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Exposição reúne obras de artistas da Arquitetura da UFC
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Exposição reúne obras de artistas da Arquitetura da UFC

|Interseção - Arte, Arquitetura, UFC une os artistas plásticos da Arquitetura de diversas vertentes em uma exposição, aberta até 14 de fevereiro
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Paisagem ao Luar, de Nearco Araújo (Foto: Thais Mesquita/O POVO) (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Paisagem ao Luar, de Nearco Araújo (Foto: Thais Mesquita/O POVO)

É possível medir o tempo para além de um relógio? Talvez sim, por meio de memórias. Uma passagem remete à primeira vez que alguém andou de avião. Uma rolha de espumante pode significar o primeiro Ano Novo sem a família. Um lápis, todos as horas que uma criança estudou para passar na escola. Os objetos descritos são os Medidores de Tempo, de Ricardo Bezerra. A pequena instalação do arquiteto está exposta no centro do Museu de Arte da UFC (Mauc), na nova exposição Interseção - Arte, Arquitetura, UFC.

Com 101 obras produzidas por 32 arquitetos formados na Universidade Federal do Ceará, a mostra tem o objetivo de divulgar as artes dos profissionais que se tornaram - ou sempre foram - artistas plásticos. Desenhos, pinturas, bordados e gravuras são algumas das técnicas que mostram A Longa Caminhada (Antonius) pela história de pessoas que se uniram por meio do curso, da universidade e do talento artístico.

Em homenagem a Nearco Araújo, ex-professor da UFC, essa curadoria de Andréa Dall’Olio “era um sonho que teve pelo fato de que, ao longo de sua graduação, percebeu que a maior parte dos arquitetos tinham o sonho de ser artista. Mas como na época não existiam cursos específicos, a arquitetura foi o mais próximo que eles encontraram da arte”, explica Clotilde Campos, bolsista do Mauc. O professor, segundo ela, foi mudando de acordo com sua própria trajetória.

Nearco, que lecionou para muitos dos que também estão expondo, “deixou esse legado da importância do desenho e da observação. Dialogando com essa exposição, temos vários arquitetos que utilizam o desenho como linguagem de observação da cidade e dos espaços arquitetônicos”, afirma a curadora e artista Andréa Dall’Olio. Com uma carreira tão longa, ele tem os quadros mais antigos da Interseção. “Você percebe que a escola de arquitetura foi feita depois de algumas de suas obras. E, a partir desse momento, ele vai transformando sua produção”, explica.

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Em meio ao que se espera de obras realistas, como o Theatro José de Alencar (Fabrício Porto), a Casa na Praia do Futuro (Marcos Bandeira) e a Catedral de Fortaleza (Campelo Costa), a exposição surpreende por trazer obras abstratas, por vezes tão abstratas que perpassam até as Constelações da Fé Nordestina (Totonho Laprovítera). Essa diversidade é vista em todos os momentos, quando o arquiteto e o artista plástico se mesclam em um único espaço. “A exposição me lembrou muito da minha própria experiência como educadora. É possível falar com o público e comunicar para todos como a arte é diversa. Aqui você tem artes totalmente diferentes. Dos mais antigos, que tem um estilo próprio, até artistas que estão fazendo releituras, replicando”, conta Bianca Amarante, historiadora e ex-bolsista do Mauc.

Esta exposição mostra também o talento de Pedro Eymar, que foi diretor do Mauc por 33 anos. “Nesse período em que ele administrou o museu, ele deixou de lado a produção artística. No momento que ele se aposenta, ele volta a produzir”, afirma a bolsista Clotilde Campos. Esse ato foi importante porque “ele teve a coragem de voltar ao mundo das artes plásticas”, segundo Dall’Olio. Com um material simples, que é o carvão, produz a tela Olhares para Ticiano.

O que une técnicas e épocas diferentes é a passagem pela Universidade Federal do Ceará. “Vários arquitetos têm as artes plásticas como expressão. Alguns nem exercem mais a arquitetura”, diz Andréa Dall’Olio. Com a diversidade que encontrou na Cidade (Césa Fiúza), tem o desejo de realizar muitas outras exposições. “Na curadoria, a gente se deparou com um universo de arquitetos imenso”, afirma.

Interseção - Arte, Arquitetura, UFC

Quando: de segunda-feira a sexta-feira, de 8h às 12h e de 13h às 17h

Onde: Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Avenida da Universidade, 2854 - Benfica)

Acesso gratuito

Mais informações: (85) 3366 7481

 

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