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Modelos contemporâneos de redes conquistam o mercado; conheça opções
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Modelos contemporâneos de redes conquistam o mercado; conheça opções

Redes de dormir ganham novos modelos e funcionalidades nos ambientes. Empreendedores apostam na inovação da tradição para exportação do produto
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Elementos artesanais são destaque nas redes. (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Elementos artesanais são destaque nas redes.

A rede, inicialmente vista como acessório popular, alcançou espaço nacional e internacional como artigo doméstico de charme e bem-estar. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), US$ 890 mil do lucro entre janeiro e abril deste ano foi obtido através da venda de redes para o Exterior. Grande parte da produção estadual do produto vem diretamente do Vale do Jaguaribe, mais precisamente da cidade de Jaguaruana, a "terra das redes".

O município foi o primeiro do Ceará a receber a Indicação Geográfica (IG) de Procedência do Estado, que reconhece as características naturais, históricas e socioeconômicas de um lugar. O processo também facilita a produção local e valida a identificação cultural da cidade, que leva a rede representada até na bandeira e no hino municipal. A fabricação da mercadoria é feita, majoritariamente, a partir de estruturas familiares, como a que ocorre por gerações na Valente Têxtil.

A empresa surgiu em Jaguaruana durante os anos 1970. "Naquela época, a rede era vista como um produto voltado para a população com menor poder aquisitivo. O foco era produzir redes populares", relembra o fundador Francisco Valente, o Seu Chico. De lá para cá, o processo de produção da marca segue muito similar ao de 40 anos atrás. "Por meio de teares rústicos tece-se o tecido, que é enviado para várias artesãs da cidade", especifica. Nas mãos experientes, as tramas ganham forma, os punhos se firmam e a varanda - depois costurada na parte inferior do produto - é desenvolvida manualmente.

Baseando-se nesta fórmula, a Valente procura seguir o princípio de valorização artesanal e descobre diferentes maneiras de se manter no mercado por meio da inovação da tradição. "Buscamos sempre ouvir nossos clientes, suas necessidades e expectativas para criar novos produtos. Faz parte da rotina dos funcionários viajar para outras cidades e até mesmo para outros países atrás de tendências e novidades", pontua.

Com o passar dos anos e o crescimento da popularidade, o item ganha novas representações no cotidiano. "Ao longo do tempo, a rede foi ganhando no imaginário de muita gente essa ligação com o descanso, o acolhimento", destaca o arquiteto Carlos Otávio, que trabalha há mais de 30 anos na área de interiores. O profissional atua entre Fortaleza, São Paulo e Lisboa, onde fixa residência. Ele menciona que essa transição faz com que ele tenha um olhar mais "cuidadoso e reflexivo" sobre os valores culturais do país onde nasceu.

A rede desponta, então, em seus projetos como um reflexo da brasilidade e uma lembrança da casa de avós. "É uma das coisas bem cearense, sem dúvidas, faz parte da minha história. Como muita gente pede, a gente tem encaixado nas varandas de uma forma que fica bonito, acolhedor, integra a socialização da família", descreve. Parte da disseminação do elemento no Ceará, pontua Carlos, foi feita pelo pintor, designer e decorador Sergei de Castro.

"Deixou de ser apenas um acessório para dormir. Você tem as varandas muito bem elaboradas, os tons crus, tudo isso vai dar uma característica mais natural ao ambiente. A outra linguagem está muito ligada ao tecido de algodão, a fibra natural, o principal elemento da rede", detalha o arquiteto. Para ele, o espaço exemplar para uma rede seria na varanda de casa. "Mas nada que, dentro de um enquadramento, não se encaixe em um quarto", prossegue. As novidades da área trazem redes com diversas tramas, cores e funcionalidades, podendo ser uma substituição para poltronas, por exemplo. Para quem busca boas opções em Fortaleza, Carlos indica um passeio pelo Mercado Central ou pelo Centro de Turismo do Ceará (Emcetur).

 

A Pana também faz outros produtos, como mantas e tapetes.
A Pana também faz outros produtos, como mantas e tapetes.

Conexões

Em adição a este nicho crescente, a Pana Têxtil nasce a partir da visão do engenheiro de computação Bruno Valente, da publicitária Mariana Marques e do designer Pedro Mourão. "A Pana nasceu para criar produtos diferentes de tudo que existe, entendendo as necessidades de seus usuários e utilizando mão de obra local cearense. Queremos conectar designers, arquitetos, ilustradores e artesãos para cumprir esse propósito", define Bruno.

A marca também desenvolve outros objetos voltados para a casa - produzidos com algodão - , como mantas, tapetes, toalhas decorativas de mesa, jogo americano e roupão. "A gente iniciou nossa primeira coleção com peças mais tradicionais para não romper com nossa origem completamente. Mas queremos colocar muitas cores vibrantes, ilustrações e design em nossos produtos", complementa. A publicitária Mariana Marques pontua que as redes, além do sentimentos de conforto, também podem trazer identidade ao ambiente. "Você atualiza, diz quem mora ali, que é a grande graça da arquitetura".

Uma das intenções da Pana é fazer com que o produto seja entendido como um mobiliário, a exemplo das cadeiras, itens de grande destaque na arquitetura. A aposta da marca é no modelo "Solarium", composto 100% por algodão e acompanhado com um par de varandas removíveis. Ele é desenvolvido pelo trabalho de 11 artesãs e pode ser adquirido por R$ 2.000.

 

Onde comprar

Valente Têxtil

Onde: Rua Padre Rocha, 1818, Jaguaruana - Ceará

Mais informações: @valentetextil no Instagram

Encomendas em valentetextil.com.br ou (85) 2180-9017

Pana Têxtil

Onde: Rua Dr. Gilberto Studar, 723, Cocó

Mais informações: @panatextil no Instagram

Encomendas em panatextil.com.br ou (85) 2180-6909

Mercado Central

Onde: Avenida Alberto Nepomuceno, 199, Centro

Mais informações: @mercadocentraldefortaleza no Instagram

Centro de Turismo do Ceará (Emcetur)

Onde: Rua Senador Pompeu, 350, Centro

Mais informações: 3212-3014

 

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