O tempo caminha mais lento em Petrópolis. Na região serrana do Rio de Janeiro, a cidade era uma paixão de Dom Pedro II, que costumava aproveitar as baixas temperaturas do local em longas temporadas. Alguns cenários vistos pelo imperador permanecem lá para serem visitados. São palácios e casarões que, cercados por muito verde, abrigam o presente sem perder o ar de túnel do tempo.
Petrópolis convida para um passeio a pé. E vejo duas possibilidades para conhecer o município onde nasceu a atriz Camila Morgado e o violonista Raphael Rabello. Uma é usando dois dias para visitar os principais pontos turísticos, tirar selfies e dar por visto. Outra é caminhar sem pressa, descobrindo endereços, histórias, sabores (sofisticados ou não) e, sim, visitando os principais pontos turísticos.
No centro de Petrópolis está a Praça Dom Pedro II, onde o imperador descansa sobre uma grande cadeira de pedra. Ela fica na "avenida", como os petropolitanos se referem ao centro comercial, e de lá se avista o Obelisco, o Grande Hotel, o Theatro Dom Pedro e o D'Angelo, choperia tradicional fundada em 1914. Nem precisa dizer qual é a dica lá. Se bater a fome, ao lado fica o Edifício Arcádia, onde está o Badofe, que vende o melhor brioche da galáxia.
antigos donos e estilo arquitetônico. Um ótimo serviço para turistas mais curiosos. Mais adiante está a Praça da Liberdade, ponto de encontro para todas as idades.
Seguindo nessa caminhada, ali por perto está a Universidade Católica de Petrópolis, o relógio de flores, a casa de Santos Dumont (visita obrigatória), a fábrica da Bohemia (com um passeio pela história da cerveja), o Museu de Cera (bem pequenininho). Mais afastado um pouco estão (em direções opostas) o palácio de Cristal e a rua Teresa, a meca de quem procura malharia a preços convidativos. Quem quiser gastar um pouco mais, tem a rua 16 de Março, um agradável passeio ladeado por marcas grã finas e pequenos cafés. Entre eles está uma marca registrada de Petrópolis: a casa do Alemão, com o inesquecível croquete de carne e o alucinante sanduíche de linguiça e queijo. Ah! E mais um chopp.
Outro ponto turístico obrigatório da cidade imperial é o Hotel Quitandinha. Um passeio por seus salões e pelo seu entorno é luxo só, e pode encerrar com um fausto rodízio de carnes no restaurante Lago Sul (localizado na margem do lago no formato do mapa do Brasil).
A Petrópolis do boêmio, do caminhante e do descobridor de cantinhos é mais curiosa que a do turista tradicional. Ela pode render uma costela no bafo no Serginho, um café na beira do balcão do Tony's ou uma conversa com o Roberto do sebo de LP's Grange. Em cada parada vale olhar ao redor, atentar para os detalhes e confirmar que o tempo corre mais devagar por ali.