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Documentário cruza história de Anne Frank com a de outras mulheres vítimas de nazistas
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Documentário cruza história de Anne Frank com a de outras mulheres vítimas de nazistas

Produção recém lançada pela Netflix relaciona a história da menina judia vítima do Holocausto ao momento atual enfrentado por muitos jovens
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Helen Mirren faz a leitura do diário de Anne no filme
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Helen Mirren faz a leitura do diário de Anne no filme

O documentário "#Anne Frank - Vidas Paralelas" estreou no início desde mês na Netflix. Realizado pelas premiadas jornalistas italianas Sabina Fedeli e Anna Migotto, o filme usa como base o diário da jovem Anne Frank e conta com a narração da atriz britânica Helen Mirren, vencedora do Oscar em 2007 por sua atuação no filme "A rainha". O documentário foi produzido em 2019, ano em que seria celebrado o aniversário de 90 anos de Anne.

A construção narrativa sugere ao público imaginar como seria a vida de Anne caso ela tivesse sobrevivido ao Holocausto, costurando presente e passado através do depoimento de cinco idosas: Arianna Szörenyi, Sarah Lichtsztejn-Montard, Helga Weiss e as irmãs Andra e Tatiana Bucci. Todas foram perseguidas pelos nazistas quando eram crianças, escaparam da morte e trazem na memória os horrores vividos durante a guerra.

"Tendemos a esquecer os grandes males da história e por isso é necessário voltar a contá-los e relacioná-los com o momento atual para manter viva a memória, para que a conheçamos e para que nunca se repita", disse a diretora Anna Migotto ao jornal espanhol "El Periódico". Ela revela que a tragédia da imigração, dos refugiados, foi um dos motores que a impulsionaram a recuperar a figura de Anne Frank e a contar a história da adolescente judia a partir de uma perspectiva diferente.

As duas cineastas, que como jornalistas se especializaram na cobertura de conflitos bélicos, se valem de dois eixos para estruturar o relato: de um lado Helen Mirren se encarrega de ler trechos do diário escrito por Anne; e de outro, a jovem atriz Martina Gatti interpreta uma adolescente que refaz os passos de Anne, através de uma viagem tanto física, introspectiva, quanto digital, já que através de suas redes sociais compartilha suas experiências e descobrimentos sobre a história de Anne Frank. "Anne escreveu sua vida como agora fazem as garotas em posts no Instagram. Ela, no entanto, tinha um ponto de vista político sobre o que estava acontecendo. Anne Frank foi a Greta Thunberg ou a Malala Yousafzai de seu tempo", complementa Migotto.

Anne Frank nasceu a 12 de junho de 1929, em Frankfurt, na Alemanha. Por causa do antissemitismo pregado por Hitler, a família da menina parte para a Holanda onde passa a viver em um esconderijo. Durante dois anos Anne Frank registrou em um diário tudo o que se passava naquele momento. Estão ali, pensamentos e sentimentos que a menina teve e sentiu durante o isolamento forçado com seu pai, mãe e irmã. A adolescente fez uma última anotação em seu diário no dia 1º de agosto de 1944, três dias antes de todos serem descobertos e levados para o campo de concentração.

Anne Frank morreu aos 15 anos, acometida por tifo, no início de 1945, em Bergen-Belsen, alguns meses antes de os Aliados libertarem o campo, em 15 de abril. Transformado em livro, o Diário de Anne Frank é uma das obras mais lidas do mundo e foi traduzida para 70 idiomas. (Com Agência Estado)

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