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Isaac Cândido, Davi Duarte e Pedro Frota se apresentam juntos no Cineteatro São Luiz
Vida & Arte

Isaac Cândido, Davi Duarte e Pedro Frota se apresentam juntos no Cineteatro São Luiz

Três cantores cearenses de distintas gerações, Isaac Cândido, Davi Duarte e Pedro Frota se reúnem neste domingo, 30, para cantar o "Somos Todos Nós Assim"
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Isaac Cândido, Pedro Frota e Davi Duarte (Foto: Divulgação/ Érika Peron)
Foto: Divulgação/ Érika Peron Isaac Cândido, Pedro Frota e Davi Duarte

Isaac Cândido, 51, conheceu Davi Duarte, 52, nos anos 90. À época, se reconheceram por meio da arte, e se familiarizaram no timbre, melodia, criatividade e composição da música popular cearense. Tal reconhecimento voltou a acontecer recentemente, agora nos anos 2000, e desta vez com Pedro Frota, 33. Isaac lembra ter se inspirado ao ouvir o cantor juvenil se apresentar. “Eu saí de lá com vontade de compor novamente, de produzir um show focado em mostrar a música que se faz no Ceará”, conta.

Os três artistas cearenses de distintas gerações se unem neste domingo, 30, num ato de encenação à música popular, no Cineteatro São Luiz. Serão 23 músicas autorais (inéditas ou já lançadas) apresentadas por meio de quatro blocos temáticos que cantam alegrias, falam de amor e desamores e propõem reflexões.

Numa esfera lítero-musical, os blocos são marcados por textos do poeta Marcus Dias, que aparecem em off, proclamados na voz do poeta. O também cantor é autor de muitas canções do espetáculo, incluindo a música-chave do projeto, “Nós”, que deu nome ao show (Somos Todos Nós Assim).

O número de canções se agrupam em 1h20min de show. A maioria delas tem, no máximo, 2 minutos de duração, e são definidas por Isaac como “mensagens rápidas”. “A gente selecionou as músicas e construímos os blocos de acordo com a ligação poética, mas usando as músicas dos três”, explica Pedro Frota, que deu início à carreira musical em 2014 e tem muitas canções inéditas para apresentar no show.

“O Davi e o Isaac têm uma obra muito relevante para a produção musical do nosso Estado. Esse show é uma oportunidade de apresentações de obras. A geração é diferente, mas temos um trabalho e estilo de fazer música muito parecidos. Esse encontro representa uma continuidade”, destaca Pedro.

Para Davi, o conjunto dos atos forma “um espetáculo com uma carga poética muito forte”. “O Isaac fez o convite com o intuito de unir as gerações, e também nos encontramos por causa dessa afinidade estética. Tentamos unir nosso caráter e nosso carisma para trabalharmos em função da boa música. Minha canções não são fáceis, são densas, mas foram muito bem acolhidas”, explica.

“O show foi dividido em quadrantes temáticos, e esses temas passam pela identificação do ‘nós’, da mistura de pessoas. Tem uma parte voltada para uma reflexão afetiva e um momento em que a gente tenta trazer o público para uma esfera de maior leveza musical”, resume Davi. A maioria das canções de autoria dele serão inéditas.

Junto ao trio, sobem ao palco Miqueias dos Santos, no contrabaixo; Robson Gomes, nos teclados; Amanda Nunes, na percussão, e Michael Rodriguez, na bateria. O espetáculo tem direção dos jornalistas Dalwton Moura e Marcos Sampaio, e direção musical do pianista cearense Thiago Almeida.

A inspiração de Isaac, que estreia como espetáculo neste domingo, não deve se limitar ao equipamento cultural de Fortaleza. O artista tem planos de levar o show para outros estados, também. “Quero dizer que a gente não desistiu de fazer música, além de chamar atenção para o novo. Espero que o público saia para nos ouvir e participe desse momento com a gente”, finaliza.

Somos Todos Nós Assim

Quando: domingo, 30, às 18 horas

Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)

Quanto: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira) 

Vendas: na bilheteria do local ou online na tudus.com.br 

 

Texto de Marcus Dias

Hão de me cobrar a sabedoria de um poeta, e eu direi: "não"

Porque os poetas não são sábios

Há, sim, entre eles, uma longa estrada

Tantas vezes por mim percorrida, tantas vezes partida no meio

À razão da primeira investida, me lancei a caminho

Tal qual passarinho que foge do ninho sem saber voar

Esbarrei com florestas de matas fechadas, com bruxas e fadas do bem e do mal

Caí em armadilhas, fugi de matilhas, tive que voltar

Trazido nos braços de um certo palhaço, que há anos tentava o ofício atrevido de cruzar a estrada e alcançar o final

Da segunda falhei, da terceira, também

Mas da quarta avistei uma luz que brilhava no final da estrada

E o que antes para mim seria como um dia

Eu agora sabia que havia uma razão pela qual eu jamais poderia algum dia me tornar inteiro alcançando o clarão

É que quanto mais perto eu chegava da luz que brilhava no final da estrada, bem mais deformada e maior era a sombra que a luz desenhava de mim pelo chão

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