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História do sobrevivente de um ataque de tubarão-branco
Vida & Arte

História do sobrevivente de um ataque de tubarão-branco

"João Tubarão" conta em autobiografia a história do ataque do animal mais temido da natureza e o que veio depois dali
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A Isca (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação A Isca

Era um tradicional domingo de velejo no ano de 1997, na praia de Búzios (RJ) quando João Portinari foi atacado por um tubarão-branco de quatro metros. O que ele pensava ter sido um último mergulho no mar foi contado na autobiografia "A Isca", escrita pelo carioca e recém-lançada pela editora Edite. Sobrinho-neto de Cândido Portinari, hoje é conhecido como "João Tubarão", deixando o sobrenome famoso da família apenas nas entrelinhas. Na obra, ele resgata a história de sobrevivência e se torna, também, inspiração sobre força e resiliência.

O POVO: Qual o maior aprendizado que as pessoas podem tirar a partir da leitura do seu livro?

João Portinari: Tenho recebido muitas resenhas e feedbacks dos leitores, algumas me contam que aprenderam sobre o mar, tubarões, outras sobre força e medo. Cada leitor entende e interpreta de uma forma diferente. Para mim, é muito gratificante ouvir as histórias a partir da minha história.

OP: E o seu maior aprendizado com esse episódio, qual foi?

João: O meu maior aprendizado foi de tempo. Viver o tempo que temos agora, o presente. O momento mais assustador em toda minha história foi quando vi a morte e ainda tinha muitos sonhos a realizar. Além do tempo, é a certeza de que o ser humano tem uma força incrível. Quando postos à prova, somos capazes de superar obstáculos que jamais poderíamos imaginar. Nosso instinto mais antigo de sobreviver vem à tona e, assim, podemos superar o insuperável.

OP: Por que você resolveu esperar 20 anos para apresentar em livro essa história?

João: Logo que me recuperei do ataque fui viver na Polinésia Francesa, lugar que apelidei de "a casa dos tubarões". Para mim foi natural passar os anos seguintes ao ataque cercado por esse animal que tanto admirava. Com o nascimento dos meus filhos, passei a contar a história para eles todas as noites. Aos poucos passei a contar nas festinhas de crianças, churrascos... Todas as vezes vinha uma pergunta em forma de sugestão: "já escreveu um livro?". Gostei da ideia e finalmente parei para escrever.

OP: Atualmente, como é sua relação com o mar?

João: Muito intensa, quase que diária. Costumo brincar que guio meus dias de acordo com as condições do mar, sempre analisando os padrões climáticos antes de qualquer e-mail ou notícia. Brinco que estou treinando para quando nos mudarmos da terra para o mar, uma brincadeira verdadeira.

OP: Você tem algum viés para o mundo as artes? Como você descreve a relação em ser sobrinho-neto de Cândido Portinari?

João: Em função do parentesco com Cândido Portinari, eu e meu irmão e primos crescemos cercados de arte e fomos sempre bastante incentivados por nossos pais a entender e apreciar as artes. Minha avó Olga Portinari, irmã mais nova do pintor, nos contava sempre as histórias da família Portinari, principalmente de seu irmão Cândido, que é incrível e digna de um filme, já que livros muitos foram feitos. A experiência de escrever foi muito gratificante e pretendo criar outros projetos no campo artístico. Livros e, quem sabe, cinema.

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