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Paranaense Chameleo canta as metamorfoses da vida em disco de estreia
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Paranaense Chameleo canta as metamorfoses da vida em disco de estreia

Três anos após a superação de um câncer e cinco de carreira artística, o cantor e compositor paranaense Chameleo apresenta 1º álbum, com pop irreverente sobre suas transformações e participação de nomes como Pabllo Vittar, Johnny Hooker e Alice Caymmi
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Chameleo lança
Foto: MAR VIN/Divulgação Chameleo lança "Ecdise", primeiro álbum de sua carreira

Cerca de 24 horas após lançar o primeiro disco, Chameleo (pronuncia Camilio), 27, parecia vibrar felicidade em todos os sentidos. Mesmo numa entrevista por videoconferência, dava para sentir o coração do cantor e compositor em festa. Com o álbum "ECDISE", o paranaense radicado em São Paulo revelou ao mundo, no último dia 21, um tanto de suas histórias, da sua vida, do que passou e de seu porvir.

O trabalho chega às plataformas digitais três anos depois de Chameleo superar um câncer e cinco anos após dar início à carreira na música. Com pop irreverente, mesclando samba, eletrobrega e indie rock, o cantor passeia por suas metamorfoses. Não à toa, o título do disco autoral é "ecdise" e sua estética está ligada à figura do camaleão. Esse réptil, conhecido pela camuflagem, é tido como símbolo de adaptações e evoluções.

O músico compartilha ao O POVO: "Ecdise é o processo de troca de pele dos répteis. Meu nome é Chameleo, em referência ao Camaleão (a pronúncia é a mesma de camaleão em inglês). A ecdise representa transformação, regeneração. Os répteis precisam trocar de pele para crescer, para ficar com a pele mais forte e amadurecer".

Para Chameleo, isso tem muito a ver com sua própria existência neste planeta. "Essa simbologia conversa muito com a minha vida, com o que eu passei nos últimos anos. O álbum sou eu em forma digital, contando as minhas histórias, vivências, angústias e felicidades". No repertório, há um pouco de tudo — assim diz o artista. É até difícil escolher sua canção preferida do disco. "Cada uma representa o momento… Depende", explica.

 

Se está mais feliz e quer dançar, "Tokyo" pode ser uma indicação. Nos versos, "Baby se for fugir, me leva contigo/ Adoro o perigo". A música tem sample com a voz do personagem Pikachu, da franquia de mídia japonesa Pokémon; e com "Tokyo Drift", de Teriyaki Boyz e Jay Chou, trilha sonora do filme "Velozes e Furiosos 3". Alusão ao gênero j-pop (o pop do Japão), a canção carrega o fascínio do artista pelos animes.

"Eu gosto muito de 'Tokyo', que é a mais pop, a mais animada. Eu não vejo a hora da vida voltar ao normal (relacionando à Covid-19). Todo mundo estar vacinado e as baladas se abrirem. Meu deus, quebrar na balada ouvindo Tokyo!", comenta.

A canção "Emoji de Fogo" também traduz essa essência. A letra aborda a sedução na sociedade contemporânea: "Você me chama pra meter o louco/ Responde meus stories com emoji de fogo/ Mas sem xeque-mate não se ganha o jogo". Nas mídias sociais, interagir com o pictograma de "fogo" quer dizer, muitas vezes, desejo sexual.

Se a pedida é por um "sambinha", tem "NHAC!", com o cantor Johnny Hooker. Um destaque: a canção sucede o interlude "outrolado", em que uma cartomante fala — por um áudio de Whatsapp e com a paisagem sonora do clássico "Tocata e Fuga", de Sebastian Bach — de uma paixão por "outro cara". Em "NHAC!", "Não esperava isso não, tô indo aí pra te pegar por trás".

Já se a "vibe" está mais caseira ou melancólica, Chameleo cita "quarto branco" (com Konai) e "Querido Eu". No feat com Konai, o artista reflete sobre a busca pelo equilíbrio: "Eu me policiei pra ser alguém que sabe controlar a emoção/ E hoje não sei sentir, não sei mais reagir". Em "Querido Eu", seus processos internos: "Querido eu, conversa comigo/ Embora crescido continua aqui, sinto sua falta, nunca te esqueci".

"O legal do álbum é que tem para todes", analisa Chameleo. As faixas "frequente(mente)" e "Enigma" contam com as participações de, respectivamente, Pabllo Vittar e Carol Biazin. Ambas as canções acompanham videoclipes no YouTube. O disco ainda conta com "elemefezassim", com Number Teddie; e "Palhaço", com Alice Caymmi.

Primeira canção solo do artista em 2021, "PENDEJO" também integra o disco. No videoclipe no YouTube, o artista canta o mistério, envolto de substâncias desconhecidas. No registro audiovisual e no próprio álbum, está a fotografia do duo MAR+VIN, formado por Florentino e Kelvin Yule. Para Chameleo, é uma honra ter artistas tão talentosos no trabalho. Já em "Euforia", a ânsia e a energia sagitariana de Chameleo. Tanto nessa canção quanto no interlude "ECDISE" há a menção ao camaleão. "Eu sou isso, um camaleão. Eu troco de pele, eu mudo de cor", define.

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Vida&Arte Convida

Chameleo, nome artístico de Leonardo Fabri, sonha ser artista desde a infância. No 13º episódio do projeto audiovisual Vida&Arte Convida, disponível na seção "Séries e Docs" do O POVO Mais, ele fala sobre início e mudanças.

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Ecdise, de Chameleo

Onde: plataformas digitais

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