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Estudante de 17 anos cria projeto de distribuição de livros pelo Instagram
Vida & Arte

Estudante de 17 anos cria projeto de distribuição de livros pelo Instagram

Morador do Ancuri, o estudante Guilherme dos Reis criou um perfil nas redes sociais para arrecadar livros. Desejo do futuro jornalista é facilitar o acesso de jovens à leitura e à informação
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GUILHERME dos Reis, 17 anos, lançou campanha de doação de livros no período da quarentena (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima GUILHERME dos Reis, 17 anos, lançou campanha de doação de livros no período da quarentena

"Desde muito cedo, minha relação com a leitura foi de amizade, troca, prazer, paixão. Acredito que ela é uma forma de escape para fugir de situações que a rotina nos coloca. É muito gratificante fazer com que jovens e crianças tenham esse mesmo desejo da leitura ser uma fonte inesgotável", celebra Guilherme dos Reis, de 17 anos, aluno da Escola Estadual José de Alencar (Messejana) e apaixonado por literatura. A partir do período de isolamento social, o jovem procurou facilitar acesso a livros e informação a partir da criação do projeto "Doe Livros Fortaleza". Além da ação, ele revela planos futuros de montar uma biblioteca comunitária no Ancuri, bairro onde mora, e de enveredar pelo jornalismo.

"Com o isolamento social, o acesso à escola e à informação ficou mais difícil. Pesquisando estatísticas e dados, vi que quase 30% da população não tinham acesso a internet. Ou seja, à informação. Fiquei me questionando: como esses jovens e estudantes vão fazer para prestar o vestibular, passar na escola?", aponta Guilherme.

A importância que dá para a informação no processo de educação, ressalta, vem da paixão que nutre também pelo jornalismo. "Amo essa área e tenho certeza que vai ser a profissão da minha vida. Quando eu era pequeno, os professores faziam a dinâmica das profissões e perguntavam qual seria a de cada um. Todo mundo falava cantor, astronauta, e eu falava do jornalismo. É um chamado que eu tenho para essa área", considera.

Juntando essas paixões, Guilherme decidiu agir. "Como o militante que sou", afirma o estudante, que conta ter recebido o título de Jovem Agente de Direitos Humanos pela Ordem dos Advogados do Brasil - Ceará, "não podia ficar com braços cruzados esperando resposta do governo. Juntamente com duas amigas, decidimos criar esse projeto voltado para as pessoas que precisam e querem estudar, porém não têm os materiais adequados, ou simplesmente para aqueles apaixonados por literatura que precisam de livros e não têm", explica.

O projeto hoje soma mais de 10 voluntários e se dá especialmente a partir da conta no Instagram, @doelivros_fortaleza. "Lá tem um cadastro, um formulário com perguntas fáceis, e a partir daí nós entramos em contato. Tem uma pessoa responsável só por isso, e, então, nós marcamos onde e quando podemos buscar a doação", destrincha. Além disso, a campanha Doe Livros Fortaleza também conta com os chamados "pontos de acesso" nos bairros Jangurussu, Alto Alegre, Messejana, Pedras, Parque Iracema, Ancuri. São as moradas de cada voluntário, que ficam responsáveis pela arrecadação nos arredores. "Por exemplo, moro no Ancuri, então eu sou responsável por buscar as doações que chegam na região", ilustra. O processo de ir e vir, ele divide, é o maior desafio. "Geralmente nós vamos de ônibus. Como não temos transporte, a gente vai pegar assim, então se torna mais cansativo. Porém é gratificante", garante.

Para receber doações, os interessados também precisam preencher um cadastro e apontar os títulos desejados. Pelo perfil do Instagram é possível consultar quais livros compõem o acervo do projeto e se eles estão disponíveis ou não para recebimento.

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São muitos os projetos futuros pensados para a iniciativa, em maior ou menor prazo. Entre eles, há a distribuição de kits com máscara facial, água e livro na Praça do Ferreira. "São ideias que surgem e a gente põe no papel, mas por enquanto não efetivamos pelo fato de não termos condições para suprir a realização delas", explica.

Outro projeto futuro, esse maior, é a concretização da Biblioteca Comunitária do Ancuri. O estudante afirma que já há um espaço que vem funcionando como depósito das doações e que é lá onde será montada biblioteca do bairro. "Preciso, para concretizar esse sonho, dos materiais da biblioteca, livros, estante, computador… Temos um projeto também sobre a história do nosso bairro e colocar lá pra expor para comunidade", adianta. "Tem o projeto no papel e uma ideia bem viva", garante.

Campanha Doe Livros Fortaleza

Entre em contato para doar, receber ou ajudar em:
@doelivros_fortaleza

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