Dos clássicos do gênero a novas canções, o axé é uma das marcas registradas do Carnaval, e das que mais mobilizam o público. Em busca de trazer um pouco do gostinho da folia para Fortaleza neste final de semana, acontece neste sábado, 26, a partir das 16 horas, o evento No Meu Samba Tem Axé, que traz o cantor cearense Marcos Lessa explorando o repertório do ritmo baiano. A programação conta, ainda, com outros gêneros característicos do período, como samba e pagode, presentes nas apresentações do grupo Borogodó e das cantoras Sou Jezi e Jessik. A noite terá também discotecagem do coletivo Tome Batom Vermelho e da drag Deydianne Piaf. É necessário apresentação do passaporte de vacina. Os ingressos são limitados e a organização recomenda comprá-los antecipadamente pelo site.
No Meu Samba Tem Axé traz uma proposta ligada ao ambiente de praia da barraca Gran Royal, o que ressalta o clima de verão que marca o conceito do evento. A programação se inicia às 16 horas, para ser possível aproveitar o pôr-do-sol, mas se estende por toda a noite, indo até as 4 horas da manhã e ofertando múltiplas atrações ao longo da festa que se apresentarão no cenário praiano. Kássio César, diretor da produtora Caixa de Evento, explica que a ideia do selo No Meu Samba Tem Axé surgiu já há quatro anos. A presença de Marcos Lessa no projeto, porém, é mais recente e, ainda, inédita.
"A essência da produtora enaltece muito a brasilidade, os ritmos brasileiros, essa questão de novos talentos, e também sempre valoriza o que a gente tem de clássicos na música. (Recentemente) O Marcos Lessa nos procurou para um projeto em conjunto com a perspectiva de abraçar novos públicos e ampliar o horizonte de repertório. A gente disse prontamente sobre o No Meu Samba tem Axé, que era a cara dele: uma cara jovem, a cara da música brasileira", define Kássio.
"Eu já canto nos meus shows algumas coisas de axé, mas sem entrar fundo no repertório mais vasto. Fiquei super animado", compartilha Marcos Lessa. O cantor divide, ainda, que, apesar de inicialmente desafiador, adentrar no universo do ritmo acabou sendo um processo natural.
"Todas essas canções, o axé, fazem parte da vida. Nós, artistas nordestinos, sempre acabamos ouvindo o repertório do axé e agora peguei para internalizar mais, montamos uma formação nova de músicos para poder cantá-lo", afirma. "Sou um artista que tem um bom grau de suingue, de ritmo na forma de cantar, interpretar, e o repertório do axé tem muita a presença de percussão. Onde tem ritmo, possibilidade de você brincar, suingar, eu amo, então me encontrei muito nesse repertório e não quero mais largar, é um show que com certeza a gente vai fazer muitas outras vezes", garante Marcos.
Para a setlist do show, o artista divide que, no processo de escolha, buscou "colocar um pouco de cada coisa, cada compositor, cantor, banda", além de tomar como base de inspiração a proposta do Bloco do Silva, projeto carnavalesco do cantor capixaba Silva. "Nós vamos fazer uma mescla com esse axé de Ivete (Sangalo), Daniela (Mercury), Claudinha Leitte, misturando com o do Chiclete com Banana, Araketu, Olodum, Carlinhos Brown", elenca Marcos.
"Quando a gente fez nosso primeiro ensaio, poxa, foi a primeira vez que eu cantei músicas que eu já ouvia há muito tempo, como 'Faraó', 'Dandaluna', 'Beleza Rara', 'Eva', que já fazem parte do repertório das festas que eu frequentava como público. Estar pela primeira vez cantando foi um barato", comemora o cantor.
Haverá ainda, ele adianta, canções menos ligadas de forma óbvia ao ritmo, mas que se relacionam com as características dele. "A gente tá trazendo do repertório da MPB músicas como 'Uma Brasileira', do Paralamas, 'Luz de Tieta', 'Toda Menina Baiana', 'Meia Lua Inteira'. Axé é música popular brasileira. MPB é um grande guarda-chuva que engloba forró, axé, samba, pagode. A música brasileira abraça o que há de bom, canções com letra bonita, agradável, harmonia, arranjo, que criam aquele clima bom que é a cara da nossa festa", convida.
O restante da programação, explica Kássio, foi pensado para se conectar com a atsmofera dominante da noite, pautada no axé. "A gente vai ter a banda Borogodó, que é samba e pagode; a Jezi, que é uma artista cearense que se apresenta muito no Cumbuco com uma pegada brasileira e a Jessika que é super versátil, da noite e também traz a pegada do samba e do axé. A gente encerra com discotecagem, com o coletivo Tome Batom Vermelho e a Deydiane Piaf tocando hits com essa mesma temática", arremata.
No Meu Samba Tem Axé
Quando: sábado, 26, a partir das 16 horas
Onde: Barraca Gran Royal (Av. Clóvis Arrais Maia, 6645, Antônio Diogo)
Quanto: a partir de R$ 50 (compra antecipada no site)
Ingressos antecipados em doity.com.br/sambaaxe ou, no dia, na bilheteria
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