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Dona de personagens marcantes, Sônia Braga chega aos 70 hoje
Vida & Arte

Dona de personagens marcantes, Sônia Braga chega aos 70 hoje

A atriz celebra uma trajetória marcada por sucessos na teledramaturgia e no cinema. Relembre alguns trabalhos marcantes da carreira de Sônia Braga
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Reconhecida internacionalmente, atriz Sônia Braga está entre os melhores atores do século (Foto: getty image)
Foto: getty image Reconhecida internacionalmente, atriz Sônia Braga está entre os melhores atores do século

Com uma trajetória marcada pela participação em mais de 30 filmes nacionais e internacionais, além de diversas participações em novelas e séries de televisão, Sônia Braga completa 70 anos nesta segunda, 8. A carreia artística, iniciada ainda na adolescência, deu à atriz papéis marcantes em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976) e "Aquarius" (2016). O percurso de suas atuações revelam um trabalho plural que acompanha o Brasil em diferentes momentos de sua história.

Nascida em Maringá, no Paraná, a atriz se mudou com os pais e os sete irmãos para Curitiba ainda no primeiro ano de vida. Anos mais tarde, partiram para São Paulo e foi justamente na capital paulista que, aos 14 anos, Sônia começou a atuar em pequenos papéis de programas e teleteatros infantis na TV Tupi, como o "Jardim Encantado", apresentado por Hélio Braga, seu irmão. Trabalhou também em "Vila Sésamo" (1972), onde dava vida à professora Ana Maria e cujo papel foi reconhecido como revelação feminina pelo troféu Helena Silveira.

Sua estreia na teledramaturgia ocorreu em 1970, com a novela "Irmãos Coragem". Ainda na mesma década, participou de diversas novelas e filmes, mas foi com "Gabriela" (1975) que a atriz se tornou mais conhecida nacional e internacionalmente. Baseada na obra homônima de Jorge Amado ("Gabriela Cravo e Canela", de 1958), a trama chamou a atenção do público por ser a primeira a explorar a sensualidade no horário nobre. A produção lançou Sônia Braga, então com 25 anos, ao estrelato.

No ano seguinte ao sucesso de "Gabriela", Sônia Braga interpretou, no cinema, "Dona Flor e Seus Dois Maridos". A história do triângulo amoroso protagonizado por ela, Mauro Mendonça e José Wilker foi considerada um fenômeno de bilheteria para a época. Em 1983, Sônia voltou a interpretar Gabriela, desta vez para os cinemas, em filme dirigido pro Bruno Barreto. A produção demarca um momento marcante do cinema brasileiro, em que o setor buscava, para além das experimentações estéticas, maior expressão no mercado.

Na mesma década, passou a direcionar sua carreira para a sétima arte. Com "Eu Te Amo", pelo qual levou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado, em 1981. Com "O Beijo da Mulher Aranha", em 1985, Sônia recebeu indicação ao Globo de Ouro e ao British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) como melhor atriz coadjuvante.

"É muito importante notar a visibilidade que ela deu a esses filmes nos eventos internacionais. Ela se colocou como essa voz política, se posicionou. O que muita gente apontou que ela não teria direito por não morar mais no Brasil, mas, para mim, isso não faz o menor sentido", conta Meize de Lucena Lucas, professora do Departamento de História da UFC. Em 2016, Sônia estrelou o filme "Aquarius", do diretor Kleber Mendonça Filho. Clara, a protagonista do filme, é considerada uma ruptura com personagens interpretadas em trabalhos anteriores de Sônia, que incluem também "Dama do lotação" (1978) e "Tieta do agreste" (1996), e aborda a maturidade e a resistência feminina diante de uma ameaça autoritária e masculina. Sua performance no filme venceu diferentes festivais de cinema do mundo, entre eles o Festival Biarritz Amérique Latine, na França e Festival de Cinema de Lima, no Peru.

Em 2019, atuou em outro longa de Kleber Mendonça Filho, "Bacurau" que foi premiado como melhor longa-metragem internacional no Festival de Cinema de Munique. "É muito interessante perceber como a Sônia não teve medo de ousar nos papéis que tomou para si, desde a mulher elevada a sensualidade e beleza em Gabriela até a personagem Domingas em 'Bacurau', uma mulher lésbica e fora da imagem clássica da beleza", pontua Meize Lucas. O trabalho mais recente de Sônia é o filme "Fátima" (2020), que deve contar a história das aparições de Nossa Senhora em Fátima, em Portugal. A direção é do italiano Marco Pontecorvo, que foi diretor de fotografia de episódios de "Game of Thrones". A produção do filme foi anunciada oficialmente durante o Festival de Cannes de 2017, na França, e tem data de lançamento estimada para agosto deste ano.

 

Tieta do Agreste
Tieta do Agreste

Tieta do Agreste

Aos 17 anos de idade, Tieta viveu aventuras amorosas que escandalizaram a população de Santana do Agreste, o que motivou seu pai a expulsá-la de casa. Longe da família, Tieta enviava ajuda financeira ao pai e às irmãs, Tonha e Perpétua. Vinte e seis anos após ter sido expulsa, Tieta retorna a Santana do Agreste com sua enteada. A presença de Tieta na cidade transforma por completo a pacata cidade, ainda mais quando ela se envolve com o próprio sobrinho.

Aquarius
Aquarius

Aquarius

Uma jornalista aposentada Clara defende seu apartamento, onde viveu a vida toda, do assédio de uma construtora. O plano é demolir o edifício Aquarius e dar lugar a um grande empreendimento. O filme teve estreia mundial no Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro. A produção também concorreu a diversos prêmios internacionais, vencendo vários deles, inclusive o Prêmio Platino de melhor atriz para Sônia Braga

 

O beijo da mulher aranha
O beijo da mulher aranha

O Beijo da Mulher Aranha

Dois prisioneiros dividem a mesma cela e aprendem a conviver e a se respeitar. Um deles é homossexual e distrai, através das histórias que conta, seu companheiro de cela, um preso político que sofre por estar longe da mulher que ama.

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