Em 1984, a inquietude da professora Francilda Costa a guiou para a construção de algo que se tornou a segunda família de Daniella de Lavor. A professora de língua portuguesa queria movimentar suas aulas, e acreditava que o teatro poderia ser um recurso eficiente. A primeira apresentação do grupo foi bem sucedida, as reuniões passaram a ser regulares e, assim, no cenário alencarino, surgiu o Mirante, que em 2019 comemora 35 anos de existência.
Daniella de Lavor, jornalista e integrante do Mirante há 14 anos, acredita que fazer parte de um grupo de teatro é "como ter uma família que não tem o mesmo sangue". "A gente se ama, briga, tudo igual parente", conta. A atriz entrou no Mirante após um convite da atual diretora, Hertenha Glauce. Desde criança Daniella gostava de contar e ouvir histórias, e o teatro possibilitou que as paixões de sua infância atravessassem sua vida adulta. "Fazer parte de um grupo de teatro me dá fôlego para a vida também".
Os caminhos que guiam os integrantes ao grupo são múltiplos. Ivan Lourinho, conta que, após assistir ao espetáculo As Anjas, percebeu a importância de se estar em um grupo de teatro. Para ele, a troca de ensinamentos que acontece em uma equipe é intensa. Inicialmente de outra área, Ivan formou-se em informática educativa, sempre teve o amor ao teatro presente. Hoje, o ator já tem 17 anos de estrada com o Mirante.
O espetáculo As Anjas também foi marcante para outra integrante do grupo: a diretora Hertenha Glauce iniciou no Mirante como atriz, tendo assumido o trabalho de diretora em 2001, permanecendo até hoje. Para ela, uma equipe de teatro permanecer durante mais de três décadas tem a ver com "desafio e honra".
Hertenha comenta que um dos principais desafios é manutenção do grupo. Para ela, pessoas diferentes, "com pontos de vistas diferentes e histórias diferentes, precisam administração". Não é possível contabilizar, segundo a diretora, quantas pessoas passaram pela história do grupo. Atualmente o Mirante é formado por 15 integrantes. O processo de ingresso é por meio de audição ou convite. O principal objetivo do Mirante, nesses 35 anos de atividade, ela conta, é manter a qualidade das peças, a partir de "uma pesquisa aguçada desenvolvida a cada novo trabalho sobre a força e importância da arte". Para Hertenha, "arte é revolução".
A maioria das produções promovidas pelo grupo é voltada para o universo infantil, como O Mágico de Oz, O Pequeno Príncipe, além dos musicais João e Maria e A Cigarra e a Formiga. Tendo ainda em suas montagens a peça Tarsila, que revela a vida da artista plástica. O Grupo Mirante de Teatro já foi contemplado com prêmios como melhor ator, melhor ator coadjuvante e melhor espetáculo infantil na 27ª edição do Troféu Carlos Câmara. Atualmente, o Mirante está em cartaz com a peça A Flauta" de Mozart, no Teatro Celina Queiroz, na Unifor. Em todos os sábados e domingos do mês de outubro.
A Flauta Mágica
Onde: Teatro Celina Queiroz - Campus Unifor
Quando: 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de outubro
Quanto: R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia)