"Pra curar o desamor/ e a tristeza afastar/ Você que nunca sambou/ se liga, tem que sambar", imortalizou Beth Carvalho em "Samba de Arerê". Fortaleza, afeita ao som da sanfona sentida e do fole fungado do forró, é também a Capital do samba: rodas, grupos e festas do gênero se popularizam em bares e calçadas da Cidade — do Bar do Zé Bezerra, no Parque Araxá, ao Bar Cultural Lions, no Centro.
Aos domingos, o trio Samba do Mar se apresenta no Lions. "O samba é versátil e pode ser sinônimo de festa, de sentar num bar, de dançar, rir, conversar e cantar com os amigos; e também de ouvir aquele ritmo mais calmo enquanto almoça. A Cidade tem muitos espaços não formais que têm samba na calçada de forma despretensiosa, de confraternização, e isso representa muito como Fortaleza tem afeto por um sambinha", acredita Alisson Barbosa, que canta e toca violão e cavaco no grupo formado com Gabriela Pinto (voz e percussão) e Ianka Oliveira (pandeiro e percussão).
Para Ercília Lima, cantora, compositora, percussionista e integrante do Afoxé Acabaca Orá Sabá Omi, do bloco Pra Quem Gosta é Bom e do grupo Samba Delas, frequentar sambas na Capital é também descobrir outros bairros. "Fortaleza tem samba desde espaços que já são mais tradicionais, como a Bodega do Seu Roberto e a Mocinha, aos espaços como Tereza&Jorge, Lions, Budega dos Pinhões, Papudim, Abaeté, Café Couture… Tem surgido também novos grupos na Cidade, então o samba está cada vez mais diverso, com participação de mais mulheres", diz.
Micaela Gomes, cantora e compositora que integra a banda Samba Delas, destaca o poder agregador do gênero musical: "O samba tem uma característica muito boa — é uma festa muito simples de fazer, pega um violão, um cavaco, junta uma galera para percussão, chama os amigos e pronto, está formada uma uma bela roda de samba. Isso não significa que é feito de qualquer jeito", pontua. O Samba Delas é um coletivo formado só por mulheres sambistas.
Entre os novos espaços com programação semanal, o Balangandã Bar nasceu já com a proposta de valorizar a miscelânea musical de Fortaleza. Paulo Marinho, um dos sócios-proprietários, ressalta a importância dos sambistas tradicionais da Capital: "Nós trouxemos Marilene Sales, a madrinha do samba cearense, para tocar no Balangandã. Acho importante ter lugares em Fortaleza que prestigiem o samba de raiz, as pessoas que fizeram o samba no Ceará. O samba de Fortaleza está aberto também aos novos nomes, como Gabi Nunes, Lia Maia e Edilane Oliveira". Máscara no rosto e ginga no pé, é hora de cair no samba.
Teresa & Jorge
Programação de quarta a domingo
Onde: Rua João Cordeiro, 540, Praia de Iracema
Serpentina Bar e Cultura
Programação de quinta a domingo
Onde: Av. Heráclito Graça, 760, Centro
Bar Cultural Lions
Grupo Samba do Mar aos domingos a partir das 19h
Onde: Rua General Bezerril, 376, Centro
Balangandã Bar
Samba aos domingos
Onde:Rua Dona Leopoldina, 1380, Centro
Marcão das Ostras
Samba com o grupo Sambabau aos domingos a partir das 17h30
Onde: Rua Professor Carvalho, 2901, Joaquim Távora
Para sambar até segunda-feira:
Sábado, 26
- Essas Mulheres no BNB Clube às 12h
- Marilene Sales às 17h e Edylane Oliveira às 21h no Fava's Bar & Petiscos (Rua Barão de Aratanha, 1050, José Bonifácio)
Domingo, 27
- Capital do Samba de 12h às 15h na Barraca Terra do Sol (Av. Zezé Diogo, 5295, Praia do Futuro)
Segunda, 28
- Samba da Mica às 19h no Abaeté Boteco (Rua Barão de Aracati, 2899, Joaquim Távora)
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