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Transformar, transgredir e transbordar conhecimentos. Sob esse lema, o coletivo PoloTrans vem há quase dois anos promovendo ações no Conjunto Ceará. Tendo o Polo de Lazer do bairro como principal palco de ativismo e arte, o grupo surgiu organicamente em julho de 2017 a partir de encontros de amigos que ocupavam o local. "A galera da diversidade, que sempre frequentava, era descentralizada. Não tinha uma movimentação. Aí a gente fez um piquenique e esse elo foi ficando mais forte", conta a artista e agitadora Stefany Mendes. Segundo ela, eventos promovidos pelo coletivo chegaram a reunir cerca de 400 pessoas em ações artísticas. "O PoloTrans é uma plataforma de militantes e artistas LGBTs", define. "O Conjunto Ceará em si ganhou em termos de cultura. Tem os que gostam e os que não gostam, mas fomos bem acolhidos, dialogamos com outros movimentos. É importante ter essa representatividade na periferia. Ao redor tem várias outras periferias - Genibaú, Bom Jardim, Bom Sucesso, Jurema - então a gente traz a galera para ocupar espaços de direito. A gente não precisa estar longe de casa pra se divertir. A galera que produz é de casa, mesmo, então a gente acaba se valorizando e valorizando mais nosso trabalho", defende, citando ações como o Encontrão LGBT e o coletivo Gueto Queens como exemplos. "No começo foi um pouco complicado, sofremos atentados na internet dizendo que a gente estava tomando um lugar que era 'deles'. É resistindo que a gente está de pé ainda celebrando a diversidade na periferia", confia Stefany. Atualmente, o embate acaba sendo com forças de poder. "Estamos meio parados por conta da crise que está rolando no Polo de Lazer. O prédio que a gente usa está em reforma e estão acontecendo apagões gerais para poder descentralizar as juventudes", afirma. Aos sábados, coletivos da região vem se reunindo em atos contra o apagamento das luzes e pró-reforma do Polo. "É uma indignação grande esse boicote com os movimentos culturais do Conjunto Ceará. Apagam (as luzes) do espaço que a gente usa para estar se expressando e unindo a juventude. É importante que tenha esse corre na periferia. Assim como tem o baile funk na favela, tem o encontrão LGBT no Conjunto Ceará. Rola funk, a gente trabalha com todas as músicas. Toca do gospel à macumba! (risos) É para agradar os públicos, que são diversos, periféricos, nossos".

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