A trajetória de Mel Lisboa não é tão comum quanto a de outros artistas que se tornaram nacionalmente famosos. Fazia teatro desde criança, mas, naquela época, ainda não seguia uma carreira profissional. Logo na primeira audição para um papel na televisão, foi escalada para ser a protagonista da minissérie "Presença de Anita", escrita por Manoel Carlos. A partir daquele momento, há exatas duas décadas, a atriz ganhou repercussão em todo o Brasil. Atuou em vários papéis em séries e filmes, mas sempre retornou à sua primeira paixão: as artes cênicas. No Vida&Arte Convida deste sábado, 4 de setembro, a artista reflete sobre sua trajetória e comenta sobre seus projetos futuros.
"A minha história, se eu for olhar com mais cuidado, começa na minha infância, quando eu entrei para as aulas de teatro com oito anos. Depois, acabei optando por fazer cinema na Federal Fluminense e, de certa forma, a experiência acadêmica me reaproximou do teatro. Eu tive essa oportunidade de fazer um teste para 'Presença de Anita', passei no teste e fiz a minissérie", recorda. Ela comenta que esse deslocamento cronológico, para alguém que não tinha prática profissional, diverge entre as outras trajetórias.
Desde o primeiro marco, já esteve presente em outras produções audiovisuais, como "Desejos de Mulher" (2002), "Sonhos e Desejos" (2006), "Sete Pecados" (2007), "Sansão e Dalila" (2011) e "Cães Famintos" (2016). Um de seus projetos mais recentes é em "Coisa Mais Linda". Na série original da Netflix, interpreta Thereza, uma jornalista que luta pelos direitos das mulheres e tem um relacionamento aberto com seu marido durante a década de 1950.
Mesmo com trabalhos de destaque na televisão e no cinema, é no teatro que está sua verdadeira vocação. Em cima dos palcos, tornou-se a cantora e compositora Rita Lee na peça "Rita Lee Mora Ao Lado" (2014), além de ter participado de outros espetáculos como "Roque Santeiro - O Musical" (2017) e "Boca de Ouro" (2018). "Eu comecei no teatro, continuo fazendo teatro e nunca vou parar de fazer teatro, se tudo der certo. Eu acho o teatro fundamental. Ele é a base, onde você pode experimentar, onde os riscos estão postos. O teatro é um lugar arriscadíssimo, perigosíssimo. Tudo pode acontecer", avalia.
Ela se orgulha de ter feito mais de 20 peças. "Isso me dá alegria e satisfação. Pensar que, a cada espetáculo que faço, eu sei que aprendo, troco e cresço um pouquinho mais não apenas como artista, mas como pessoa e cidadã. É muito enriquecedor", explica. Uma de suas obras mais recentes nas artes cênicas é "Madame Blavatsky", em que encena a história de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), escritora e médium russa do século XIX. Também está na áudio-série "Paciente 63", disponível no Spotify e que conta com parceria de Seu Jorge.
Entre seus planos para o futuro, está o filme "Atena", de Caco Souza, que já foi gravado. Ainda há a próxima novela da Globo, "Cara e Coragem", em que viverá a vilã da trama. O último trabalho, porém, ainda não começou suas filmagens. "Estou ansiosa, esperando para que tudo vá bem. Se a novela começar a gravar na data prevista, significa que a gente está indo bem com a pandemia, que as coisas estão ficando melhores. Não é só uma questão pessoal, mas é uma questão do mundo, do Brasil, de que a gente possa sair dessa situação em breve", diz.
Vida&Arte Convida
Mel Lisboa participa do 9º episódio do Vida&Arte Convida, disponível a partir deste sábado, 4 de setembro, na área "Séries e Docs" do O POVO+. O projeto do Vida&Arte já publicou entrevistas exclusivas com Maria Flor, Ana Cañas, Thedy Corrêa, Jéssica Cores, Negra Li e outros artistas.