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O autismo no espaço da poesia
Vida & Arte

O autismo no espaço da poesia

Aos 17 anos, Blue Pinto lança "Humana em demasia" e homenageia comunidade autista
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Reprodução de livro
Foto: Reprodução Reprodução de livro "Humana em Demasia"

O Dia do Orgulho Autista, comemorado em 18 de junho, marca uma celebração da neurodiversidade de pessoas do espectro do autismo. Para representar a comunidade, a cor azul é usada para colorir campanhas e promover visibilidade para o reconhecimento do potencial autista.

Do azul, surge Blue. Com 14 anos, a adolescente foi diagnosticada com autismo de alta funcionalidade, um Transtorno do Espectro Autista (TEA) que aplica-se a indivíduos com maior "funcionalidade" em relação a outras pessoas autistas por uma ou mais métricas. A partir do diagnóstico de autismo vieram muitas perguntas e também inúmeras descobertas.

Agora com 17 anos, Blue lança o livro "Humana em demasia", disponível para venda na Loja Kindle, Kindle Unlimited e que também pode ser adquirido em edição impressa pela Amazon. O livro, de acordo com ela, é um auto-retrato permeado por poesias e ilustrações, e diz muito sobre o encontro dela com ela mesma. "Meu livro é muito mais sobre mim do que qualquer outra coisa. Antes do diagnóstico eu tinha essa escrita toda voltada para o fato de eu me sentir excluída e hoje a escrita parte para algo que é novo para mim, ser alguém que é parte de uma comunidade, que me faz ser alguém que me entendo finalmente", explica a jovem escritora.

Para Blue, a maior dificuldade em sua trajetória tem sido se entender. Ela relata que antes do diagnóstico sentia falta de se sentir parte de algo. O foco então passou a ser lidar com o que sentia. "Lidar com as consequências do que eu tenho e do que eu sou", acrescenta.

Blue começou a ter contato com a escrita criativa aos oito anos, quando tinha em seu caderno textos, poesias e desenhos que ela fazia. A ideia de transformá-lo em um livro se deu quando ela reencontrou o caderno esquecido. "Eu acredito que o autismo não esteja dentro dessa caixinha, a gente não é só uma coisa, nós somos múltiplos, então por isso eu penso que o autismo deve estar em todos os espaços, inclusive no espaço da poesia", explica.

A data do lançamento do livro coincidiu com o Dia do Orgulho Autista não por mera coincidência. "O dia do orgulho autista me lembra o quanto a comunidade autista é importante, o quanto essas pessoas mudaram a minha vida, o quanto elas me salvaram muitas vezes de momentos ruins e tantas outras coisas", revela. "Esse livro para mim me mostra muito do que eu sou, mostra como é a vida de uma pessoa autista vista de um paralelo autista. Ele mostra o orgulho de ser autista, a tristeza, a dor e algumas vezes a vitória . Tudo isso perpassa pelo orgulho de ser você", finaliza.

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