Amanhã e sábado, dias 14 e 15, o Theatro José de Alencar será palco de versos de amor, melancolia, amadurecimento, reflexões e emoções próprias do começo da vida adulta. É porque o equipamento receberá apresentações musicais de Tim Bernardes, que reapresenta em Fortaleza o disco solo Recomeçar na sexta-feira, 14, e da banda O Terno, composta por Tim (voz e guitarra), Guilherme d'Almeida (baixo) e Biel Basile (bateria), que lança o recente < atrás / além > no sábado, 15.
O grupo, que existe desde 2009, já lançou três discos anteriormente - o primeiro em 2012. De início, influenciado mais por uma ideia de rock clássico, o trio teve como ponto de virada o lançamento de Melhor do Que Parece, em agosto de 2016, apresentando mais diversidade no som. Quase um ano depois, em setembro de 2017, Tim tomou coragem e abriu-se em Recomeçar, trabalho solo de estreia. Em abril último, veio, enfim, < atrás / além >.
Se na obra solo de Tim o eu-lírico das composições parece quase sempre apontar para afetos e relações amorosas, o disco da banda abre espaço para digressões mentais, reflexivas, sobre amor, sim, mas também amadurecimento, amizade, tempo. Nas letras de Recomeçar, escritas ao longo de vários anos, Tim reconhece abordagens "mais íntimas, emocionais e próximas, muito pessoais", enquanto aquelas do disco mais recente do O Terno trazem "reflexão". "O Recomeçar é um disco que tem um eixo temático e um conceito que atravessa o disco e é mais em relação a uma coisa de amor. O < atrás / além > também é conceitual, as músicas se relacionam entre elas, mas é menos uma história narrativa. Ele seria um livro mais filosófico enquanto o Recomeçar seria um romance", compara o músico.
O mais recente trabalho, como Tim aponta, carrega características dos dois discos anteriores. "De alguma forma, o < atrás / além > tem muito, quase como uma junção, do Melhor Do Que Parece e do Recomeçar, mas já num degrau acima, levando a coisa para novos lugares", explica. "Ele tem a coisa do trio - que é do Melhor Do Que Parece, mas um trio não convencional, expandido, não um power trio de rock - e também a orquestração do Recomeçar", avalia o cantor e compositor, filho do compositor paulistano Maurício Pereira (Mulheres Negras).
Os tais "novos lugares" acessados pelo grupo vêm por conta, como opina Tim Bernardes, "por causa da safra de canções". "Elas pediam esse intimismo, essa abordagem menos de trio de rock, (mais) de três amigos músicos tentando impulsionar o tamanho dessas canções íntimas. Nosso trabalho foi muito de (saber) como economizar na mão, tocar pouco e qual pouco. Saber ser minimalista, enxugar e pensar as ideias que entravam sem fazer o jeito que a gente tocasse ser maior do que a própria canção em si", relaciona.
Finalmente, as obras ainda se conectam - seja por aproximações ou distanciamentos - na dobradinha de apresentações no Theatro José de Alencar. "É muito legal, especialmente pra mim, que tô nos dois shows", diverte-se Tim. Para o artista, subir ao palco com os dois projetos dá a oportunidade de "explorar a musicalidade". "A experiência do O Terno é mais expansiva, pra fora, ainda que num disco que tem muitas canções intimistas. A abordagem é diferente, coletiva. O show do Recomeçar tem esse clima íntimo, solitário, fala sobre solidão. As duas coisas me dão liberdades. A liberdade do Recomeçar seria essa coisa de eu levar a música pra onde quiser, tá na minha mão a condução do show. Enquanto no O Terno eu tenho a liberdade de tocar mais solto, tocar junto. É super legal poder ver dois projetos que são repertórios autorais meus, mas cada um com um clima de show diferente", considera.
Tim Bernardes e o Terno em Fortaleza
Quando: amanhã, 14, às 19 horas; sábado, 15, às 19h30min
Onde: Theatro José de Alencar (rua Liberato Barroso, 525 - Centro)
Quanto: Dia 14 - R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia); Dia 15 - R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Mais infos: tinyurl.com/y54rswmj e tinyurl.com/yygax455