Com narrativas ficcionais mas também com um toque de realidade, o Cinefantasy, Festival Internacional de Cinema Fantástico, lança programação online para os próximos dias, dando destaque ao gênero fantástico. Considerado o maior e mais importante festival do gênero fantástico no Brasil, a exibição conta com mais de 150 filmes nacionais e internacionais de 70 países, e quatro dessas produções são nordestinas. O evento começa a partir do dia 16 de abril, sexta-feira, através da plataforma Belas Artes à La Carte, e vai até o dia 29.

O evento tem como objetivo incentivar, debater e divulgar o cinema fantástico e seu universo, como também fortalecer os laços entre realizadores, produtores, distribuidores e público. Os organizadores descrevem como "um festival PLURAL, um lugar de fala para as mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+, carregando nas mostras as pautas sociais, culturais e históricas do nosso tempo".

Essa é a 11ª edição do festival e conta com 15 mostras competitivas, sendo 2 mostras de longas-metragens, documentário e ficção, e 13 mostras de curtas-metragens, separadas pelos seguintes temas: Horror, Ficção Científica, Fantasteen, Fantasia, Estudante, Brasil Fantástico, Amador, Pequenos Fantásticos, Espanha Fantástica e Animação.

Todos os títulos concorrem ao Troféu José Mojica Marins e os filmes brasileiros vencedores são indicados para o Prêmio FANTLATAM, premiação internacional da Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantastico e o Prêmio Tanu Distribuicion, com distribuição por 1 ano do filme em festivais da América Latina.

Na Sessão de Abertura, dia 16/04, às 18h, será exibido o documentário "Horror Noire: a História do Horror Negro", que fala sobre a presença, ou ausência, de negros nos filmes de terror na história do cinema. Será disponibilizado mil acessos gratuitos para assistir o filme. O evento também conta com uma homenagem ao diretor e artista Neville D'Almeida. Será transmitido uma retrospectiva e uma entrevista exclusiva.

Diversos títulos aguardados pelos fãs do cinema fantástico serão transmitidos, como os longas Porcelana de Jenneke Boeijink (Holanda), Ravina, de Balázs Krasznahorkai (Hungria), Amigo, de Óscar Mártin (Espanha), e Sayo, de Jeremy Rubier (Canadá), (Première America Latina). A mostra também conta com quatro produções nordestinas, sendo duas do Ceará.

O longa cearense "Como Vivem os Bravos", de Daniell Abrew, mostra um faroeste nordestino ambientado em Palmácia (CE), e narra a história do o ex-soldado da polícia Mumbaca e o cangaceiro Alfinete. O filme faz parte de uma trilogia, sendo o primeiro "Como Nascem os Bravos", lançado em 2017, o segundo "Como Vivem os Bravos', lançado em 2020, e o último "Como Morrem os Bravos" tem previsão de lançamento para 2022.

A ideia veio de sua avó, que faleceu dois meses após o término das gravações do primeiro filme. "Nós chegamos a conclusão que o universo do faroeste está para os Estados Unidos como o cangaço está para o Brasil", comenta Daniell. Os filmes não têm diálogos e o diretor chama de "trilogia do silêncio". Enquanto no primeiro filme, há elementos sutis do universo fantástico, no segundo filme isso é colocado em maior evidência.

O filme "Rodson ou (Onde o Sol não tem Dó)", também gravado no Ceará, de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra, retrata os pré anos 3000 onde é proibido ler, refletir e consumir cultura. Rodson, um garoto com instinto artístico reprimido pela sociedade, sai em busca da alucinação perfeita sob o Sol de 2000°C.

O longa também faz parte de uma trilogia, sendo o último filme, e retrata elementos da atualidade. "O gênero fantástico é muito poderoso para contar histórias, porque tudo que você conta na distopia ou numa ficção científica, você costuma falar do presente, da sociedade em que você vive", reflete Clara Chroma.

Além da exibição de filmes, a programação conta com atividades formativas, como um curso com o diretor argentino Hermán Moyano, workshops, bate-papo com o produtor Rodrigo Teixeira e debates com as participações de Grace Passô, Jefferson De, Mariana Jaspe, entre outros.

O evento é uma realização da Fly Cow Produções com patrocínio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, com recursos da Lei Aldir Blanc.

11º CINEFANTASY

Quando: 16 a 29 de abril

Onde: www.belasartesalacarte.com.br

Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90

As atividades paralelas são gratuitas

Confira sugestões de filmes para assistir no festival

Morgana

Mostra Documentário | País: Austrália | Direção: Isabel Peppard e Josie Hess.

A produção conta a história de Morgana, uma dona de casa que se reinventou aos 50 anos como uma estrela pornô feminista. O filme retrata a jornada da mulher, mostrando suas dificuldades de auto aceitação até se tornar uma figura internacional.

A Incrível Vacina do Dr. Dickinson 

Mostra Animação | País: Espanha | Direção: Alex Rey.

No ano de 2024, a humanidade ainda luta contra o coronavírus, enquanto os países estão um caos e as economias quebradas. Mas um jovem médico de biologia molecular, Doutor Dickinson, está prestes a mudar o destino da raça humana.

Matilha 

Mostra Horror | País: Argentina | Direção: Miguel Vazquez.

Uma mulher corre pela floresta após ser mordida por um animal. Ela encontra uma casa onde vive um caçador e lá se abriga. A mulher acaba descobrindo que o caçador mantém uma criatura presa no porão, e enquanto ele busca estabelecer uma relação com ela, a mulher está mais interessada em descobrir o que ele esconde.

Perdida

Mostra Fantastic Black Power | País: Estados Unidos | Direção: Ralph Campos e Renan Collier.

Um espírito atrai crianças para longe dos pais, e uma menina ignora o aviso da mãe sobre a lenda do Flautista Mágico.

Eco 

Mostra Fantástica Diversidade | País: Porto Rico | Direção: Gilberto David Vázquez Gómez.

Um espírito atrai crianças para longe dos pais, como forma de vingança. Uma menina acabada sendo levada ao ignorar o aviso da mãe sobre a lenda do Flautista Mágico.

Minha Amada Virgínia

Mostra Mulheres Fantásticas | País: Brasil | Direção: Bianca Mansur e Liara Belmira.

Virgínia foi isolada em seu quarto, por ordens de seu marido e seu médico, que a diagnosticaram com histeria. Suas horas vazias tornam-se um pesadelo enquanto sua saúde mental deteriora e ela se torna obcecada com o papel de parede.