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Cores de Beatriz, cores
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Cores de Beatriz, cores

| Perfil | Com um olhar no mundo e outro no interior do Ceará, Beatriz Soares inicia carreira se inspirando em Frida Kahlo e Tarcila do Amaral
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Tal qual na música de Adriana Calcanhotto, Beatriz Soares anda pelo mundo prestando atenção em cores (e traços). Ela se inspira nas nuances de Frida Kahlo e outras mulheres fortes, como Iris Apfel, Judy Chicago, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Yayoi Kusama. As inspirações, contudo, não ditam à risca o caminho do trabalho da jovem artista plástica e estudante de Design de Moda. Aos 18 anos, Beatriz tem estilo próprio e um currículo robusto, que aponta para um futuro produtivo, repleto de caminhos e possibilidades que se desenham.

 

Desde muito nova, ela conta, já buscava reproduzir no papel o que via ao seu redor, demonstrando interesse por pintura, desenho e cores. "Lembro de um episódio da minha vida que hoje virou uma representação de quem me tornei", lembra. "Tem um vídeo meu, com cerca de três anos, pintando as paredes da minha casa. Meu pai, ao invés de me repreender, gravou a cena, perguntou o que eu estava fazendo, elogiou o desenho e ainda disse 'é uma artista mesmo'". Observando esta memória, Beatriz acredita que este pintar de paredes se aperfeiçoou, levando-a a diferentes áreas e formas de expressão.

 

O ano de 2018 foi um ponto de partida para muitos dos planos de Beatriz serem colocados à frente. Antes precisando conciliar as atividades com a escola, ela, agora, expandiu o horizonte ao ingressar no curso de Design de Moda na Universidade Federal do Ceará (UFC), que tem aberto janelas e pontes para ela. Além disto, foi no ano que passou que Beatriz participou de minicursos no Centro de Belas Artes de São Paulo e em Florença, na Itália.

 

Dois marcos nesta trajetória inicial - que já ganha força - foram as participações no Cow Parade, considerado o maior evento de arte a céu aberto do mundo. Em 2018, foi a primeira vez em que o projeto chegou a Fortaleza, expondo 55 vacas de fibra de vidro pintadas por artistas do Ceará. Beatriz foi uma das pessoas a assinar uma vaquinha, a "XiloCow" - que ganhou este nome por ter diversas referências à xilogravura em seus traços.

 

Antes da Cow Parade, a jovem teve dois quadros expostos durante a 20ª edição da Casa Cor Ceará. As obras de Beatriz compunham o ambiente "Sala da Família", assinado por Ney Filho, e retratavam mulheres livres, sob as cores fortes que são uma assinatura da artista. "Busco retratar nos meus quadros mulheres que me inspiram e figuras criadas por mim com personalidade e com traços fortes. Figuras nas quais eu busco me espelhar", expande. "Acredito que as primeiras mulheres que retratei eram inspiradas naquelas que admirava e amava, como minha mãe e minha avó".

 

Na Moda, Beatriz segue uma lógica semelhante à que a conduz nas artes plásticas: não tem medo de combinar e exagerar nas cores, ressaltando assimetrias e acessórios diversos. "Gosto de me desafiar e me proporcionar momentos de criatividade, que se refletem nas minhas roupas e na minha estética. Expressar meus pensamentos, emoções e minhas transformações nunca sairão de moda para mim", traduz.

 

Beatriz entra 2019 com alguns quadros para concluir e planos ainda iniciais de realizar uma exposição. "Quero muito explorar mais alguns aspectos técnicos da minha pintura, com os quais já comecei a experimentar. E tenho o projeto de ficar um tempo maior na Europa, possivelmente o segundo semestre inteiro, quem sabe mais", conta a artista. Ao mesmo tempo que quer sair do País e explorar suas tessituras artísticas, Beatriz quer imergir no interior do Ceará, a partir da experiência que teve com a xilogravura na Cow Parade.

 

"Então, um projeto para 2019 é pesquisar sobre diferentes formas de arte que se desenvolveram localmente", mira. Para além dos diversos planos, Beatriz inicia 2019, principalmente, em um processo bem íntimo de descobertas. "Conseguir aliar a pintura, as artes plásticas e a moda e, com isso, tentar transformar a vida das pessoas, é um grande desafio que desejo perseguir".

 

Multimídia

Acompanhe a produção de Beatriz Soares no Instagram: @beatrizsoaress_

 

APOSTA

O Vida&Arte retoma hoje a sessão Aposta do Ano, contando a história de Beatriz Soares. Ao longo de 12 meses, vamos acompanhar o trabalho dela para, em dezembro de 2019, contarmos como foi o ano da artista. Acompanhem

 

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