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Disponível no Prime Video e Globoplay, cultuada "Mad Men" é marco das séries recentes
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.

João Gabriel Tréz arte e cultura

Disponível no Prime Video e Globoplay, cultuada "Mad Men" é marco das séries recentes

Passada no contexto da publicidade dos EUA na segunda metade do século XX, "Mad Men" marcou época, virou objeto de culto e, hoje, pode ser vista e revista em streamings
Tipo Notícia
Premiada, aclamada e cultuada anos depois do término, 'Mad Men' segue disponível para o público em plataformas de streaming (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Premiada, aclamada e cultuada anos depois do término, 'Mad Men' segue disponível para o público em plataformas de streaming

Por quase oito anos, identidade, vício, adultério, machismo, costumes, história, ambição, amadurecimento e cigarros - muitos cigarros - foram elementos das noites de milhões de espectadores por todo o mundo no aclamado e até hoje cultuado universo de "Mad Men". Criada em 2007 por Matthew Weiner e protagonizada por Jon Hamm, a série conta a história do misterioso e talentoso executivo Donald Draper, que trabalha em uma prestigiada agência de publicidade na Nova York dos anos 1960. É este o ponto de partida para as sete temporadas da série, todas disponíveis no Prime Video e, recentemente, também na Globoplay.

A primeira temporada da série, naturalmente, se dedicou a apresentar o cenário e as personagens do contexto que rodeava Don, como a esposa Betty (January Jones), o chefe Roger Sterling (John Slattery), o colega Pete Campbell (Vincent Kartheiser) e as secretárias Peggy Olson (Elisabeth Moss) e Joan Holloway (Christina Hendricks). Entre as principais tramas iniciais estão o passado de Don e o crescimento profissional de Peggy.

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Ao longo das sete temporadas, "Mad Men" conseguiu abordar e aprofundar assuntos e tramas diversas de forma precisa e envolvente, ligando-os não somente ao período histórico no qual ela se desenrola, num exercício de busca por exatidão histórica, mas também estabelecendo pontes com discussões contemporâneas.

Um neste sentido é o espaço das mulheres no mercado de trabalho. O tema está de forma mais frontal no desenvolvimento de Peggy e Joan, mas encontra vazão em subtramas e outras personagens da série. A pauta racial também pode ser citada - em especial, pelas críticas que a série recebeu pela ausência de pessoas negras.

"Mad Men" chegou a exibir em uma cena da terceira temporada, de forma controversa, a prática racista do blackface, na qual uma pessoa branca pinta a pele para "representar" uma pessoa negra, na tentativa de "abordar" o assunto. Em temporadas posteriores, optou por abrir espaço para personagens negras de fato, cuja presença ressaltou novos aspectos sócio-históricos - afinal, foi nos anos 1960 que o movimento dos direitos civis se desenvolveu mais fortemente nos EUA.

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As particularidades de "Mad Men" a diferenciavam do que se via na TV naquele contexto, onde séries como "Dexter", "Dr. House" e "Lost" vinham fazendo sucesso. Em seu desenvolvimento, "enfrentou" o êxito de obras que estrearam depois como "Breaking Bad", "Homeland" e "Game of Thrones".

A repercussão da produção, porém, teve uma trajetória específica. De início, os índices de audiência não eram tão altos e a reação da crítica era boa, mas não espetacular. Foi primeiro entre os pares, nos prêmios de indústria, que "Mad Men" encontrou maior aceitação.

Segundo dados de audiência, a média de audiência da primeira temporada foi de 900 mil espectadores, enquanto a nota média da crítica, calculada pelo site Metacritic, foi de 77, em um total de 100. O crescimento foi constante até o ápice que foram a quarta e quinta temporadas.

Foi na quarta, por exemplo, que a média de espectadores da série ultrapassou 2 milhões, chegando a mais de 2,27 milhões, e é também ela que tem a maior nota no Metacritic, 92. Já a quinta é a detentora da maior média de audiência, que chegou a 2,61 milhões de espectadores por episódio.

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A partir dali, o sucesso estava consolidado. O reconhecimento dos pares, por sua vez, se mostra nas 297 indicações a diferentes prêmios que a série recebeu, das quais 79 se converteram em vitórias. Só no Emmy, a maior premiação da indústria da TV estadunidense, foram 116 indicações e 16 vitórias

Recordes, inclusive, foram batidos: as quatro primeiras temporadas tiveram vitórias consecutivas em Melhor Drama no Emmy, fazendo de "Mad Men" uma das quatro produções mais premiadas na categoria. Em 2012, porém, um fato negativo: indicada em 17 categorias, não ganhou em nenhuma, virando recordista de maior número de indicações sem vitórias.

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Mesmo tendo encerrado há mais de cinco anos, "Mad Men" segue forte no imaginário e na História das séries, muito por conta da presença nos streamings. Até maio de 2020, estava disponível na Netflix, tendo migrado para o Prime Video em julho e, no fim do mês passado, se somado também ao catálogo da Globoplay.

Confira galeria de fotos com mais informações sobre as personagens:

Onde assistir

Disponível no Prime Video e na Globoplay

Outros marcos

É fato que "Mad Men" foi um marco das séries, sendo uma das obras com maior número de vitórias no Emmy na categoria de Drama e, ainda, referenciada e cultuada mesmo anos após o encerramento. Antes, durante e depois da exibição da produção, porém, outras séries também se destacaram na televisão ao longo dos anos. O V&A separou algumas sugestões.

FAMÍLIA SOPRANO

Matthew Weiner, o criador de "Mad Men", tem no currículo o roteiro de episódios das últimas três temporadas desta que é uma das séries pioneiras da TV estadunidense. Criada por David Chase, acompanha o mafioso Tony Soprano (James Gandolfini) que, impactado por série de problemas pessoais e profissionais, recorre à terapia. Disponível na HBO Go.

BREAKING BAD

Um professor de química é diagnosticado com câncer de pulmão e, para tentar assegurar um futuro confortável para a família, acaba entrando na produção e venda de metanfetamina. Contemporânea de "Mad Men", "perdeu" duas vezes no Emmy para a série de época. Disponível na Netflix.

GAME OF THRONES

Assim como "Mad Men", é também uma das obras que ganhou quatro vezes na categoria de Melhor Série de Drama no Emmy. Sucesso de público baseado na obra de George R.R. Martin, a fantasia acompanha a jornada mortal de famílias tentando controlar os Sete Reinos de Westeros. Disponível na HBO Go.

Panorama de repercussão

A repercussão de "Mad Men" começou tímida, mas o desenvolvimento da série foi trazendo mais aclamação da indústria, da crítica e, também do público. Confira as médias de audiência das sete temporadas da série!

1ª (2007) - 900 mil espectadores
2ª (2008) - 1,52 milhão de espectadores
3ª (2009) - 1,80 milhão de espectadores
4ª (2010) - 2,27 milhões de espectadores
5ª (2011) - 2,61 milhões de espectadores
6ª (2012) - 2,49 milhões de espectadores
7ª - primeira parte (2013) - 2,01 milhões de espectadores
7ª - segunda parte (2014) - 2,12 milhões de espectadores

Em termos de aceitação da crítica, os números foram constantemente bons, com crescimento da primeira para a segunda temporada e, depois, continuidade da aclamação por parte de jornalistas especializados. Os dados são do agregador de críticas Metacritic

1ª (2007) - nota 77
2ª (2008) - nota 88
3ª (2009) - nota 87
4ª (2010) - nota 92
5ª (2011) - nota 89
6ª (2012) - nota 88
7ª - primeira parte (2013) - nota 85
7ª - segunda parte (2014) - nota 83

Foto do João Gabriel Tréz

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