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A força do realismo no teatro de José de Alencar
Vida & Arte

A força do realismo no teatro de José de Alencar

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Tipo Notícia

Faceta pouco conhecida de José de Alencar, o teatro acompanhou o escritor ao longo da vida. Logo nos primeiros anos de dedicação à escrita, ele foi responsável por conceber peças que, a seu modo, chegaram a fazer certo sucesso. O Demônio Familiar, As Asas de Um Anjo, Mãe, O Crédito e O Jesuíta são apenas alguns exemplos da dramaturgia alencarina que, com o passar do tempo, começa a ser mais estudada nas universidades. "Uma das principais marcas, assim como para o próprio romance, foi tentar abrasileirar mais as peças que eram desenvolvidas no País. Contudo, ao contrário do romantismo dos romances, ele acabou por dar força ao realismo nas peças teatrais daquela época", explica Nathan Matos, editor de livros que estudou a dramaturgia do autor durante mestrado em Letras na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Assim, diz Nathan, ao invés de suas criações gigantescas como vemos em O Guarani e Iracema, o teatro alencarino tem descrições dos "costumes da sociedade, como o trabalho, a família e o casamento, por perceber nesses assuntos valores éticos importantes a serem postos em discussão". A linha traçada por Alencar, entretanto, tinha como preceito não deixar o público desgostoso. "Ele cria que as peças realistas eram um retrato da sociedade burguesa de sua época e que deveria estar representada pautada em princípios moralizantes, mas não de maneira explícita", explica o editor, que, recentemente, colocou no mercado o livro Como e Porque Sou Romancista - autobiografia literária escrita por José de Alencar em 1873.

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