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Vencedor do The Voice Brasil, Giuliano Eriston fala sobre conquista e futuro
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Vencedor do The Voice Brasil, Giuliano Eriston fala sobre conquista e futuro

Aos 24 anos, o cearense Giuliano Eriston se sagrou campeão do The Voice Brasil; Ao Vida&Arte Convida, o cantor repercute a conquista e os próximos passos de sua carreira
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Natural de Bela Cruz, o cearense Giuliano Eriston se sagrou campeão da 10ª edição do The Voice Brasil (Foto: Regivaldo Freitas/Divulgação)
Foto: Regivaldo Freitas/Divulgação Natural de Bela Cruz, o cearense Giuliano Eriston se sagrou campeão da 10ª edição do The Voice Brasil

"Eu já tenho o resultado do pessoal de casa. O público votou e decidiu. Tenho que falar que foi decidido por décimos. Foi bem apertado até o final. A voz campeã da 10ª temporada do The Voice Brasil é… Giuliano Eriston!". O anúncio feito pelo apresentador André Marques em 23 de dezembro coroou o trabalho de destaque do cearense natural de Bela Cruz no programa.

Com apenas 24 anos, o cantor, compositor e multi-instrumentista Giuliano Eriston foi elogiado pelo público e pelos jurados do programa por sua voz "sincera" e pela "paz" que trazia e se tornou o segundo cearense a vencer o reality musical. Em entrevista exclusiva ao Vida&Arte, o artista repercute sua conquista, relembra sua trajetória na música e projeta os próximos passos de sua carreira.

Já faz mais de duas semanas desde a conquista de Giuliano. Se deu tempo para a ficha cair? Ele mesmo responde: "Está caindo aos poucos. Ainda tomo um susto, às vezes, quando penso no que aconteceu. É algo bem fora da curva para mim, não sei se estava esperando por isso, mas ao mesmo tempo é uma felicidade grande, pois sinto que trouxe orgulho para muitas pessoas próximas a mim".

Para o artista, essa vitória representa também "um motivo de aumento da autoestima e do orgulho da própria identidade", valorizando ainda mais a cultura local. Ao longo da edição, Giuliano interpretou as músicas "A Rota do Indivíduo", "Lamento Sertanejo", "O Que É o Amor?", "Para Ver As Meninas" e "Sanfona Sentida" - essa, por sua vez, coroou sua vitória no programa. Em comum, todas composições brasileiras, o que mostra o desejo do artista de mostrar "a riqueza da música nacional".

Essa característica, considerada por ele como seu "forte", foi percebida também pelo técnico Michel Teló e pelo seu produtor musical, Vinícius Rosa. Teló recrutou Eriston na fase de batalhas após Lulu Santos, seu primeiro técnico, escolher o cantor Gustavo Boná para seguir no programa. A dupla decidiu "potencializar" a interpretação "genuinamente brasileira" de Giuliano. "Eu fiquei muito feliz de poder atuar em uma área que é a minha praia e de poder reforçar essa identidade brasileira e o orgulho nacional. Tudo isso corroborou para o meu repertório no programa", comenta Giuliano.

Grande parte da veia artística de Giuliano e a "naturalidade" com a qual trata a música tem como base a influência que recebeu de sua família. Ricardinho Matos, seu pai, é cantor e violonista, assim como Vinícius Matos, seu irmão. Para Eriston, essa convivência se tornou um "privilégio" por estar em um meio que já o estimulava a seguir para o lado artístico.

Como resultado, com apenas 13 anos conseguiu participar do Festival Choro Jazz 2010, em Jericoacoara, ao lado de nomes como Hermeto Pascoal, Yamandú Costa e Dori Caymmi. Essa estreia o levou até a se apresentar em um quadro no Domingão do Faustão e no programa Som e Areia, do Multishow, dividindo as atenções com Roberta Sá, Davi Moraes e outros músicos brasileiros.

O contato desde cedo com "grandes referências" solidificou ainda mais sua carreira: "Isso me ajudou bastante a ter um norte sonoro de para onde eu queria apontar meus estudos". Giuliano não parou por aí, e chegou até a compor um choro em parceria com o arranjador Maurício Carrilho. Apresentações internacionais também fazem parte de seu repertório: o cantor viaja frequentemente para a Europa e, ao lado de seu irmão e seu pai, participa de festivais e projetos, como o Une Chanson por l'Éducation, na Suíça. Na ocasião, tocou ao lado de músicos de diversos países do Velho Continente e da África.

Giuliano foi elogiado por sua performance e voz desde o início de sua participação no reality. Lulu Santos até disse que o cearense provavelmente era "um dos melhores cantores naturais" - isto é, sem estudo aprofundado de canto - que ele já havia escutado. "Sincera" e "humana" também foram qualificações dadas à potência de seu canto. "Acho que dá a sensação de que é sincero porque eu, de fato, sinto a letra. Eu transpareço as emoções que nos conectam enquanto seres humanos", comenta o artista.

Com o The Voice, o cearense também conseguiu contato com outros grandes músicos brasileiros além dos jurados e dos outros participantes. Ele conta que chegou até a ficar amigo do cantor e compositor Orlando Morais, responsável, junto com Djavan, pela música "A Rota do Indivíduo". A "troca de ideias" não parou por aí: Thiago Amud, que fez arranjos para o "Meu Coco", álbum mais recente de Caetano Veloso, apontou sua admiração pelo trabalho de Giuliano diretamente ao artista. "Algumas oportunidades surgiram com pessoas pontuais. Acho que vamos ter boas novidades neste ano", revela Eriston.

Cantor, compositor, multi-instrumentista e até coprodutor musical, Giuliano não se contenta com apenas uma possibilidade de mostrar seu talento. Com atuação forte em tantas vertentes, o artista parece não querer se restringir ao lado mais visto atualmente após a participação no The Voice: o do canto. A ideia do cearense é apresentar "todas as suas facetas" daqui em diante.

"Pretendo mostrar todas as facetas, até porque nessa construção da minha identidade artística faz sentido eu apresentar todo o meu potencial agora ou pelo menos em quais áreas eu estou para que as pessoas me conheçam. Aí, depois, talvez reforce mais um lado, mas eu quero ser tudo isso ao mesmo tempo. Eu tenho esse 'problema': eu não me contento em só ouvir um instrumento, eu quero ser o instrumentista que toca aquele instrumento. O mesmo ocorre quando eu ouço um arranjo, eu não me contento de só ouvir o arranjo, quero ser o arranjador", revela.

Em meio a esse desejo de reforçar seu potencial artístico ao público, Giuliano trabalha na construção de seu disco. Composições autorais e releituras de músicas de seu apreço farão parte do projeto, em um movimento de exaltação à música brasileira. "Eu me sinto na missão de mostrar o Brasil para o Brasil, no sentido de apresentar a música brasileira. A MPB traz ritmos brasileiros, mas às vezes há elementos mais profundos que podem ser trazidos também à tona", afirma o cearense.

A respeito de ações em um futuro próximo, Giuliano aguarda os próximos passos que serão realizados pela gravadora com a qual assinará contrato devido a sua vitória no The Voice. Assim, ainda não há datas definidas para shows no Ceará e também Brasil afora, mas se dependesse do músico as apresentações viriam em pouco tempo: "Por enquanto, não tenho previsão, mas com certeza é algo que eu quero fazer neste ano, assim que puder".

O POVO MAIS

Giuliano Eriston é o entrevistado do novo episódio do Vida&Arte Convida, disponível na seção “Séries e Docs” do O POVO Mais. O cantor e vencedor do The Voice Brasil também fala sobre sua conquista, revela os desafios enfrentados no programa e repercute os aprendizados que teve durante o convívio com os técnicos Lulu Santos e Michel Teló.

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