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Big Brother Brasil, um jogo de cifras e estratégias publicitárias
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Big Brother Brasil, um jogo de cifras e estratégias publicitárias

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R$530 milhões em cotas fixas de patrocínio no BBB 21. Neste ano, o participante vencedor do Big Brother Brasil receberá o prêmio de R$1,5 milhão, mas a grande bolada é da Rede Globo: com o sucesso do BBB 20, a emissora aumentou de seis para oito cotas de patrocínio máster para o programa e a nova edição, antes mesmo da estreia, já elevou o faturamento em cerca de 55%. Entre as marcas confirmadas estão Amstel, Americanas, PicPay, Seara, Procter & Gamble, Above, Organnact, C&A, Avon e McDonald's.

O Big Brother Brasil é uma aula de marketing digital: os anunciantes compram veiculação nas multitelas da atração, em formatos como exibição de comerciais, merchandising, promoções, testemunhais e product placement. Os pacotes incluem Globo, Multishow e GShow. Os números de alcance do BBB também são impressionantes — em 2020, a média diária de audiência foi de 37 milhões de espectadores na televisão aberta e por assinatura e 4,3 bilhões de impressões nos perfis oficiais nas redes sociais.

"Há várias outras fontes de renda, mas a propaganda é o que fecha essa conta", explica o diretor comercial digital da RedeTV Henrique Kirilauskas, que atua em rádio e TV desde 1996. "A propaganda não são só 30 segundos: o reality tem propaganda na abertura, no encerramento e nos 30 segundos — que é o padrão normal na televisão —, mas vende uma receita, um carro exposto, um jogo com o site das americanas.com, uma exposição da marca sem mesmo falar nada. Ainda há ações digitais, a visualização do conteúdo que gera receitas, a venda do conteúdo que gera receita… No caso do BBB, muito bem feito, é uma fonte de renda forte do grupo Globo", pontua.

"O reality show se consolida cada vez mais na cultura popular brasileira, assim como as novelas. No reality, as marcas ocupam uma posição diferenciada — através do programa, você consegue construir principalmente ações que impactam o público, que impactam a audiência na televisão e no digital. Isso é o valor agregado que a marca está recebendo. Cada vez mais, as marcas procuram impactar a audiência trabalhando em cima dos assets. O asset é o ativo da marca: o mais rápido, o mais veloz, o mais barato, a maior qualidade...", exemplifica Kirilauskas.

Cativo no prime time da Globo, o Big Brother Brasil atualiza também a inserção de publicidades no jogo. "Os programas se atualizam porque a cultura muda. A vida cotidiana tem atualizações constantes e, ano passado, a pandemia modificou nosso modus operandi. O reality também tem que ser atualizado de tempos em tempos — fica a cargo do roteirista, que está mais próximo do cotidiano, trazer essas mudanças", encerra Kirilauskas.

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