Formado por documentos, fotos, textos, jornais e vídeos que mostram desde a infância de refugiado iugoslavo na Segunda Guerra Mundial na Europa à chegada ao Brasil e o enfrentamento à censura durante a Ditadura Militar, um acervo digital e gratuito percorre as diferentes fases da vida pessoal, profissional e intelectual do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975. Ao todo são quase 2 mil itens sobre Herzog que, além de jornalista, também se envolveu com o cinema, o teatro e a fotografia.
O acervo também inclui 78 matérias jornalísticas que Herzog escreveu e/ou editou ao longo da carreira, inclusive a sua conhecida reportagem de capa sobre a crise da cultura brasileira, publicada em 1971 e escrita em parceria com o jornalista Zuenir Ventura. Também é possível encontrar uma grande quantidade de cartas escritas ou endereçadas a ele, além de depoimentos de familiares e amigos do jornalista, como a viúva Clarice Herzog, o cineasta João Batista de Andrade e o arquiteto Ruy Ohtake.
A organização do Acervo Vladimir Herzog é parte de uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog (IVH), fundado em 2009 e cuja missão é preservar a memória e disseminar os valores do jornalista. Desde 2018, com o apoio do Itaú Cultural, uma equipe de pesquisadores brasileiros percorreu 25 instituições públicas e privadas do País com o intuito de mapear documentos e registros biográficos e profissionais de Herzog. Após dois anos de pesquisa, todos os itens foram organizados e apresentados nesse acervo online, agora disponível para acesso gratuito.
Além de apresentar aspectos ainda pouco conhecidos da trajetória de Vladimir Herzog, o acervo digital foi idealizado com o compromisso de preservar a memória do jornalista, assassinado em 1975 por agentes da ditadura militar. (Ivig Freitas / Especial para O POVO)
"Acervo Vladimir Herzog - vida e memória em defesa da democracia"