Na atual ocupação do Teatro Carlos Câmara (TCC), grupos de Fortaleza, Aquiraz, Baturité, Capistrano, Crato, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Maracanaú e Russas foram os contemplados. "Quando a gente ganha o edital, abre uma convocatória para os artistas locais. Recebemos mais de 70 propostas, daí selecionamos 28 para compor a programação", explicou Beth Fernandes, à frente da Associação Movimentos.

Hoje, 1º, o grupo caririense Reisando irá comandar uma autêntica Terreirada Cearense. "Elas acontecem todo sábado com grupos musicais e folguedos. Em janeiro, trouxemos um quilombo e fizemos um cortejo, replicando essa festa que integra o programa Canto Popular", complementou.

Em Autômato, o multiartista Orlângelo Leal faz uso de diversas linguagens para colocar em cena sua "palhaçaria-musical de cara limpa". O grupo Dona Zefinha, inclusive, também terá um momento de intercâmbio com o próprio Pavilhão da Magnólia e dois diretores convidados, Erivaldo Oliveira e Bruno Parmera, do grupo Margiluth (PE).

Mais do que uma festa, um quilombo! É a partir desse eixo que a Boomboomblack irá animar os presentes, sendo atração do dia 13. A festa foi criada no final de 2018. "A Boomboomblack foi pensada como um movimento de lazer, mas tem uma questão intrínseca de política: você vê um aglomerado de pessoas negras que se identificam com as músicas", afirma Andy Khamidi, DJ que executa especialmente músicas africanas em seu set.

"Eu acho que a Boomboomblack busca resgatar essa origem, essa nossa ancestralidade. Todas as festas têm um tema ligado a isso, o que é importante na formação de uma consciência política, de uma negritude que às vezes, por um processo do racismo ou do embranquecimento, a gente perdeu esse contato com as nossas raízes", conclui.

Beth Fernandes adianta as temáticas que estarão nos próximos meses da ocupação. "Março é um mês sagrado para nós, do aniversário de Pe. Cícero, e teremos um espetáculo com foco nas beatas. Em abril, faremos um intercâmbio com a Mostra de Artes Cênicas do Cariri". (TM)