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Ori and The Will of The Wisps surpreende pela excelência
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Ori and The Will of The Wisps surpreende pela excelência

Novo indie game da Microsoft alia diversão, desafios e uma estética exuberante mantém fama da franquia
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Imagens do jogo Ori and The Will of The Wisps (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Imagens do jogo Ori and The Will of The Wisps

Ori and The Will of The Wisps é magnífico. Em meio a uma crescente qualidade dos jogos de plataforma em 2D, a continuação do Ori and The Blind Forest, exclusivo da Microsoft, se supera em todos os sentidos e eleva ainda mais a barra de excelência da categoria. Se valendo do que deu certo no jogo original e de cases de sucesso do mercado, essa é a primeira compra obrigatória dos donos de PC e de Xbox One de 2020.

Assim como o primeiro, este é um jogo de plataforma em 2D, seguindo o estilo Metroidvania (que mistura jogos e mecânicas dos jogos Metroid e Castlevania), em que, em um mapa vasto, o jogador vai explorando áreas e desvendando partes da história a partir de uma dinâmica de desbloqueio de habilidades de travessia, bem como novos poderes que permitem enfrentar inimigos desafiadores.

O game dá continuidade a Ori and The Blind Forest e, apesar de poder haver alguma confusão inicial, quem não tiver jogado o primeiro consegue se situar bem logo no começo do segundo jogo da franquia. De início Kun, uma filhote de coruja é apresentada a Ori - protagonista de The Blind Forest - e sua família. A ave é tímida e traz consigo uma de suas asas machucadas. Kun e Ori se afeiçoam logo no início da narrativa e um cria uma asa postiça para o outro como presente. Infelizmente, voando juntos pela primeira vez, Ori e Kun se veem perdidos, e aterrissam em uma ilha distante e devastada por um mal misterioso. Sozinho, Ori embarca em uma nova jornada para reaver sua amiga coruja e tentar conter o mal que domina o ambiente.

A jogabilidade segue no mesmo estilo do título anterior, mas foi expandida. A mecânica de salvamento foi completamente remodelada, tornando fixo os save points espalhados no mapa, além de pontos de salvamento automáticos constantes. Os novos pontos fixos de salvamento garantem que seu progresso não será perdido caso você feche o jogo, e também podem ser usados para viajar rapidamente pelas diversas áreas.

O mapa continua grande, como no game anterior, mas agora está mais sortido de informações, com missões secundárias e pontos de interesse que facilitam o retorno para a captura de colecionáveis. A sensação de cruzar grandes áreas pelo game se tornou bem mais prazerosa.

Outra mudança foi o sistema de evolução das habilidades de Ori, que agora opera a partir da compra ou do aprimoramento de habilidades junto a vendedores espalhados pelo mapa. Inspirado nos acertos de Hollow Knight, o game trouxe um sistema de atributos para personalizar aspectos do seu personagem a fim de se adequarem ao estilo de jogo de cada player. A depender do atributo equipado, Ori pode realizar saltos triplos, dar múltiplos tiros com seu arco-e-flecha ou se prender a paredes sem cair.

Há um limite para quantos atributos podem ser equipados, mas tudo é intercambiável. Em chefes mais difíceis ou em travessias mais desafiadoras, o jogador pode testar combinações que se ajustem melhor a cada situação. Mesmo com toda essa flexibilidade, a tendência é que o jogador se acostume a um conjunto específico de habilidades e atributos que será usado na maior parte das ocasiões. Mesmo assim, há chefes e trechos de travessia que pedem trocas em tempo real, como no caso de um dos chefes que estimula o uso simultâneo de quatro habilidades de combate, sendo que apenas três podem ser equipadas por vez.

A experiência de exploração em Ori and The Will of The Wisps é muito divertida. O primeiro jogo já trazia essa qualidade, mas sua continuação a torna ainda melhor. Ori é rápido e responde instantaneamente aos comandos, sem o jogador perder o controle. Ataques e movimentos podem ser combinados. As sequências de fuga em momentos da jogatina enaltecem ainda mais essa dinâmica e deixam o jogo, por vezes relaxante, super empolgante. Há ainda alguns pontos espalhados pelo mapa que testam as habilidades de travessia do jogador.

Após 10 horas de jogo, a depender da busca por colecionáveis e missões secundárias, Ori and The Will of The Wisps peca apenas na falta de uma dificuldade maior perto de seu final, quando o jogador já concentra muitas habilidades e se sente mais confortável com os controles pela experiência acumulada durante a jogatina. Porém, tal falta poderá ser suprida por expansões focadas em desafios maiores, voltadas aos jogadores mais hardcore. Em meio a uma direção de arte impecável e um enredo óbvio, mas cativante, o jogo honra a fama da franquia e eleva o nível de qualidade dos exclusivos para console da Microsoft.

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico

Onde jogar

Ori and The Will of The Wisps está disponível exclusivamente no Xbox One e também no PC. O game se encontra atualmente no catálogo do serviço Game Pass da Xbox, tanto no computador, quanto no console da Microsoft.

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