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Cearense desenvolve jogo de cartas para aproximar casais
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Cearense desenvolve jogo de cartas para aproximar casais

Mercado aposta em estilo com perguntas e respostas para quem busca ferramentas capazes de desenvolver conexão nas relações entre casais e amigos
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Os jogos foram desenvolvidos para promover a conexão entre casais
 (Foto: Camilla Albano/Divulgação
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Foto: Camilla Albano/Divulgação Os jogos foram desenvolvidos para promover a conexão entre casais

O psicólogo nova-iorquino Arthur Aron desenvolveu um questionário com 36 perguntas que, segundo o profissional, são suficientes para duas pessoas se apaixonarem. Casais de desconhecidos testaram a pesquisa e alguns participantes até obtiveram sucesso. Anos depois, uma colunista do The New York Times e voluntários do jornal The Guardian também engatilharam romances ao sondar a eficiência da iniciativa.

Elaborado em 1997, a ideia do estudo é mostrar que a vulnerabilidade aproxima as pessoas, mesmo com questionamentos aparentemente simples. Mas o que acontece se o casal já tem um relacionamento e está passando por um período de mudanças? Esta foi a dúvida da celebrante de casamentos Naira Oliveira, responsável pelos jogos de perguntas "Relicário" e "Renascer".

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Os produtos foram criados a partir das experiências de Naira em cerimônias laicas. "A importância do discurso laico é que muitas vezes a gente ancora no divino os louros da relação. Não é aquela coisa que o amor tudo pode, tudo crê. As relações são difíceis, desafiadoras, a gente acessa essa construção e explora esse lado", explica. Durante o período de atuação profissional, ela percebeu o desgaste das relações dos clientes com decisões burocráticas, como a cor da flor da cerimônia e o número de convidados, causando um afastamento entre os dois.

No papel de celebrante, Naira buscou ferramentas que pudessem ajudar o casal no preparo da oficialização da união. Ela desenvolveu questionários e colocou em prática por cinco anos até chegar no formato atual dos jogos. "Perguntas são ferramentas muito poderosas para a gente buscar respostas que a gente nem sabe. Elas também são irreversíveis, você não pode nem recuperar", ressalta. O primeiro baralho, nomeado Relicário, tem como público alvo pares que decidiram se casar ou que gostariam de renovar os votos. Este modelo conta com 28 cartas com perguntas sequenciadas que vão crescendo dentro dos temas. Já a segunda proposta, chamada Renascer, foi desenvolvida para casais que tiveram filhos juntos e permanecem com o relacionamento. Esta opção tem 40 cartas, divididas em quatro etapas: descobrindo, gestando, entendendo e renascendo.

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"Os dois jogos têm isso em comum, são feitos para fases muito turbulentas, mas o objetivo deles é deixar essa excitação de algo muito bom que aconteceu, que aprofunda o vínculo. A ideia é fazer com que as pessoas criem espaço para dialogar sobre isso, coloquem sentimentos e trabalhem a vulnerabilidade", detalha. O intuito é que o casal utilize as ferramentas em momentos a sós, durante programas que desfrutem, para apreciar a vivência. "Não busco despertar conversas para caminhos que fossem negativos, apesar de que é possível. O jogo vai focar no que é mais bonito, mais potente, sempre jogando foco no que é mais positivo na relação", elenca Naira.

Com esta troca de perguntas e respostas, a chef de cozinha Bruna Hermogenes pôde se reconectar com o marido antes do casamento, em 2019. "Na correria do pré-casamento, a gente fica tão preocupado em fechar contrato que a gente esquece do real significado e porquê estamos fazendo aquilo", desabafa. Bruna conta que o casal fez perguntas inéditas apesar dos anos de relacionamento. "A gente deu risada, a gente chorou. Depois que começamos, nós falamos que vamos fazer de tempo em tempo", diz.

As perguntas foram pensadas para momentos de mudanças. (Foto: Camilla Albano)
Foto: Camilla Albano As perguntas foram pensadas para momentos de mudanças.

Para a psicóloga Patrícia Saraiva, este tipo de proposta é um bom recurso para iniciar diálogos. Ela também é especializada em relacionamentos e terapia de casal. Em seu consultório, é comum o uso do "Puxa Conversa", um baralho em formato similar de cartas com questionamentos utilizado por profissionais da área. Além das salas de atendimento, este estilo de jogo também já está presente em aplicativos e faz sucesso em experimentos de jornais e revistas internacionais.

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"As perguntas podem trazer sentimentos, elas podem ser complexas e difíceis de responder, porque nem todo mundo pode. Acho que a pessoa tem que estar disposta a se conhecer", discorre. Para potencializar a sintonia do casal, Patrícia indica tempo de qualidade entre os parceiros. Dentro das alternativas existentes, tudo é válido contanto que foque "na presença e na comunicação".

Puxa-conversa.
Puxa-conversa.

Para jogar

Puxa Conversa

O modelo é utilizado por terapeutas e tem versões para amigos, casais e família pelo preço médio de R$ 23.

Isso Não É Um Jogo

Disponível para Android e iOS, o aplicativo gratuito oferece três níveis de perguntas e é indicado para duas pessoas. Ele pode ser utilizado no modo offline, ideal para jogadores que estão próximos fisicamente, e no modo online por meio de chamada de vídeo.

Jogos "Relicário" e "Renascer"

Quanto: R$, 64,90

Onde: No site

Mais informações: @mardeafeto

 

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