de Jô Soares - que se despedia de seu Programa do Jô, na Globo -, especulava-se o que o então novo dono do horário na emissora traria ao formato. Jornalista com muitos anos de experiência, Bial havia deixado o Big Brother Brasil, que comandou por 16 edições, para assumir a nova empreitada. Em maio do ano passado, Conversa Com Bial estreou com Cármen Lúcia e Fernanda Torres no sofá dos convidados, e Bial visivelmente tateando seu tom como apresentador de talk-show.
Agora, mais de 200 edições depois daquela estreia (marca alcançada no último dia 21, com o best-seller Dan Brown), Pedro Bial tem hoje um dos melhores programas do gênero da TV brasileira.
A ideia de reunir vários convidados para debater um mesmo tema se consolidou na 2ª temporada, que atualmente está no ar. Numa difícil ‘escolha de Sofia’, Bial cita alguns de seus programas eleitos, como com a compositora e escritora Rita Lee e com o do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, ambos da 1ª temporada, mas a nova safra de entrevistas parece estar mais pulsante em sua memória.
Aliás, este ano é que Bial teve certeza de que ele e sua equipe acertaram, conta o apresentador. “Eu já estava bastante contente ano passado. Acho que a gente encontrou uma linguagem própria. Então, a 2ª temporada veio reforçar um sentimento de satisfação que se insinuou no segundo semestre do ano passado”.
E o que eles desejavam para esta 2ª temporada? “A gente gosta dos programas com temas, mas a gente sempre chega aos temas depois de ter encontrado um personagem que nos leve a ele”, explica Bial. Assim foi com Amanda Paschoal, autista e ativista da causa, que participou do programa sobre autismo ao lado da psiquiatra infantil Raquel del Monde e do jornalista Luiz Fernando Vianna, pai de um menino autista, e, na plateia, a jornalista Andrea Werner, também mãe de um autista. “A presença da Amanda Paschoal foi fundamental. Ela, por si só, valia um programa, mas, a partir dela, a coisa cresceu e apontou para vários lados”.
“Não concordo com aquela máxima do jornalismo que a gente sempre tem de ouvir o outro lado. Acho muito pouco, não tem só um outro lado, há centenas de lados. Não ter uma versão oficial da história, mas várias versões enriquece a democracia, aperfeiçoa nossas relações”.
Ag. Estado