Quem descobre sobre a atriz, talvez leve logo à comparação. Emma Watson é Hermione Granger, de Harry Potter? Ou seria o contrário? Após tantos anos na pele uma da outra, fica até difícil de separá-las. Mas quem também descobre sobre a atriz, entende. Emma é uma só, uma atriz, modelo e ativista que se engaja pelo direito principalmente das mulheres. De Hermione, ela herda muita coisa, além da paixão pelos livros. Impõe coragem no que quer: dar voz ao que, para ela, tem de ser ouvido, ou ao menos questionado. "A forma como tratamos as mulheres é na verdade o modelo de como tratamos nossa Terra", diz Emma, aniversariante de hoje, 15, quando, em meio ao isolamento social que vive o mundo, completa 30 anos de idade (indo além de uma referência do cinema, mas do protagonismo que ela, enquanto força feminina, resolveu assumir, por si, em nome de todas nós, mulheres).
A fala da atriz dá pistas sobre um longo diálogo onde ela entrevista uma das suas autoras preferidas, Valerie Hudson, de O sexo e a paz mundial (2012), indicado por Emma, em seu Instagram, no Dia Internacional da Mulher. "Seu livro explodiu meu cérebro - Eu acho que é a maneira mais precisa que eu posso colocá-lo!", devolve suas primeiras impressões à autora, antes de percorrer pelos assuntos durante o papo, transcrito, na íntegra, no site da Teen Vogue. O movimento contra o assédio sexual e a agressão sexual, conhecido pela #MeToo, foi um deles.
"Precisamos recuperar a linguagem e o espaço para nos expressarmos", empodera na entrevista conduzida por ela, na sessão "Política" atribuída ao site da revista.
A veia política, para surpresa a alguns, não é só um dos lados desta francesa, de pais britânicos. A parisiense também lança olhar para a moda. Foi por meio da moda, aliás, que conquistou espaço de ser ela mesma, para além do cinema, como mundialmente Emma Watson é conhecida em diversos papéis, de Hermione de J. K. Rowling à Meg de Adoráveis Mulheres (2019), sua atuação mais nova nas telonas. Antes: "Como você pode se concentrar na igualdade de gênero quando não haverá sequer um planeta para ter igualdade de gênero se nós não lutarmos contra a mudança climática?", estende-se na conversa com Valerie Hudson.
Para Emma, que desde 2014 atua como Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, a hora, ao contrário de As Vantagens de Ser Invisível (2012), é de responder aos fatos. "Comércio justo, orgânico, sustentável, ético, vegano, carbono neutro, artesanal, fast fashion, slow fashion. O que significa tudo isso? Isso importa? Como eu escolho? Em que informação ou recomendações confio?", indaga a atriz a si, para apresentar, em seguida, no Instagram a Good On You: Ethical Fashion, uma das organizações que ela acredita e, de forma espontânea, passa a influenciar ao conhecimento, atraindo mais 55 milhões de fãs na rede social.
Ao vivo, a atriz - que não costuma postar no feed por acaso, muito menos qualquer passatempo, com 203 postagens até o momento, em uma delas, indicou o drama do The True Cost, da Netflix - dá continuidade ao exemplo. A vez que usou um vestido feito de garrafas plásticas, claro, não passou despercebida, e era justamente esta a intenção. Ocorreu em 2016, para o tradicional baile do Metropolitan Museum (MET). A Bela (Emma), de A Bela e a Fera, lançado um ano após, talvez já soubesse, previa o futuro, cada vez mais hoje. Apesar de personalizado pela Calvin Klein Collection em colaboração com a @ecoage, a urgência, por exemplo, do algodão - limpo e - sustentável, feito a partir de fios plásticos reciclados. Com atitude, mais do que sorte, somada ao ícone de estilo que a atriz é, tendo colaborado e posado para grifes famosas, entre elas Stella McCartney e a People Tree, com quem contribuiu para uma linha de roupas ecológicas, uma vez, ajuda à missão. Parabéns, Emma!