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Mania de grandeza
Vida & Arte

Mania de grandeza

| NO CENTRO | Datado da década de 1970, o Condomínio Edifício Lobrás Fortaleza é casa de centenas de histórias, paisagens e personagens. O V&A passeou pelos treze andares do prédio, localizado na rua Barão do Rio Branco, testemunhando um curioso encontro entre passado e presente
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Do alto do Edifício Lobrás é possível vislumbrar o Castelão, o Marina Park Hotel, o Theatro José de Alencar, o Mercado Central, a Praça do Ferreira. São prédios que se estendem como um tapete aos pés da edificação de treze andares. Erguido no início dos anos 1970, na rua Barão do Rio Branco, a construção é um dos símbolos da memória do Centro de Fortaleza. Seus quase 50 anos de existência permitiram que o Condomínio Edifício Lobrás Fortaleza fosse testemunha das mudanças do entorno. Como espectador, o prédio viu o abrir e fechar do comércio durante décadas, viu o atual Cineteatro São Luiz morrer e renascer, viu o levantar de centenas de outros prédios verticalizando a Cidade.

 

O Lobrás já se anunciava como um espaço que tinha "mania de grandeza". "Este é o edifício para quem quer subir na vida", "O empreendimento que cresce um pavimento a cada 23 dias" e "Reserve já seu escritório ou conjunto de salas e entre no ritmo vertiginoso da nossa subida" eram as frases que estampavam as propagandas lançadas no O POVO em 1971, quando as unidades começaram a ser vendidas. Foi nessa época que o advogado Chagas Filho - que até hoje ocupa o décimo primeiro andar - resolveu investir no prédio. Para um profissional no começo da carreira, ele diz, parecia a oportunidade perfeita: estar no Centro e perto dos clientes, ter a visibilidade e o conforto do Lobrás. E foi. Hoje, aos 92 anos, Chagas Filho continua trabalhando em suas salas. Do Lobrás, explica, nunca teve vontade de retirar o escritório.

 

Por suas 348 salas - atualmente 110 estão desocupadas, nos cálculos da síndica Fátima Gomes - já passaram empresas de vários ramos. Escritórios de contabilidade, associações, casas de câmbio, consultórios odontológicos, lojas de relógios, joias e materiais fotográficos. Cada espaço vai ganhando a marca do seu ocupante - seja pela mudança no piso e pela grade reforçada ou pelos móveis e pela pintura das paredes. No começo da década de 1970, na opinião de Chagas Filho, o prédio era o "queridinho" do Centro da Cidade. A imponência se apresentava em alguns quesitos que hoje até podem parecer ínfimos, mas, para a época, representavam a mais completa tecnologia. "Esquadrias externas em Duralumínio, três elevadores sociais de alta-velocidade, com capacidade para 18 pessoas, entrada nobre em mármore, fino acabamento, unidades com iluminação natural direta", dizia anúncio publicado no O POVO. Agora, com o borbulhar de prédios banhados por porcelanatos, o Lobrás e seus adornos parecem ter parado no tempo.

 

Fátima, que trabalha no prédio desde 2007, explica que as intervenções tentaram preservar as características originais do Lobrás. Nem sempre foi possível, mas algumas marcas permanecem na edificação - como o mármore da entrada e o letreiro. Os elevadores, modernos à época da construção, ainda contam com a presença de ascensoristas. Algumas peças foram modernizadas, explica a síndica, mas as caixas de aço inox originais permanecem. O começo do dia é marcado pelos trabalhadores que chegam para iniciar a jornada. Por volta das 17 horas, entretanto, começa o movimento de descida. Filas vão se colocando diante da porta do elevador para cruzar os andares e serem jogadas na quentura do Centro. Aparecida Pereira tem 16 anos de trabalho como ascensorista no Lobrás. A rotina no elevador - de subir, descer, apertar botões e se permitir desbravar fronteiras em um quadrado quente de inox - a fez conhecer cada um dos frequentadores do prédio. "Sei a hora de cada um", brinca. 

 

Silas Falcão - presidente da Associação Cearense de Escritores (ACE) e editor do Selo Luazul - tornou-se ocupante do prédio há apenas sete anos. Não escolheu ir para o Lobrás, mas foi escolhido pelo prédio - após um amigo ceder uma sala no décimo segundo andar. O escritor acredita que a edificação nunca deixou de ser "queridinha" no Centro. "O prédio é antigo! É um dos mais antigos aqui de Fortaleza. Mas por ser antigo não se torna indesejável. Não se torna um local onde você não tenha segurança de estar por dez ou oito horas em virtude do trabalho", diz. Da janela, além do vento constante, Silas tem a visão do mar alencarino, incluindo o navio encalhado Mara Hope. E é a paisagem que muitas vezes tem inspirado os textos, as edições e as composições.

 

O Lobrás, na opinião da zeladora Angélica Guimarães, funcionária do local há quatro anos, está na sua melhor fase. E não importa que outras edificações sejam erguidas com maior luxo, pompa ou número de andares. "As pessoas são educadas aqui, são serenas, puxam papo no elevador e se importam. E o prédio reflete as personalidades de quem aqui habita", explica, enquanto avista o Estádio Castelão. "As pessoas não se mudam do Lobrás, elas não vão embora, não abandonam as salas. Elas morrem e não vem mais".

 

HISTÓRIA

O Edifício Lobrás Fortaleza foi iniciativa da Incorporação Lojas Brasileiras de Preço Ilimitado S.A. - que realizou obras em diversas capitais. À época do lançamento, as salas comerciais eram vendidas "a preço fixo, sem correção monetária e sem qualquer acréscimo". O stand de vendas ficava na Praça do Ferreira.

 

Uma das publicidades veiculadas no O POVO, em 1970, ressalta a proximidade do edifício com a Praça do Ferreira - "a praça mais bonita do Nordeste".

 

O Lobrás também teve fases difíceis. Em abril de 1982, dez salas foram arrombadas - de onde foram levadas máquinas de escrever, de calcular e objetos de escritório. Dias depois, a Polícia desarticulou a "gangue do sexo" - grupo que aliciava moças e comercializava fotos delas nuas.

 

O prédio tem entrada na rua Barão do Rio Branco, número 1071. O corretor responsável pelas primeiras vendas foi Assis Andrade e o engenheiro responsável pela edificação foi Jaime A. Verçosa.

 

Comercial

O Edifício Lobrás Fortaleza foi iniciativa da Incorporação Lojas Brasileiras de Preço Ilimitado S.A. - que realizou obras em diversas capitais. À época do lançamento, as salas comerciais eram vendidas "a preço fixo, sem correção monetária e sem qualquer acréscimo". O stand de vendas ficava na Praça do Ferreira.

 

Uma das publicidades veiculadas no O POVO, em 1970, ressalta a proximidade do edifício com a Praça do Ferreira - "a praça mais bonita do Nordeste".

 

O Lobrás também teve fases difíceis. Em abril de 1982, dez salas foram arrombadas - de onde foram levadas máquinas de escrever, de calcular e objetos de escritório. Dias depois, a Polícia desarticulou a "gangue do sexo" - grupo que aliciava moças e comercializava fotos delas nuas.

 

O prédio tem entrada na rua Barão do Rio Branco, número 1071. O corretor responsável pelas primeiras vendas foi Assis Andrade e o engenheiro responsável pela edificação foi Jaime A. Verçosa.

 

Policial

O Edifício Lobrás Fortaleza foi iniciativa da Incorporação Lojas Brasileiras de Preço Ilimitado S.A. - que realizou obras em diversas capitais. À época do lançamento, as salas comerciais eram vendidas "a preço fixo, sem correção monetária e sem qualquer acréscimo". O stand de vendas ficava na Praça do Ferreira.

 

Uma das publicidades veiculadas no O POVO, em 1970, ressalta a proximidade do edifício com a Praça do Ferreira - "a praça mais bonita do Nordeste".

 

O Lobrás também teve fases difíceis. Em abril de 1982, dez salas foram arrombadas - de onde foram levadas máquinas de escrever, de calcular e objetos de escritório. Dias depois, a Polícia desarticulou a "gangue do sexo" - grupo que aliciava moças e comercializava fotos delas nuas.

 

O prédio tem entrada na rua Barão do Rio Branco, número 1071. O corretor responsável pelas primeiras vendas foi Assis Andrade e o engenheiro responsável pela edificação foi Jaime A. Verçosa.

 

Vendas

O Edifício Lobrás Fortaleza foi iniciativa da Incorporação Lojas Brasileiras de Preço Ilimitado S.A. - que realizou obras em diversas capitais. À época do lançamento, as salas comerciais eram vendidas "a preço fixo, sem correção monetária e sem qualquer acréscimo". O stand de vendas ficava na Praça do Ferreira.

 

Uma das publicidades veiculadas no O POVO, em 1970, ressalta a proximidade do edifício com a Praça do Ferreira - "a praça mais bonita do Nordeste".

 

O Lobrás também teve fases difíceis. Em abril de 1982, dez salas foram arrombadas - de onde foram levadas máquinas de escrever, de calcular e objetos de escritório. Dias depois, a Polícia desarticulou a "gangue do sexo" - grupo que aliciava moças e comercializava fotos delas nuas.

 

O prédio tem entrada na rua Barão do Rio Branco, número 1071. O corretor responsável pelas primeiras vendas foi Assis Andrade e o engenheiro responsável pela edificação foi Jaime A. Verçosa.

 

 

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