Planejada desde o ano de 2018, a exposição "Próxima Parada", de Luciano Figueiredo, abre as portas hoje na Galeria Multiarte. Quase dez anos após seu primeiro trabalho ser exposto na Capital, cidade natal do artista, o retorno em meio à vida dividida atualmente entre Blois, na França, e Rio de Janeiro, no Brasil, marca um momento de reconexão com sua história.

Com curadoria do economista, colecionador e conhecedor de arte contemporânea Luiz Chrysostomo, "Próxima Parada" desvenda laços de um passado quase desconhecido de um Luciano ainda em formação, o que traz para o público que o acompanha uma melhor compreensão de seu processo criativo. "Não é possível compreender a obra de Luciano sem uma ampla visão de sua trajetória. O que aparece na superfície não se revela sem a necessária profundidade", ressalta Luiz. O curador ainda destaca a forte ligação do trabalho de Luciano com o cinema e a poesia.

Dentre os núcleos apresentados na exposição, dois são exibidos de obras recentes e um histórico, com a instalação completa do "Livro de Sombras 2", exatos dez anos após sua única montagem no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010. Nos núcleos contemporâneos são apresentados quatro maquetes, 23 novos relevos em tecido e três novos poemas visuais da série "Kinomania", além de um tríptico revelador. O núcleo histórico é somado ao livro e aos filmes - são expostos três exemplos de seu talento gráfico como designer: as capas dos álbuns "Barra 69", de Caetano e Gil; "Cores, Nomes", de Caetano Veloso e o de estúdio de Marina Lima, lançado em 1989.

Na abertura da exposição também será o lançamento do livro "Luciano Figueiredo: Próxima Parada", bilíngue (português e inglês), com ampla documentação fotográfica histórica e a reprodução de todas as obras expostas. Publicação tem textos de Max Perlingeiro, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho e poema de Antonio Cícero.

"Era uma exposição que ia abrir dia 25 de março. Infelizmente, a partir do dia 15, o mundo se fechou. E logo que as autoridades sanitárias do Governo nos permitiram, resolvemos abrir a exposição seguindo todos os protocolos de saúde", explica o galerista Max Perlingeiro, à frente da Multiarte. "Hoje o Luciano faz parte do acervo do museu Rei da Sofia, na Espanha, que é um dos maiores museus do mundo. Ele teve esse reconhecimento recentemente. Trazer ele para Fortaleza, que é uma cidade que tem inúmeros colecionadores, é um grande privilégio", declara.

A reabertura da Multiarte, após seis meses de atividades suspensas, marca um novo momento na arte, na perspectiva de Max. Para o galerista, as pessoas estão precisando ainda mais de mergulhar no mundo da criação. "Relutamos muito em reabrir. Fortaleza vai ser a única aberta dentre as três galerias que temos, porque a exposição está pronta e ela tem um significado para a Cidade. Esse ato não é nem de resistência, esse ato é de amor. E vai funcionar muito bem porque as pessoas estão precisando disso. As pessoas não estão precisando sair para um hospital, elas estão precisando sair para ver arte. A nossa insistência em abrir foi para isso. Se vier duas pessoas estamos felizes. Se vierem 100 estamos hiper felizes. As pessoas precisam disso", pontua Max.

 

SERVIÇO

Onde: Galeria Multiarte (Rua Barbosa de Freitas 1727, - Aldeota )

Quando: de 14 de setembro a 30 de outubro de 2020/ Visitação de segunda a sexta, das 10 às 18h

Contato: (85) 32617724

Abertura para visitação mediante agendamento

Entrada franca