Série "Passarinhas" estreia esta noite na TV O POVO
João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.
A revoada traz consigo a ideia de conjunto, união. É nessa toada que se desenvolve a série documental Passarinhas, produzida pela cearense Nigéria Filmes, que estreia no Canal Futura com exibição também na TV O POVO hoje à noite, às 21h15min. Tendo como fio condutor Larissa Rodrigues, jovem quilombola, ativista e assistente social, a obra traz, em 13 episódios, histórias inspiradoras e diversas de mulheres do interior do Estado: são lideranças indígenas, quilombolas, ativistas, num mosaico rico de ancestralidade e luta.
O projeto da série surgiu como consequência de trabalhos da Nigéria Filmes em uma ONG que atua com mulheres no sertão. "Tivemos muita vivência com temas relativos ao feminismo e à agroecologia. A partir disso, tivemos essa ideia com a jornalista do projeto social, que é a autora do argumento junto com a gente, a Ivna Girão", contextualiza o diretor, roteirista e montador Roger Pires - além dele, também ocuparam as funções Yargo Gurjão e Bruno Xavier, do Nigéria. A personagem-narradora da história, Larissa, é natural de Quixadá, nascida no Quilombo Sítio Veiga, e se juntou ao projeto por conta de suas atuações no campo. "Sempre gostei de participar das organizações sociais comunitárias e das atividades agrícolas, nessa linha dos trabalhos comunitários voltados à agroecologia, juventudes, mulheres e povos tradicionais e convivência com o semiárido", conta a assistente social.
"A série é 100% documental, mas temos um dispositivo narrativo que é a presença da Larissa. Ela está em todos os capítulos e é quem viaja em busca das histórias das mulheres, quem conversa ou faz alguma atividade com elas", explica Roger. Ao longo dos episódios, a série foca em mulheres de localidades como Crato, Limoeiro do Norte e Itapipoca. "Foi um mapeamento da Ivna. Ela fez o levantamento de nomes e fomos escolhendo tanto a partir de questões logísticas, mas principalmente de composição de perfis que ficasse bem diversa e rica", avança. "Cada mulher tem algo que a diferencia, a sua ligação com a agroecologia e sustentabilidade, a própria história de vida. Na série vai ter mulher de todo jeito, mas todas com histórias de resistência e superação. São essas particularidades que dão o toque de afeto e inspiração", ressalta Larissa.
Mesmo antes da estreia, já existem projetos para que a série tenha desdobramentos em uma segunda temporada e um telefilme. "Estamos formatando o projeto e esperamos expandir para alguns estados vizinhos. Seria a mesma ideia, mas agora Larissa parte para conhecer histórias de outras mulheres de outros estados, que têm outras culturas e cenários", adianta Roger, que também explica que o projeto já está em busca de financiamento direto de TVs. A ideia do telefilme, porém, é usar material filmado para a primeira temporada que não foi utilizado e montar uma obra de 52 minutos para exibição.
"Quando comecei o curso de Serviço Social, fui muito motivada a trabalhar em prol das mulheres rurais, entender seus direitos e ajudar nas conquistas de outros. É nesse espaço principalmente que desejo ver mudanças", aponta Larissa, que vê na identificação do público com essas personagens um ponto forte da série. "Para mim (a experiência) foi incrível, foi única a oportunidade de conhecer cada história, a ligação com a agroecologia, a comunidade, a troca de saberes, a luta e a força da espiritualidade dessas mulheres. Sem dúvidas me transformou e me fortaleço muito enquanto mulher. Acredito que Passarinhas irá trazer, sobretudo, muitos sentimentos bons às pessoas que assistirem e muitas irão se identificar. Estas mulheres nos contam suas histórias e, daí, deixam imensuráveis lições", conclui Larissa.
Passarinhas
Quando: estreia hoje, às 21h15min, com exibições às sextas
Onde: Canal Futura e TV O POVO (canal 48.1 na TV aberta; 23 no Multiplay e 24 na NET)
Mais informações: @nigeriafilmes www.facebook.com/coletivoNigeria/
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