Com o ímpeto de exaltar as produções de artistas indígenas do Estado, a Semana de Arte Indígena Contemporânea do Sirí-Ará começa hoje, 26, e vai até sexta-feira, 30. Marcando o Abril Indígena, a programação virtual conta com aulas, debates, saraus, sessões de cineclubes e visitas virtuais a mostras de arte. Treze ações virtuais serão transmitidas on-line, pelos canais "Dragão do Mar" e "IFCE Fortaleza" no YouTube.
"A Arte indígena brota em toda terra" é o tema da abertura oficial do evento, que ocorre às 14 horas de hoje, 26, pelo canal no YouTube "IFCE Fortaleza". Com mediação da pesquisadora Lourdes Macena, o bate-papo terá o artista plástico Júnior Potiguara e a poetisa, artista visual e artesã Merremii Karão Jaguaribaras.
Às 19 horas, no mesmo canal, o arte-educador, artista e comunicador comunitário Iago Barreto media o lançamento do livro "Mecunã Kérrupi Ané" - Ifoto, com o também arte-educador e realizador audiovisual Ka Moreira; o artista e pesquisador Felipe Camilo; e o fotógrafo Aleff Tapeba.
O evento é uma realização do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, por meio do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC Dragão), em parceria com o grupo Tamain, o coletivo Poti, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e o Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto Federal do Ceará (IFCE).
Iago Barreto é coordenador do Tamain, grupo e plataforma on-line de arte indígena e contato com a mãe terra. "Os artistas indígenas estão produzindo uma arte que é engajada com o pensamento, com a abertura para sentir mais de perto a terra. Se fala sobre retomar os espaços, porque eles estavam aqui antes de todas as pessoas que chegaram após a invasão da colonização. Essa arte cura, é espiritualidade, ecologia, é a história dessa diástase. Ela é tudo isso e muito mais", reverencia.
A artista Merremii compartilha sobre a arte do seu povo, Karão Jaguaribaras. "É uma de nossas faces indefinidas", diz. Enquanto artista indígena, reafirma a missão de preservar os saberes ancestrais, seja pelas Taowás (grafismos e pinturas), pela música, filosofia ou outra arte.
"A arte é universal e o ambiente artístico é, também, para os indígenas. Para o meu povo, é parte integrada de tal maneira que não pode haver separação. É como um de nossos órgãos fundamentais. A arte é um órgão do Kalembre (filosofia de vida em coletivo) que nos liga aos nossos ancestrais em diversas dimensões, nos conecta como uma raiz de uma planta na Terra. Está presente desde nossas celebrações e agradecimentos às lutas e batalhas", revela Merremii.
Na programação, destaque para as visitas virtuais por mostras artísticas expostas na plataforma Tamain. O canal Dragão do Mar no YouTube exibe um passeio on-line na terça, 27; e na quinta, 29; sempre às 10 horas. Quem guia as conversas com os curadores e artistas são Iago Barreto, Ka Moreira e o professor do Programa de Pós-graduação em Artes do IFCE Albio Sales. Na quarta-feira, 28, às 10 horas, acontece o Sarau de Poesia Indígena, com roda de conversa entre diversos autores.
Semana de Arte Indígena Contemporânea do Siri-ará
Quando: de hoje, 26, a 30 de abril
Onde: Dragão do Mar e IFCE Fortaleza no YouTube
Mais info: tamain.hotglue.me
Gratuito