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Protagonizada por Liniker, série "Manhãs de Setembro" estreia na sexta, 25
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Protagonizada por Liniker, série "Manhãs de Setembro" estreia na sexta, 25

Nova série da Amazon Prime protagonizada pela cantora e compositora Liniker amplia e diversifica as narrativas de pessoas trans no cenário audiovisual brasileiro
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Protagonista de "Manhãs de Setembro", Liniker não foi convidada para GP do Cinema Brasileiro (Foto: FITOSHAW)
Foto: FITOSHAW Protagonista de "Manhãs de Setembro", Liniker não foi convidada para GP do Cinema Brasileiro

"Fui eu que se fechou no muro/ E se guardou lá fora/ Fui eu que num esforço se guardou na indiferença/ Fui eu que numa tarde se fez tarde de tristezas/ Fui eu que consegui ficar e ir embora". A canção "Manhãs de Setembro" ecoa no apartamento de Cassandra (Liniker) no centro de São Paulo. Os versos recordam a realidade ultrapassada da personagem, uma mulher trans que tem a vida amorosa estável, trabalha como entregadora de aplicativos e sonha em fazer sucesso como cover da cantora Vanusa, intérprete da música.

A liberdade inabitual da protagonista é interrompida quando Leide (Karine Teles), com quem viveu um breve envolvimento amoroso no passado, bate à porta e lhe apresenta Gersinho (Gustavo Coelho), fruto do relacionamento das duas. Os três constroem uma relação de afetos e desencontros na primeira temporada de "Manhãs de Setembro", nova série da plataforma de streaming Amazon Prime Video, disponível a partir desta sexta-feira, 25. Com cinco episódios, O POVO teve acesso à primeira temporada e recomenda.

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A trama apresenta um retrato real das vivências cotidianas e da formação de novos vínculos em períodos turbulentos. O enredo de Cassandra reflete as dificuldades e preconceitos enquanto mulher trans, mas a obra não enquadra estes pontos como temas centrais da série. Os questionamentos, as incertezas e os novos sentimentos causados por uma situação inédita e indesejada movimentam o percurso do drama.

"O que me atraiu no roteiro foi criar um imaginário real sobre uma pessoa trans, tendo em vista o País e sociedade que a gente vive e todas as formas de violência que as pessoas trans e pretas vivem. Criar um personagem a partir do afeto foi uma das coisas que mais me emocionou. A Cassandra não está nesse lugar encaixotado que muitas narrativas cinematográficas e do audiovisual colocam as pessoas trans, que é sempre sob um olhar marginalizado. É uma personagem complexa e intensa", detalha Liniker, em coletiva de imprensa.

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A artista estreia nas telas com a obra e ressalta a importância do investimento em trabalhos inclusivos e com diferentes pautas sociais pelas plataformas de conteúdo. "A responsabilidade disso é das grandes produções, porque a nossa responsabilidade é viver", enfatiza. Segundo a head de conteúdo original do Amazon Studio no Brasil, Malu Miranda, a diversidade na série também é reconhecida a partir do roteiro, a exemplo da participação da roteirista trans Alice Marcone, até os assistentes de câmeras e dubladores.

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"A gente vai realmente falar de inclusão e representatividade quando a gente entender que personagens e equipe diversas não são tema de uma produção. A gente tem que começar a entender que ter diversidade é uma estratégia criativa, que vai gerar produtos inovadores", explica Alice. A roteirista argentina Josefina Trotta menciona o avanço no cenário audiovisual em comparação há dez anos e complementa que o contexto ideal seria "termos sala de roteiro com mais diversidade ainda, porque é onde são desenvolvidas e criadas histórias como "Manhãs de Setembro".

Entre as diversas facetas de Cassandra exploradas em contextos familiares, amorosos e sociais, destaca-se a de fã. No drama, a cantora Vanusa embala a trilha sonora com versões de "Paralelas" e "Como Vai Você", que ganham novos contrastes na voz de Liniker. Em outros momentos, Cassandra imagina conselhos da artista em pensamento.

"A Vanusa não é só cantora para Cassandra, ela é uma bússola. Nesse sentido a personagem cria uma relação familiar com a ídola", conta Liniker. Ela afirma que sempre admirou o trabalho da cantora, mas a obra a fez mergulhar em seu trabalho. "A Vanusa dá colo para Cassandra, é quando ela consegue se aninhar um pouco dentro das dificuldades que ela vive na vida", pontua.

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No mês do orgulho LGBTQIA+, "Manhãs de Setembro" estreia com a proposta de fortalecer a pluralidade nas narrativas dos produtos originais brasileiros. Com elenco composto por artistas como Paulo Miklos, Isabela Ordoñez, Gero Camilo e Linn da Quebrada, a série desenvolve personagens em um enredo sobre "amor, resiliência e perseverança".

Manhãs de Setembro

Onde: Amazon Prime Video
Quando: A partir de 25 de junho

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