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Johnny Hooker lança DVD com participação de Fafá de Belém e Karina Buhr
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Johnny Hooker lança DVD com participação de Fafá de Belém e Karina Buhr

Cinco anos após registro de show, cantor e compositor Johnny Hooker lança DVD "Macumba Ao Vivo Em Recife" e reflete sobre trajetória da carreira e situação do País
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Entre os nomes com os quais 
Johnny dividiu o palco na ocasião, 
está a cantora e compositora Karina Buhr (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Entre os nomes com os quais Johnny dividiu o palco na ocasião, está a cantora e compositora Karina Buhr

Foi uma noite de abril de 2016 marcada por encontros. Em Recife, Johnny Hooker subia ao palco para apresentar o show do álbum "Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito!", promovendo trocas com o público presente e, também, com artistas convidadas e convidados. Aquele momento coroava a bem-sucedida trajetória nas artes de Johnny, que já vinha num percurso de uma década. No âmbito nacional, aquela noite sucedeu o dia em que se decidiu pela continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que viria a se concretizar em maio. Impregnado pelo contexto de Brasil da época, o registro do show passou cinco anos guardado e, agora, reencontra o público em outra realidade de País. A intenção, porém, é servir de inspiração para o futuro. A partir desta sexta, 7, as filmagens de "Macumba Ao Vivo em Recife" chegam ao YouTube e o áudio do show será disponibilizado como um disco nas plataformas digitais.

 

"Aquele ponto da minha carreira foi o primeiro momento em que eu alcancei um público mais mainstream. Estava com música em novela, o disco viralizou nas redes, mas eu já tava na estrada há quase 10 anos", remonta o cantor e compositor em entrevista do V&A. "Foi um momento muito especial e bonito porque consolidou ali, com o público da minha cidade natal", avança.

Os registros de "Macumba Ao Vivo em Recife" passaram meia década guardados por conta do desenvolvimento da carreira de Johnny. "Depois que a gente gravou o DVD e foi finalizar a turnê, a gente já tava com contrato assinado para fazer o segundo disco. Depois teve o Rock in Rio, turnê nacional, duas turnês internacionais… Acabou que esse material ficou no 'depois a gente vê'", explica o artista.

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Em 2019, Johnny chegou a lançar um single e, no início de 2020, começou a gravar o terceiro disco da carreira - com planos de lançá-lo ainda no ano passado. Quando, em março, o País foi afetado pela pandemia, o projeto foi freado. "Nesse momento em que parou tudo e o tempo ficou suspenso, eu falei 'agora a gente vai pegar esse material (de 2016), vai finalizar e lançar pro mundo'", avança Johnny.

Ao longo de 2020, então, o foco do artista e da equipe foi revisitar os registros do show de 2016 e editá-lo em um DVD, que será disponibilizado no YouTube, e em um CD ao vivo, que irá para as plataformas digitais. O terceiro disco, por sua vez, deve ficar pronto e ser lançado no último trimestre deste ano.

O processo de revisitar os registros do show de 2016 se revelou ainda mais significativo por ter se dado em um período no qual os shows são uma realidade ainda distante. "Foi muito bonito voltar e rever tudo, principalmente nesse momento que a gente tá sem show. Passava parte dos meus dias 'dentro' daquele show, então dava uma esperancinha e, ao mesmo tempo, uma angústia", divide Johnny. "A gente espera que ano que vem a gente consiga voltar aos shows, à troca com o público, à catarse da música ao vivo, que é insubstituível", torce.

 
 
 
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A apresentação de cinco anos atrás também tem ecos políticos, já que, na época, a discussão sobre o impeachment de Dilma era central no debate. "A gente vinha de um Brasil que estava dando certo, na medida do possível, e com o golpe tudo desmorona. Na minha opinião pessoal, o País acabou de lá para cá. Não se tem mais seriedade, se abriu mão da lógica, da empatia, da ciência, de qualquer contexto de inclusão. É um País que não existe muito, é uma sombra, um espectro de terror", avalia Johnny.

"Enquanto o Brasil não se olhar no espelho e não tiver a reparação histórica - pela escravidão, pelo genocídio indígena, pela ditadura -, a gente está fadado a cometer os mesmos erros de novo e de novo. Essa é a nossa chance, depois desse genocídio que a gente está sofrendo, de poder reparar essas coisas", desenvolve.

Apesar de admitir certo pessimismo em relação ao contexto nacional, Johnny entende o DVD e o CD ao vivo como "portais" de esperança. "Eles me fazem refletir muito sobre tudo que houve depois daquele primeiro momento, do primeiro disco. Vejo minha evolução pessoal no canto, na composição, no palco. É muito bonito ter deixado registrado. Me dá muito orgulho e me dá, também, muita vontade de voltar aos palcos. É quase como se fosse um portal de esperança. Aquele momento pode ser possível de novo", torce.

 

Macumba Ao Vivo em Recife

Quando: lançamento nesta sexta, 7

Onde: áudio nas plataformas digitais e registro audiovisual em bit.ly/YouTubeJohnnyHooker

 

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