Logo O POVO+
Festival Popular de Teatro lança 11ª edição em formato online; confira programação
Vida & Arte

Festival Popular de Teatro lança 11ª edição em formato online; confira programação

Gratuito e online, o Festival 11ª edição do Festival Popular de Teatro de Fortaleza reúne 15 grupos de teatro em 20 espetáculos e oferece oficinas formativas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Festival Popular de Teatro de Fortaleza é um dos projetos historicamente apoiados pela Enel via mecenato que, em 2023, não terá incentivo da empresa (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Festival Popular de Teatro de Fortaleza é um dos projetos historicamente apoiados pela Enel via mecenato que, em 2023, não terá incentivo da empresa

"Todo artista tem que ir aonde o povo está", defende Raimundo Moreira, diretor artístico da Companhia Prisma de Artes e coordenador do Festival Popular de Teatro de Fortaleza. "Essa é a máxima que nós temos repetido quase como um mantra nas últimas 10 edições do evento e seguido agora na 11ª". De hoje, 20, até a próxima sexta-feira, 22, a 11ª edição do Festival Popular de Teatro de Fortaleza reafirma o compromisso de alcançar o espectador — agora, em virtude da pandemia de Covid-19, a tela se torna palco. Totalmente online e gratuito, o Festival reúne 15 grupos de teatro cearenses em 20 espetáculos e oferece também oficinas de artes cênicas.

Realizado pela Cia Prisma de Artes e apoiado pela Lei Aldir Blanc, o 11º Festival Popular de Teatro de Fortaleza segue na missão de incentivar o acesso às artes cênicas. "Nós criamos o Festival como algo para levar o teatro para próximo das pessoas, tornar esse teatro uma arte popular, uma arte que fizesse parte do cotidiano. Nós, da Prisma, somos um teatro que se originou na periferia da cidade, no bairro Dias Macedo. Criamos o grupo há 35 anos com esse desejo de fazer um mundo melhor através do teatro", pontua Raimundo. Eixo fundamental na programação do evento, a formação teatral — com iniciação ao malabares, circo e ao teatro de bonecos — é geralmente ministrada nas escolas públicas, mas neste ano será aberta aos interessados.

"Economicamente, a pandemia foi um baque. Ver todos os grupos de teatro sem poder ensaiar, sem poder se apresentar presencialmente, sem poder ir pra rua, sem poder passar o chapéu em rodas de grande público... Vimos quão frágil é a nossa categoria, né? Como não temos nenhuma segurança. Foi como ser jogado no meio deserto sem água, só com o sol quente no meio da cabeça. O teatro foi a arte que sentiu mais fortemente essa essa relação de distanciamento social — no ano passado, não conseguimos fazer o Festival. Mas o virtual traz um outro elemento que é esse rompimento de fronteiras. Isso levou o teatro a alcançar outros públicos", complementa Raimundo. "Temos dito que é entre teatro, vídeo, TV e cinema; é algo que está no meio. A gente tem apostado que, apesar dos excluídos digitais, todo mundo que olha vídeos no YouTube vai ter possibilidade de assistir espetáculos".

No último dia de programação do 11º Festival Popular de Teatro de Fortaleza, às 20h30min, Paula Yemanjá Torres e Zéis performam textos de literários de Nelson Rodrigues no espetáculo “Um São Sebastião Flechado”. Numa mesa de bar virtual, os performers criam diálogos que unem música e literatura. Para Paula, "o virtual agregou muito ao 'Um São Sebastião Flechado'. Acho que a primeira coisa que que a gente ganhou no virtual foi proximidade com o espectador, a forma como a gente trabalha a direção de fotografia do espetáculo coloca o espectador como um integrante nessa mesa. A câmera cria uma angulação que convida o espectador a estar lá, junto com a gente, ouvindo o violão do Zéis que cria uma trilha ao vivo pra essa conversa. Embalados nessas músicas de dores de amor, a gente vai transitando e filosofando sobre o amor, sobre a morte, falando de histórias trágicas de traição e de adultério".

"Uma das características mais incríveis do teatro popular sempre foram as ações de descentralização. Quando o Festival Popular Teatro opta por ampliar a rede e coloca mais de 70% de sua programação fora desse raio minúsculo da zona cultural estabelecida e oficial da Cidade, ele oferece a oportunidade de pessoas que não acessam esses espaços conhecerem esses trabalhos e se interessarem por experiências estéticas que não teriam acesso através da televisão. São muito importantes essas ações de circulação fora desses espaços institucionais porque, além do entretenimento e da diversão, elas acabam também sendo uma atividade formativa, têm uma uma função educativa no sentido mais bonito da palavra que é apresentar opções, ampliar repertório para que as pessoas se tornem curiosas para assistir outras coisas. Despertar a curiosidade por coisas diferentes, por coisas que não são usuais, talvez seja um do grande desafio da educação — o desafio que as pessoas saiam dos seus lugares onde elas sempre andam e se aventurem por descobrir novas coisas", finaliza Paula. 

11º Festival Popular de Teatro de Fortaleza

Quando: de quarta, 20, a sexta, 22

Onde: canal ciaprismadeartes no Youtube e página Festival Popular de Teatro de Fortaleza no Facebook

Gratuito

Programação completa:

Dia 20/1

9h às 12h - Oficina de Marionete Bricolada - Eliania Damasceno e Cristiano Castro

14h - Jão - Uma História na Terra e no Mar - Grupo Bricoleiros (CE)

15h - Pequeno Príncipe - Cia Teatral Oops - (GO)

16h - Maria Peregrina - Trupe Ventania (MG)

17h - Anatomia das Coisas Encalhadas - Silvia Moura (CE)

18h - Estar Em Nós - Juliana Tavares (CE)

19h - Live de abertura

19h30 - Um olhar sobre os festivais de arte - Lançamento do catálogo digital

20h - Saudade que Chama - Cia Balacochê (SC)

21h - Jeffe Soft Bar – Jeffe (apresentação musical)

 

Dia 21/1

9h às 12h - Oficina de Marionete Bricolada - Eliania Damasceno e Cristiano Castro

10h - Alternativas para sustentabilidade do teatro em tempos de pandemia -troca de experiências

14h - Brincante-inprocesso - Edivaldo Batista (CE)

15h - Bruxinha Verde e Sr. Saturmimo em: Admirável Meio Ambiente Novo - Coletivo Terceiro Ato (CE)

16h - E a Live era nossa? - Grupo K’os Coletivo (CE)

17h - O Terreiro de Catirina - Coletivo Tempo Temporão (CE)

18h - A Trupe do Carrapicho - Aquarela Entretenimento (CE)

19h - O Ano Que Não Acabou - Expressões Humanas (CE)

20h - O Fantástico Circo do Artista da Fome - Cangaias Coletivo Teatral (CE)

21h - A Galinha do Papo de Pérolas - Comedores de Abacaxi (CE)

 

Dia 22/1:

8h às 12h - Oficina de Marionete Bricolada – Eliania Damasceno e Cristiano Castro

- Corpo e Sonoridade: Práticas para a Cena Teatral – Juliana Tavares e Ayrton Pessoa

10h - Marítimas: Narrativa 1: Minha Jangada Chama Pelo Nome - Grupo Nima (CE)

14h - A Pequena Grande História de Hanabi e Bonjongo - Inquieta Cia (CE)

15h - Em Análise - Magnólia Cultural (SP/CE)

16h - Pas Des Temps - Epidemia de Bonecos (CE)

17h - Carne Preta, Pele Rara - Incidente Coletivo (CE)

18h - Despejadas - Nóis de Teatro (CE)

19h - Onde Você Estava Quando Eu Acordei? - Grupo Avessa Grupa (SE/SP)

20h - Live de encerramento

20h30 - Um São Sebastião Flechado - Paula Yemanjá e Zeis (CE)

21h30 - Nos Palcos do Nordeste – Dani Campello (apresentação musical)

O que você achou desse conteúdo?