No dia 4 de outubro de 1970, o mundo recebia uma notícia trágica: Janis Joplin estava morta. Considerada um dos mais importantes nomes de sua geração, ela foi vítima de uma overdose de heroína. O fato se somava a outra perda recente para o mundo da música, que duas semanas antes também tinha ficado mudo diante da morte do guitarrista Jimi Hendrix. Principalmente entre os jovens, os dois casos atingiam em cheio. Os integrantes da contracultura, que tanto questionaram os valores capitalistas estabelecidos, tiveram que seguir em frente sem dois de seus símbolos.
Janis deixou um legado extenso, apesar de seus curtos 27 anos de vida. Nascida no Texas, foi uma adolescente inquieta. Até quando se mudou para a faculdade, sua personalidade era percebida. Desde muito nova, foi intitulada como a "desajustada", a "diferente" e a "estranha" - e ela levou isso para a própria trajetória profissional. Antes de desistir dos estudos formais, gravou sua primeira música "What Good Can Drinkin' Do", em 1962.
No ano seguinte, passou a compor com regularidade. Mas, em 1965, retornou ao lar da família para se recuperar do vício em drogas e em bebidas. Neste período, foi chamada para assumir parte dos vocais da banda Big Brother and the Holding Company. O grupo havia se tornado conhecido entre o movimento hippie dos Estados Unidos. E os integrantes eram completamente diferentes de Janis. Enquanto eles tinham um som de rock experimental, a cantora tinha a voz voltada para o blues. Eram opostos, porém, funcionaram juntos. Da parceria de três anos, surgiram grandes obras, como "Cheap Thrills", que continha as canções "Summertime" e "Piece of My Heart".
Seguiu carreira solo a partir de 1969. Mas só teria a chance de lançar um álbum de estúdio ainda em vida. "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!" teve grande sucesso. Até hoje canções como "Little Girl Blue" e "To Love Somebody" marcam até mesmo quem não viveu aquela geração. Janis Joplin não teve uma trajetória longa. Mas foi o suficiente para consagrá-la como referência em causas como a liberdade sexual, os direitos civis e do feminismo em uma sociedade norte-americana que tentava vender o retorno da tradição.
Janis: Little Girl Blue
Dirigido por Amy Berg, o documentário "Janis: Little Girl Blue" acompanha os 27 anos da vida da cantora. Com uma narrativa linear, a produção mostra os principais aspectos de sua trajetória profissional, como as performances históricas que realizou. Mas esse não é o único foco. A partir de entrevistas com familiares, amigos e biógrafos, o filme demonstra o universo subjetivo e pessoal de Janis Joplin. Suas relações amorosas, suas frustrações e sua personalidade são algumas das questões abordadas. Além das visões externas, a documentarista traz cartas que a artista enviou durante seus momentos distantes. Revela, assim, uma mulher que lutou contra o conservadorismo dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que lidava com os problemas que culminaram em sua morte.
Direção: Amy Berg
Duração: 103 minutos
Lançamento: 2016
Woodstock - 3 dias de paz, música e amor
O Festival de Woodstock talvez seja uma das principais representações do movimento de contracultura norte-americano. Em 1969, o evento reuniu, em três dias, mais de 400 mil espectadores na pequena cidade de Bethel, em Nova York, em torno de apresentações históricas. Jimi Hendrix, The Woo, Santana, Joe Cocker e Janis Joplin foram alguns dos nomes que passaram pelo local. O documentário de Michael Wadleigh mostra o festival como um marco musical e social da juventude na época. Com entrevistas e recuperação dos shows, a narrativa demonstra a importância do evento para a história.
Direção: Michael Wadleigh
Duração: 185 minutos
Lançamento: 1970
Festival Express
Em 1970, Janis Joplin, The Grateful Dead, The Band, Flying Burrito Bros, entre outros nomes do rock, viajaram em um trem pelo Canadá realizando vários shows no país. As gravações da turnê, feitas por Peter Biziou e Frank Cvitanovich, ficaram perdidas durante três décadas. Após terem sido recuperadas, o documentário "Festival Express" foi idealizado. Entre cenas gravadas nos concertos e a bordo do trem, a obra também traz entrevistas com pessoas que participaram do evento. O material não está disponível nas plataformas digitais, mas é possível comprá-lo em comércios virtuais.
Direção: Bob Smeaton
Duração: 90 minutos
Lançamento: 2003
Monterey Pop
Apenas quatro anos depois de sua morte, o documentário "Janis" foi lançado. Com direção de Howard Alk, a obra contou com o apoio de Albert Grossman, que foi gerente da artista. A partir somente de gravações de arquivo, a narrativa perpassa momentos marcantes da trajetória da cantora. Sua apresentação em Woodstock e sua turnê na Europa, por exemplo, são colocados em vários trechos. Outros destaques são as filmagens exibidas de seus períodos nos bastidores e as entrevistas raras. O filme não está disponível nas plataformas digitais, mas vale tentar garimpar essa pérola em sebos virtuais.
Direção: Howard Alk
Duração: 96 minutos
Lançamento: 1974
Janis
Apenas quatro anos depois de sua morte, o documentário “Janis” foi lançado. Com direção de Howard Alk, a obra contou com o apoio de Albert Grossman, que foi gerente da artista. A partir somente de gravações de arquivo, a narrativa perpassa momentos marcantes da trajetória da cantora. Sua apresentação em Woodstock e sua turnê na Europa, por exemplo, são colocados em vários trechos. Outros destaques são as filmagens exibidas de seus períodos nos bastidores e as entrevistas raras. O filme não está disponível nas plataformas digitais. Lojas virtuais também não estão com o produto à venda.
Direção: Howard Alk
Gênero: Documentário
Duração: 96 minutos
Lançamento: 1974