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O Date Perfeito é a nova aposta de comédia romântica da Netflix
Vida & Arte

O Date Perfeito é a nova aposta de comédia romântica da Netflix

De cowboy, perito em arte, dançarino de salsa, tenista, bad boy ao egocêntrico Brooks Rattingan. Filme traz reflexões sobre a difícil tarefa de se descobrir quem é perante o mundo
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Personalidades de O Date Perfeito (Foto: fotos divulgação)
Foto: fotos divulgação Personalidades de O Date Perfeito

Ser adolescente nem sempre é uma tarefa muito fácil, ainda mais quando seus pais não são ricos e você não tem o carro mais legal, e nem namora a garota mais popular da escola. Nova produção original da Netflix do gênero comédia romântica teen, O Date Perfeito foi lançado no último dia 12 de abril, com direção de Chris Nelson. Não é novidade que a televisão via streaming vem investindo cada vez mais no rosto de Noah Centíneo em produções desse gênero, entre elas estão: Para Todos os Garotos Que Já Amei, Sierra Burgess é uma Loser, e agora é a vez do ator viver o papel invertido e tentar sobreviver aos encontros imperfeitos que a vida pode trazer.

O filme conta a história de Brooks Rattigan, um adolescente cheio de inspirações e que sonha em estudar na requisitada universidade de Yale. Brooks vive com seu pai, um escritor falido que foi abandonado pela esposa após perder lugar no mercado editorial, mas os dois não conseguem manter um diálogo e tampouco uma relação de pai e filho.

A infância de Brooks não é abordada com profundidade na produção, mas a narrativa deixa bem evidente o quanto é difícil para o personagem lidar com o termo "família". O pai até tenta estabelecer alguns diálogos, mas fica evidente que o garoto não está muito interessado.

A rotina de Brooks é dividida com momentos na escola e no trabalho em uma lanchonete. É aí que entram em cena outros personagens da trama, como o metido Ricks, que faz questão de esbanjar o carro caríssimo e a popularidade que tem na escola - inclusive humilhando Brooks; e Murph, o amigo fiel com quem divide as tardes no trabalho para juntar o dinheiro que pode levá-lo à universidade.

O ponto de virada dessa realidade vem quando Ricks revela estar inconformado em ter que levar uma prima "revoltada" para o baile da escola e que os pais da garota o pagariam por esse encontro. Brooks vê aí uma oportunidade de ser dar bem, sem imaginar ainda o que o futuro o reservava.

Ao chegar na casa da prima de Ricks, Brooks é recebido pelo pai da garota, um típico piadista e ansioso para que a filha finalmente saísse de casa para ter uma noite normal de adolescentes. Entre sapatos jogados escada a baixo, surge Célia Lieberman, demonstrando que não é o tipo de garota que parece se importar com looks e bailes.

Célia não se importa com absolutamente nada que meninas da sua idade fazem e faz questão de deixar claro que só queria se livrar da obrigação de ir ao baile. Mas já no primeiro encontro com Brooks fica evidente que os dois formam um par, eles só não sabiam disso. No caminho de volta pra casa ela agradece pelos "serviços" do garoto e, ironicamente, diz que ele poderia ganhar a vida com isso. Depois de refletir, Brooks passa a pensar que ser um acompanhante de garotas solitárias pode ser um grande investimento.

Brooks resolve desenvolver, junto com Murph, um aplicativo em que oferece seus serviços de acompanhante e no qual cada usuária pode personalizar seu atendimento, escolhendo qual personalidade o garoto deve ter na hora do encontro. Mas há uma ressalva: o app não permite envolvimento afetivo. Depois de jogado na rede, o aplicativo ganha fama, e as solicitações de encontros aparecem uma após a outra. Na mesma semana Brooks se vê como cowboy, dançarino de salsa, carinha dos anos 1970, apreciador de artes e um simples ouvinte de histórias de uma recém viúva.

Com diferentes personas, Brooks se depara com o questionamento de não saber quem realmente é. Durante meses o garoto viveu uma série de personagens para outras pessoas terem o que precisavam. O que ele só se deu conta no final é que nem Célia, nem Murph e nem seu pai se importavam mais com ele. Brooks estava sempre tão ocupado vivendo uma realidade paralela que nem se deu conta de que todos se afastaram.

O Date Perfeito traz um parêntese da vida cotidiana, como frustrações, perdas, aceitação, ambições e auto-análise, além de abordar a difícil tarefa de se descobrir quem é perante o mundo.

A previsibilidade do filme oferece ao espectador certo conforto, sem muitas pretensões e seguindo à risca uma lista de ações consideradas clichês para uma típica comédia romântica. (colaborou Layane Marques)

 

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