Os primeiros meses do ano costumam ser movimentados culturalmente. Após longos períodos em isolamento rígido devido à pandemia, o início de 2022 parecia promissor com programações na área da arte. Entretanto, devido ao aumento de casos resultantes da variante Ômicron e das síndromes gripais, o governo estadual impôs novo decreto que limita participação em encontros públicos, com capacidade de 250 pessoas para espaços fechados e 500 pessoas para espaços abertos.
Após a decisão, alguns eventos culturais que possam gerar aglomerações, como shows, foram suspensos em Fortaleza. Ainda assim, atividades nas quais é possível acompanhar o controle de entradas continuam em janeiro. É o caso das exposições, que acontecem em vários pontos da Capital nas próximas semanas. Confira a seleção do Vida&Arte:
“Costurando enquanto o tempo cai”
A iniciativa da Rede Cuca é o resultado de cinco meses de trabalho do Laboratório Criativo Experimental (LACRE). Guiados pelo professor e multiartista Solon Ribeiro, um grupo de dez jovens artistas desenvolveu projetos individuais que tangem o recorte de memórias afetivas e convidam ao debate por meio de diferentes linguagens como performance, fotografia, vídeo, pintura e desenho. "A gente desenvolveu uma pedagogia do afeto, das trocas, de incentivar", detalha Solon.
No período das aulas e orientações, o grupo passou por diversas metodologias, como o estudo de textos, a colaboração de críticos e a visita a espaços expositivos, como o Centro Cultural Banco do Nordeste. "Também teve encontro com artistas e pensadores em um debate sobre a produção da arte brasileira, principalmente ligada a gênero, classe e raça, nós tivemos uma leitura histórica", complementa o professor.
Solon explica que os trabalhos trazem um pouco da personalidade de cada artista. "Não tem uma temática, porque ele já vem num processo individual". Para a execução das obras, os participantes receberam bolsas e contaram com ajuda técnica. "É importante mostrar essa produção que acontece nos CUCAs, esse é o objetivo também. Trazer essa produção feita na periferia para o Centro da cidade, fazer com que elas sejam vistas".
Onde: Casa Barão de Camocim (Rua General Sampaio, nº182, Centro)
Quando: Até sábado, 15
Quanto: Gratuito
"Vaqueiros"
Inaugurada pela primeira vez há 20 anos, a exposição Vaqueiros retornou ao Centro Dragão do Mar de Cultura em 2021 após pausa causada pela pandemia. A mostra de longa duração conta com um acervo de 130 peças, composto por uma museografia repleta de imagens que retratam a vegetação da caatinga e a vivência de vaqueiros. Entre a coleção, é possível ver instalações, vestimentas e elementos de religiosidade do sertão nordestino. Ao todo, mais de um milhão de visitantes já passaram pelo projeto.
Onde: Centro Cultural Dragão do Mar (Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema)
Quando: De quarta a domingo, das 9 às 12 horas e das 14h30 às 17 horas
Quanto: Gratuito
"Quilombo cearense" e "Poço 115: Rastros na Cidade"
As exposições fazem parte da programação do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC), localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A primeira tem curadoria de Guilherme Marcondes e é uma mostra coletiva com obras do acervo do MAC e de artistas convidados. Já "Poço 115" é uma parceria entre o MAC, a ONG Velaumar, o Laboratório das Artes e das Juventudes (Lajus) e o Grupo de Estudos e Pesquisas Rastros Urbanos da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Onde: Centro Cultural Dragão do Mar
Quando: De quarta a domingo, das 9 às 12 horas e das 14h30 às 17 horas
Quanto: Gratuito
"72º Salão de Abril"
A exposição integrou a programação da Casa Barão de Camocim até setembro de 2021. Entretanto, a mostra continua virtualmente no site da iniciativa, no qual é possível ter uma visitação em 360º. Ao todo, 35 obras de artistas cearenses estão disponíveis em diferentes linguagens. Destaque para as produções do pintor e professor Raimundo Cela.
Onde: No site
Quanto: Gratuito
"Janelas da Pandemia"
Logo na Estação Jornal O POVO do BRT, na Avenida Aguanambi, é possível encontrar as fotografias da exposição "Janelas da Pandemia". A ação fez parte do evento Corredor Cultural, promovido pela Fundação Demócrito Rocha em dezembro de 2021, e segue até este sábado, 15. O projeto teve como objetivo divulgar os diversos olhares registrados durante o período de isolamento. No local, estão 16 imagens que foram selecionadas pela curadoria. As demais estão disponíveis no site.
Onde: Estação Jornal O Povo, s/nº, José Bonifácio
Quando: Até sábado, 15
Quanto: Gratuito
"Das águas que tudo arrastam"
O projeto nasceu a partir da observação do conflito entre o mar e a urbanização na Praia do Icaraí, localizada em Cuacaia, na região metropolitana de Fortaleza. A exposição reúne obras dos artistas Jean dos Anjos, Linga Acácio e Sabyne Cavalcanti, convidando os espectadores a imergir nas reflexões acerca dos rios, lagoas e mares encontrados no Ceará.
Onde: No site
Quanto: Gratuito
"21ª Unifor Plástica" e "50 duetos"
A Universidade de Fortaleza (Unifor) segue com as atrações culturais no Espaço Cultural Unifor. A nova edição da exposição Unifor Plástica tem como tema "Corpo Ancestral" e traz relações entre temporalidade e presentificação. Em 2021, a mostra é dividida em três partes: "Pós-utopia", "Escritas de Si" e "Natureza". Os segmentos abordam, respectivamente, futuros utópicos, confissões como elementos de narrativa e a relação do trabalho com a terra.
Já "50 duetos" é composta por obras de diferentes artistas - como Sérvulo Esmeraldo e Sérgio Helle -, períodos e técnicas. O público também pode vivenciar experiências sensoriais com áudios, vídeos e músicas.
Onde: Espaço Cultural Unifor (Avenida Washington Soares, 1321)
Quando: terça a sexta-feira, das 9 às 18 horas. Sábados e domingos, das 10 às 18 horas
Quanto: Gratuito
"Iracema Exposta" e "Iracema cantos e contos de Max Franco"
Ambas podem ser vistas no Teatro São José até amanhã, 14. As mostras perpassam o olhar do publicitário e videomaker Daniel de Sá ao dimensionar a relevância da Praia de Iracema. Enquanto a primeira se desdobra em imagens, a segunda explora também o conjunto de crônicas de Max Franco, que liga o sujeito com este local marcado por narrativas e emoções.
Onde: Teatro São José (Rua Rufino de Alencar, 299, Centro)
Quando: Até amanhã, 14, das 8 às 17 horas
Quanto: Gratuito
Podcast Vida&Arte
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