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São Paulo Companhia de dança apresenta três espetáculos no TJA
Vida & Arte

São Paulo Companhia de dança apresenta três espetáculos no TJA

Destaque na programação da XII Bienal Internacional de Dança do Ceará, companhia paulista apresenta Petrichor, A morte do cisne e Vai gratuitamente no Theatro José de Alencar
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SilviaMachado (Foto: ©SilviaMachado)
Foto: ©SilviaMachado SilviaMachado

Certa feita, durante uma visita a povos ciganos na Grécia, a coreógrafa e bailarina alemã Pina Bausch (1940-2009) foi convidada a dançar com seus interlocutores. "Tive um medo enorme e a sensação de que não conseguiria" — narrou a grã-sacerdotisa da dança-teatro — "aí veio ter comigo uma garotinha, com os seus 12 anos, que não parava de insistir que eu dançasse também. Dizia ela: dance, dance, senão estamos perdidos". A assertiva, que como flecha ligeira atravessou Pina e passou a morar em sua boca, constrói a dança como poética da vida. Considerada uma das mais importantes companhias da América Latina pela crítica especializada, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) apresenta-se em Fortaleza na próxima sexta-feira, 25, carregando no corpo artístico a paixão pelo movimento como bússola, mapa para o encontro.

"A dança é uma arte que conecta todos nós pela possibilidade do diálogo intenso entre as pessoas, pelo movimento, pela presença e pela relação que se cria a cada espetáculo. Vemos o mundo no corpo que dança", defende a diretora artística e executiva da SPCD Inês Bogéa. Criada em janeiro de 2008 e gerida pela Associação Pró-Dança, a São Paulo Companhia de Dança participa pela quarta vez da Bienal Internacional de Dança do Ceará e já se apresentou sete vezes na capital cearense. Renomada como companhia de repertório — ou seja, realiza montagens de excelência artística que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI —, a São Paulo já foi assistida por um público superior a 660 mil pessoas em 17 países e acumula 26 prêmios nacionais e internacionais no currículo.

Destaque na programação da XII Bienal Internacional de Dança do Ceará, a SPCD leva três montagens ao palco do Theatro José de Alencar: Petrichor (2018, 14 min), primeira criação de Thiago Bordin para uma companhia brasileira; A morte do cisne (2019, 4 min), do belga Lars Van Cauwenbergh inspirado na obra de Michel Fokine; e Vai (2019, 20 min), do norte-americano Shamel Pitts. "O programa para a Bienal de Dança apresenta um pouco da diversidade do nosso repertório: Petrichor é uma dança de sensações e memórias, com movimentos suaves e intensos que nos colocam em contato com a delicadeza de um momento. A Morte do Cisne dialoga com a tradição, amplia os movimentos do tronco e cria a suspensão do tempo com a bailarina deslizando delicadamente pelo palco no limiar da vida e da morte. Vai é uma dança da presença, do encontro e da percepção de um mundo pós-apocalíptico, como diz o coreógrafo, que busca a poesia no encontro de cada um consigo mesmo e com o outro", elucida Bogéa, também doutora em Artes, documentarista e escritora.

"Para a escolha do repertório da São Paulo Companhia de Dança, tenho duas grandes linhas que dialogam e se completam: uma, é a dança clássica e seu desdobramento no tempo, ou seja, de O Lago dos Cisnes, A Morte do Cisne, entre outros, a balés que usam a linguagem clássica em diálogo com a linguagem contemporânea, como as criações de William Forsythe, Édouard Lock, Richard Siegel, entre outros. A outra, é a da dança contemporânea com pesquisa de linguagem, na qual os coreógrafos se valem de bases diferentes para expressarem sua percepção do mundo em movimento; seja em obras que marcaram a história da dança a obras criadas no nosso tempo. Por exemplo: temos criações de Jií Kylián, Rodrigo Pederneiras, Shamel Pitts, Thiago Bordin, entre outros", continua Bogéa.

Luiza Yuk, a bailarina gaúcha que dança A Morte do Cisne, ingressou na SPCD em 2013 após uma temporada no Ballet Dortmund, Alemanha — mas sua história com as sapatilhas começou quando ainda tinha 14 anos. "Eu acho muito importante bienais e eventos como este porque é um momento em que podemos passar toda a nossa arte, podemos transmitir para o público boas memórias, sensações e sentimentos. Essa obra (que danço) é um clássico marcante e, para mim, é muito importante como artista e como pessoa fazer A Morte do Cisne porque é um solo muito belo artisticamente, e que eu acho, particularmente, maravilhoso. A obra permite que nós bailarinos coloquemos toda a nossa emoção, toda a nossa arte... É um solo magnífico! É um presente dançar essa coreografia e eu coloco todo o meu amor no palco", finaliza.

 

São Paulo Companhia de Dança em Fortaleza

Montagens Petrichor (2018); A Morte do Cisne (2019); Vai (2019)

Quando: sexta-feira, 25, às 21 horas

Onde: Theatro José e Alencar (rua Liberato Barroso, 525 - Centro)

Gratuito

Informações: 3101 2583

XII Bienal Internacional de Dança do Ceará

Em Fortaleza (16 a 27 de outubro), Trairi (18 e 19/10), Quixadá (24 e 25/10), Pacatuba (25/10), Itapipoca (25

e 26/10) e Paracuru (25 e 26/10)

Informações: www.bienaldedanca.com

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